sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O JOGO DO AMOR

(RÔ Campos)

Ah, esse jogo...esse jogo do amor! Contratei técnico, auxiliar e preparador físico. Recebi todas as orientações técnicas e táticas. Estava preparada e apta a entrar em campo. No momento crucial, desisti da partida, não quis mais entrar no gramado. É que às vezes achamos que estamos fortes e preparados, mas quando entramos no jogo esquecemos todas as regras, nos fragilizamos...e somos vencidos. Outras vezes, vencemos sem sequer o outro entrar em campo. Esse jogo...esse jogo do amor, onde, especula-se, cada um sempre sai vencedor, uma espécie de empate; onde pode haver "zebra", faltas, penalidades máximas, impedimentos, prorrogações, e até mesmo expulsões. Mas nunca haverá um único vencedor. Todos ganham, no jogo do amor, nem que seja experiência para o próximo campeonato. Nem que seja maturidade para reconhecer a sua fragilidade e não entrar no jogo. E quanto mais velhos ficamos, mais experientes, embora não tenhamos mais o vigor dos tempos de juventude. Por isso, já não corremos destabanadamente rumo à pequena área, em busca do gol. Por isso, muito difícilmente chutamos a gol, principalmente à longa distância, do meio do campo, e também quando percebemos que há enormes probabilidades de acertarmos a trave ou lançarmos a bola para fora. Preferimos driblar, permanecer o maior tempo possível na posse da bola. É tudo que nos resta para disputarmos essa partida em condições tão desiguais.

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