sábado, 29 de janeiro de 2011

QUE VERGONHA!!!!

Antes de começar a escrever, pensei que título dar a este artigo, mas confesso que estou tão perplexa que não consegui, e resolvi então enfiar os dedos no teclado, deixando o título para depois.
Acabo de chegar do Hospital Adventista de Manaus, onde deixamos nossa mãe internada, após uma jornada iniciada na quarta-feira passada, quando começou a sentir-se mal e a levamos inicialmente à Clínica Santo Alberto. Ontem, próximo da meia-noite, novamente mamãe passou mal, com os mesmos sintomas da quarta-feira. Resolvemos levá-la ao Adventista, de onde, após medicada e estabilizada, saiu com o diagnóstico de hipoglicemia. Segundo o médico que a atendeu, ao chegar, encontrava-se em pré-coma de diabetes. Foi muito bom vê-la bem e voltar para casa. Mas, hoje, no final da tarde, fomos surpreendidos com um novo mal-estar. Retornamos ao Adventista, onde, conforme falei no início, acabou de internar-se. Recebemos um atendimento ímpar, de forma unânime, o que nos deixa confortados, sabendo que encontra-se em boas mãos. Porém, não dá para deixar passar despercebido o escândalo que é estarmos à frente do pronto socorro, sentados nos bancos, aguardando o resultado de tudo, a um passo de um ataque de nervos, ouvindo em decíbeis absolutamente vergonhosos, o som (de extremo mau gosto - diga-se de passagem) de uma casa noturna de nome assustador (casa do terror), num desrespeito sem precedentes ao ser humano.
Perguntei a um funcionário do hospital que medidas eles já haviam tomado para por fim
aquele absurdo, ao que me respondeu que de nada adiantaram todos os esforços envidados ao longo de vários anos, porque, segundo ele, o local é frequentado por gente poderosa. Comentou-me, inclusive, a respeito de pessoas que, às vezes, saem do hospital desesperadas, lutando com todas as forças para salvar as vidas de entes queridos, ou até mesmo enlutadas, ao som estridente e cadavérico da casa do terror.
Juro que não entendi e não consigo deglutir a questão, e disse-lhe que procurassem o Ministério Público, que berrassem aos quatros cantos desta cidade, que denunciassem com veemência, que cobrassem do poder público uma atitude legítima, capaz de coibir definitivamente os abusos dessas pessoas que não respeitam a vida alheia , que mobilizassem a imprensa, que fossem a uma delegacia de polícia - é, isso é verdadeiramente um caso de polícia.
E, acreditem, mesmo na enfermaria do pronto socorro (na parte interna do edifício, portanto), onde minha mãe, antes de internar-se, permaneceu durante umas 5 horas, ouvia-se o barulho ensurdecedor das músicas (?)tocadas naquele local. Uma vergonha!!!!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

NÍVER DE CLEBER CRUZ & CELEBRIDADES

Muito lindo o show de aniversário do meu querido amigo Cleber Cruz (que completa nova data hoje), realizado ontem, no O Fino da Bossa. Melhor, ainda, foi reencontrar vários dos nossos célebres amigos músicos, pois há mais de ano estamos todos muito dispersos. Muito bom, mas muito bom mesmo abraçar, beijar e ouvir cantar Antonio Pereira, Zeca Torres, Fred Jobim, Gean Sales, Renatinho, Nicolas Junior, Gil Valente, Lucia (Lucinha Cabral, nega querida, quanta saudade!). E, ainda, Simone Ávila, Jane Bastos botando pra quebrar, Pedrinho Ribeiro com minha xará e, além do mais, escorpiana como euzinha, e...Cileno (como posso ter te perdido, se você nunca me pertenceu...!!!!!!! D+). Na banda, Marcelo Picanço (baixo), com quem não falava pessoalmente há meses, Baiano (batera), dando o seu costumeiro show de caetanagem, e o meu lindo Émerson Marcelo (guitarra). Cleber Cruz com sua Yuki, felizes à beça com a prestigiada noite. Dentre os que compareceram à convocação de Yuki, pincei por lá Denilson Novo, lindo como sempre; o meu amigo lá das bandas da Bahia, Batatinha, frequentador assíduo do ET BAR (com amigos e um irmão uma gracinha... hum, depois eu conto...que diz-que vai estar hoje no ET BAR.Tomara!); Olinda e um casal de amigos; Zotti, o filhote e um amigo petroleiro lá das bandas de Natal/RN.

