sábado, 27 de dezembro de 2014

PORTO SEGURO



(RÔ Campos)

És o meu porto seguro·
É nele que atraco quando volto·
É nele que me dispo, inclusive do cansaço·
Há muitos portos por aí,
Onde vez em quando paro,
Mais por necessidade que por gosto·
Mas és tu apenas o meu porto de verdade,
Aquele em que ancoro e vou logo abrindo os braços,
Porque o teu abraço é o único cais que me acolhe·
És o meu porto seguro·
Aquele cuja lembrança me socorre nas noites tenebrosas,
Quando atravesso oceanos agitados,
Com seus terríveis braços que me querem arrastar e afogar até a morte·
Lembro de ti e me faço forte·
Não me entrego e luto e grito alto·
Quero que ouças que é por ti, que sei que me espera,
Que tento vencer essa guerra·
Sei que a tempestade nunca chega desacompanhada·
E dias sombrios seguem-se uns aos outros·
Mas eis que a tempestade perde força,
E vem a calmaria trazendo de volta a boa sorte·
Alço as velas, tomo o caminho de volta·
De longe te avisto e sussurro:
"Meu porto seguro, não demoro·
Deixa a porta aberta·
Logo chego e amarro as âncoras·
Vou navegar no silêncio do teu conforto"