E LA NAVE VA...

E la nave va! Vai-se a nave com as cinzas, mas não é o fim. Acho que nem Fellini teve qualquer intenção de cogitar sobre a finitude em sua película. Tudo está gravado no éter. Cada vez que o resultado de uma experiência me causa dor, passado o período das incertezas, e caindo-me aos olhos a verdade, já não sinto mais tristeza nem dor, e cresço, porque nenhuma traição, nenhuma canalhice, nenhum desengano vai roubar minha alegria de viver, pois seria a vitória do algoz sobre mim. Aprendo cada dia mais com a inteligentalha, tão presa à mesquinharia, à sordidez. Sou grande!

sábado, 22 de janeiro de 2011

NOITE DE SEXTA-FEIRA NO ET BAR

Ontem, novamente, o ET BAR estava tudo de bom, uma ferverção total. Gente do Brasil todo - e do mundo (França, Itália, Argentina), que amou o nosso point alternativo mais querido de Manaus. Denilson Novo bateu o ponto novamente. Claudinho Nunes deu uma canja bem supimpa. Kokó Rodrigues apareceu, depois de umas férias radicais em sua terra natal, Belém do Pará, e fez rolar muito Chico Buarque. Osmar e Cabral, cantores da casa, como sempre levando o repertório que a galera adoooora, com MPB, forró, xote, bossa e samba. Três horas da manhã e a bebida toda havia acabado. No final, vejo Vítor, o gatão filho do meu querido e amado amigo Zeca Torres, o Torrinho. O ET BAR é, indiscutivelmente, o melhor boteco de Manaus. E isso aqui não é propaganda, não. É meu lugar preferido às sextas-feiras, chova ou faça sol. Passe lá! Você vai se esbaldar, mandando o estresse para bem longe.

ADEUS, TRISTEZA!

Imaginem vocês, eu andando meio triste, não sem razão, é claro, pelo menos a meu modo. Mas essa razão deixou de sê-lo no momento em que, refletindo, ouço uma voz interior a me lembrar sobre a catástrofe na região serrana do Rio de Janeiro e o destino de milhares de pessoas que tudo perderam, dezenas de crianças órfãs, famílias inteiras desaparecidas. Eu, aqui, no conforto de minha casa, com saúde, família, uns poucos e queridos amigos, desfrutando da vida e de tudo que ela me oferece, como posso dar-me ao "luxo" de estar triste? Quanta insensatez! As energias que estaria desperdiçando para alimentar a minha tristeza, poderia muito bem canalizá-la para um bem, um bem maior, e foi justamente o que fiz. Adeus, tristeza. Pode entrar, serenidade, a porta está aberta.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

POR TANTO AMAR (RÔ Campos)

No meu coração há um porto solidão,

Tantas as embarcações que já naufragaram

Nos rios desse pobre coração;

Tantas as noites de agonia,

Que já nem posso recordar os dias de calmaria.

Mas inda sigo a procurar uma estrela,

Para esse porto solidão iluminar,

E que me leve além, muito além,

A navegar, sem rumo, sem rota,

Mesmo que seja pra morrer de amor,

Em alto mar.

Pois prefiro a sorte da morte por tanto amar,

Que o azar da vida de solidão de quem não ama.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

OS SOFRIMENTOS DO JOVEM WERTHER

Há alguns anos cheguei a comprar vários livros editados pela Editora Nova Cultural Ltda, relativos a obras-primas da humanidade, onde 1% da receita obtida com a venda foi revertido ao projeto Ler é Preciso de incentivo à cultura, coordenado pelo Instituto Ecofuturo, ONG criada pela Cia. Suzano. Vários deles ainda não li até hoje. Dentre eles, há Fausto e Werther (em um único volume), do alemão Goethe.
Outro dia,li uma frase no perfil do orkut de um amigo virtual, também conhecido na vida real, que achei interessante, e perguntei-lhe de quem era, ao que me respondeu que seria de Goethe. O amigo, então, me falou a respeito de Os sofrimentos do Jovem Werther, obra de Goethe, indicando-me para leitura. Lembrei-me que o tinha aqui, e que ainda não o havia lido, assim como pouco ou quase nada sabia em torno da vida desse grande artista alemão. De segunda para terça-feira passada, durante seis horas, devorei o livro, sem parar um minuto a sua leitura, de tão impactante que é todo o seu desenrolar, vendo o dia amanhecer. Ao final, refleti: algúem que esteja fragilizado ou depressivo, desencantado, pode se deixar levar pelos argumentos utilizados pelo jovem Werther, para dar cabo à vida. No livro não há qualquer referência sobre Goethe, e eu sou daquelas que não abrem mão de conhecer a biografia dos autores que lê. Há pouco, antes de começar a escrever este artigo, pesquisei na net sobre a vida de Goethe - e não deu outra. Li que, á época do lançamento do livro, ondas de suicídio se espalharam na Alemanha, o que ficou conhecido como "o caso Werther". Goethe, juntamente com o amigo Schiller, foram os responsáveis pelos rumos que a arte Alemã tomou.
A partir de hoje e até finalizar, vou transcrever vários fragmentos extraídos do livro, que compunham o pensamento de Goethe e que vêm ao encontro do meu:

1. "Quero fruir o presente e considerar o passado como passado. Você tem razão: os homens sofreriam menos se não se aplicassem tanto (e Deus sabe por que eles são assim!) a invocar os males idos e vividos, em vez de esforçar-se por tornar suportável um presente medíocre."
2. "As pessoas de condição elevada mantêm habitualmente uma fria reserva para com a gente comum, só pelo temor de diminuir-se com essa aproximação. Além disso, há os imprudentes que só fingem condescendência para melhor ferir, com seus modos arrogantes, a gente humilde."
3. "Aquele que julga necessário, para se fazer respeitar, distanciar-se do que nós chamamos povo, é tão digno de lástima como o covarde que se esconde à aproximação do inimigo, de medo de ser vencido."
4. "Se você me perguntar como é a gente daqui, serei forçado a responder:'A mesma de toda parte'. Como a espécie humana é uniforme! A maioria sofre durante quase todo o seu tempo, apenas para poder viver, e os poucos lazeres que lhe restam são tão cheios de preocupações que ela procura todos os meios de aliviá-las. Oh, destino do homem!"
5. "A vida humana não passa de um sonho."
6. "E, assim, quaisquer que sejam os obstáculos que entravem seus passos, guarda sempre no coração o doce sentimento de que é livre e poderá, quando quiser, sair da sua prisão."
7. "Isto fortaleceu-me a convicção de cingir-me, daqui por diante, unicamente à natureza. Só ela é infinitamente rica e só ela é capaz de formar os grandes artistas. Há muito que dizer a favor das regras de arte, como a favor das leis da sociedade. Quem se forma segundo essas regras não produzirá nunca uma obra absurda, nem completamente ruim; da mesma sorte, um homem educado segundo as leis e o decoro jamais poderá ser um vizinho intolerável, nem um insigne bandido. Não obstante, diga-se o que disser, toda regra destroi o verdadeiro sentimento e a verdadeira expressão da natureza."
8. "Meus dias de felicidade são como os que Deus reserva ao seus santos. Qualquer que seja a sorte que me espera não poderia dizer que não fruí as alegrias mais puras desta vida."
9. "Ora, nada me aborrece mais do que ver as pessoas se atormentarem umas às outras; e sobretudo os jovens, em plena primavera da vida, quando o coração podia desabrochar a todas as alegrias, estragarem reciprocamente os seus melhores dias, para reconheceram mais tarde que esbanjaram bens que nunca mais serão recuperados."
10. "Nós lamentamos com frequência que haja tão poucos dias felizes e tantos dias infelizes; e isto, ao que me parece, é um erro. Se nosso coração estivesse sempre disposto a fruir, sem ideias preconcebidas, os bens que Deus nos dispensa cada dia, teríamos também força para suportar os maus dias, quando eles nos chegam".

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

ET BAR & CIA. LTDA.

Minhas sobrinhas-netas retornaram ontem a Sampa, sob um chororô de cortar o coração. Nossos cachorros ficaram em um estado de tristeza sem fim, como nunca eu havia visto antes.
Agora, vou contar pra vocês sobre a sexta e o domingo, no ET BAR.
Gente, a sexta-feira foi pra lá de bom. Nicolas Júnior e Gil Valente baixaram no pedaço e agitaram a galera. Denilson Novo, cobiçado por 11, em cada 10 mulheres, também esteve por lá, lindo de viver. No mais, a galera que frequenta a casa estava esfuziante, numa de clima de carnaval. Rolou até Superfantástico.
Ontem, na domingueira, o clima também era de carnaval. Cantor dava na canela. Cabral, Floriano, Luizão, Dulce, Sá e mais uns 3, cujos nomes não sei precisar, que mandaram muito samba.
Depois do ET, seguimos para o Pagode do Negão Varela, no calçadão da Suframa. Superlotado, como nunca vi antes.
Ah, teve ainda o sábado, aniversário do nosso querido Zeca Torres (que é o mesmo Torrinho rsrsrsrs), o qual reuniu os mais chegados no Galvez Botequim. Estiveram por lá Zeca Nazare, Candinho (com Candinho Jr e a filhota Bárbara), Jaime Pereira, Célio Cruz, Mario Linhares, Mario Célio,Gil Valente, Gerson, Sônia e Gerson Neto, Vera e Jorginho, Mario Jackson e família, a irmã, Izane, com o marido Marcus Barros, o filhão Vítor, dentre outros, tudo regado a vinho e chopp geladíssimo, além de pizzas deliciosas.
De lá, eu e Gil Valente demos uma passada no Corsário, do nosso amigo Vítor França, na Av. do Turismo.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

ROSA BLAYA

(Escrevi este poema na madrugada do dia 09 passado, após haver lido em A Crítica, matéria chocante sobre o atendimento deplorável prestado aos pacientes com transtornos mentais, no Ambulatório Rosa Blaya, do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, em Manaus, que passam por situação vexatória e desumana, segundo a matéria, para conseguirem uma ficha destinada à consulta médica)



Venho aqui, Rosa Blaya,
Não para me distrair.
Venho aqui, em busca de socorro.
Esqueça que me chamam louco. Loucos são eles.
De repente, não mais que de repente,
Enlouqueço na loucura louca dessa louquice.

Não sei, Rosa Blaya,
Quem tu foste e de onde vieste, ou quem tu és,
Só sei que, apesar de quase nada saber deste mundo louco,
Só sei que... esse lugar não te merece o nome, Rosa que és,
Flor que perfuma a vida.

Não, Rosa Blaya, não te assustes.
Sei, acredito que sei, eu acho,
Às vezes esqueço, mas como não lembrar, agora?
Deves já ter sarado muitas feridas,
Um ser iluminado, sempre estendendo a mão amiga.
Bem serve o teu nome para fazer fluir o amor,
Fomentar a luz neste vão escuro.
Mas não é justo com a tua memória. Não deve ser.
E justo também não é com o nosso fado, pesado fardo.

Aqui, somos leão ferido.
Aqui, a certeza da loucura deste mundo nos diz sãos.
Aqui, essa lucidez nos escancara a verdade:
A indiferença é a grande chaga da humanidade.
Aqui, essa lucidez nos enlouquece um a um,
Quando buscamos o passaporte para a nossa viagem ao mundo da fantasia.

Só, Rosa Blaya, que somos muitos nessa fila,
Para ingressar no Balão Mágico, todavia.
Nunca há ingressos para todos.
Salva-se quem puder, quem chegar primeiro.
Salva-se quem perambular, pelas noites e madrugadas,
No frio corredor deste vão escuro,
Estendendo o corpo vencido pelo cansaço,
Sobre o chão cinzento deste quarto,
Dividindo espaço com os fantasmas do medo ao nosso lado.
Sim, Rosa Blaya, bem sabes, também temos medo, sentimos fome e frio.

Tudo isso, Rosa Blaya, com o olhar em direção alguma
À espera do ingresso para o Balão Mágico,
Onde o mundo fica bem mais divertido.
Aí, enfim, eu posso ser um pouco mais feliz, novamente.
Por isso, hoje, eu estou aqui, Rosa Blaya,
Pois também quero viajar nesse balão.
Superfantasticamente!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

COISAS DE MANAÓS

1. Li, em A Crítica de sábado passado, 8 de janeiro, que uma tal companhia de teatro (juro que não lembro o nome agora), iria apresentar-se no Largo de São Sebastião, às 19:00 horas do domingo, dia 9. Seria uma peça infantil, sobre contos amazônicos. Combinei com minha sobrinha (que atualmente mora em Guarulhos/SP), de férias em Manaus com suas crianças, que iria apanhá-las para levá-las a assistir a tal peça. Qual nada. Nem companhia, nem peça, nem coisa nenhuma. As crianças ficaram desoladas.
Liguei para o Teatro Amazonas, para saber se porventura a peça não seria apresentada lá. A resposta que tive foi negativa. E mais: disse-me a pessoa que me atendeu que, neste janeiro, o Teatro encontra-se em recesso, de férias. Poooode???
Ficamos matutando sobre aonde ir e fomos parar na Ponta Negra. Mas as crianças não puderam se divertir nos brinquedos, porque umas grandalhonas tomaram conta deles.
Até pensamos em ir ao Manauara Shopping, assistir a uma peça sobre o Shirek (será que é assim mesmo que se escreve?), mas desistimos, por causa do valor absurdo do ingresso: R$ 30,00 (trinta reais), a meia entrada, paga por criança a partir de singelos dois aninhos de idade. Éramos 3 adultos (eu, a vó e a mãe das crianças) e 3 crianças. Teríamos que desembolsar nada mais nada menos que R$ 270,00 (duzentos e setenta reais) só de ingresso. É pra acabar...
Felizmente, finalizamos nosso passeio com chave de ouro. Fomos ao TOC TOC DELÍCIAS & CHOPP, na Av. do Turismo, e saboreamos deliciosos pasteis de frango com catupiry, casquinhas de caranguejo e, finalmente, um medalhão de filé. De sobremesa, incríveis mousses de prestígio, farinha láctea e pudim de leite. As crianças adoraram, literalmente,os comes e bebes, acharam o espaço lindo de viver e se amarraram no Bem Baré (um espaçozinho que contém uma fonte e motivos amazônicos) e pediram-me, pelo amor de Deus, que antes de partirem para São Paulo (no próximo domingo, dia 16), levem-nas novamente no TOC TOC.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A FORÇA DO AMOR

Assim sou, eu sou assim, não vou mudar
O amor é o que me move
Como as rodas de um carro
Não posso parar.

Gira a terra ao redor do Sol, marcando os anos
O amor é uma força que me habita
Como um vulcão, sempre latente
Qualquer hora pode entrar em erupção.

Não me julguem, nem me condenem,
Pois o amor não tem tutor.
É lenha que queima, qual fogueira,
Um novo sopro o pode reacender.

Assim sou, eu sou assim, não vou mudar
Só sei viver se for amando
Não tenho medo de me machucar
O que me assombra é a solidão do amor.

Não se riem de mim
Piedade, é o que a vós peço:
Enquanto vivo as delícias do meu desassossego
Pobre de vós, solitários, prisioneiros do medo.

MEMÓRIA DE MINHAS PUTAS TRISTES

Nessa madrugada, com insônia, devorei "Memória de minhas putas tristes", do Prêmio Nobel de Literatura de 1982 Gabriel García Márquez, o qual havia comprado há mais de ano e continuava lacrado (é tanta coisa pra ler que acabo sem saber o que fazer). Uma obra-prima, sem dúvida alguma. Trata de um dos assuntos sobre o qual mais me debruço em meus textos: o amor. Uma história de amor entre um ancião que passou a vida inteira fugindo (do amor), andando de bordel em bordel, e uma ninfeta. O romance é tão eletrizante que não há nenhum motivo que o faça parar a leitura. O leitor quer chegar logo ao fim, para saber o desfecho. Vale mesmo a pena comprar e ler o romance.
Leiam uns trechos que transcrevo abaixo:

1. Os adolescentes de minha geração, ávidos pela vida, esqueceram de corpo e alma as ilusões do porvir, até que a realidade ensinou a eles que o futuro não era do jeito que sonhavam e descobriram a nostalgia.

2. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do zodíaco.

3. Tomei consciência de que a força invencível que impulsionou o mundo não foram os amores felizes e sim os contrariados.

4. A fama é uma senhora muito gorda que não dorme com a gente, mas quando a gente desperta ela está sempre olhando para nós, aos pés da cama.

5. O sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança.

6. Porque o amor me mostrou tarde demais que a gente se arruma para alguém, se veste e se perfuma para alguém, e eu nunca tinha tido para quem.

7. Havia achado, sempre, que morrer de amor não era outra coisa além de uma licença poética. Naquela tarde, de regresso para casa outra vez, sem o gato e sem ela, comprovei que nao apenas era possível, mas que eu mesmo, velho e sem ninguém, estava morrendo de amor. E também percebi que era válida a verdade contrária: não trocaria por nada neste mundo as delícias do meu desassossego. Havia perdido mais de quinze anos tratando de traduzir os cantos de Leopardi, e só naquela tarde os senti a fundo: Ai de mim, se for amor, como atormenta.

8. Desde então comecei a medir a vida não pelos anos, mas pelas décadas. A dos cinquenta havia sido decisiva porque tomei consciência de que quase todo mundo era mais moço do que eu. A dos sessenta foi a mais intensa pela suspeita de que já não me sobrava tempo para me enganar. A dos setenta foi temível por uma certa possibilidade de que fosse a última. Ainda assim, quando despertei vivo na primeira manhã de meus noventa anos na cama feliz de Delgadina, me atravessou a ideia complacente de que a vida não fosse algo que transcorre como o rio revolto de Heráclito, mas uma ocasião única de dar a volta na grelha e continuar assando-se do outro lado por noventa anos a mais.

domingo, 2 de janeiro de 2011

DOMINGO, 2 DE JANEIRO DE 2011

Pensem num domingo enjoado e multipliquem por 10. Tive preguiça pra levantar da minha cama, mas levantei e comecei a fazer trabalhos domésticos. Aff!!!! Chuviscou o dia inteirinho, e, ainda assim, resolvi fazer um programa familiar. Levei mama, Ninete Paquete, Vanessa e minhas lourecas para tomar um açaí frozen maravilhoso no DB da Paraíba (Waku Sese, é este o nome, se não estou ainda embaralhada com a pancada que levei na cabeça, o que vou contar daqui a pouco). Depois, fomos à banca da minha amiga Lene, no Alvorada, tomamos um tacacá pra lá de delicioso e comemos pastel de camarão. O passeio foi super gostoso, mas...
Antes de sair de casa, fui olhar a água do radiador (é isso mesmo??) porque, por falta dela, o motor do meu carro pifou há mais de um mês. Não engatei direito o capu e o filho da égua caiu sobre a minha cabeça. Quando saí de casa, tive que colocar o nosso cão Purupucu pra dentro e, ao sair do carro, caí num buraco enorme. Ao pegar o viaduto da Recife e dobrar à direita para a Estrada do V-8, uns 30 metros após o término do viaduto, caí num baita buraco, empenando o aro da roda dianteira direita. Quando saímos do tacacá, o pneu estava furado. Voltávamos para a casa da Mama e eu fui mostrar o buraco onde havia caído, quase caía de novo, escapando por milagre, mas não poupei o carro que vinha atrás. Imagino que inúmeros veículos caíram naquele buraco. É pra acabar com qualquer carro.
Alô, alô operação tapa-buraco????????????????????