quinta-feira, 24 de maio de 2012

SOBRE A CASTRAÇÃO DE PEDÓFILOS

Acabo de ler matéria em A Crítica, de hoje, sobre a castração de pedófilo costumeiro na Coreia. Leio, também, que o Senado brasileiro adiou a votação da inclusão da pena de castração química para abusadores sexuais de crianças. Mais adiante, constato que a American Civil Liberties Union é contra a administração de qualquer droga, incluindo fármacos, para criminosos sexuais. Alegaram, em 1977, que obrigar a química foi uma "punição cruel e incomum", e, assim, constitucionalmente proibida pela Oitava Emenda à Constituição dos EUA. E eu, então, fiquei aqui a conversar com os meus poucos botões: Crueldade mesmo é o que essas bestas fazem com as nossas crianças, o que, aliás, tornou-se comum. Muitas vezes a exploram sexualmente e matam-na, em seguida. Quando as deixam viver, levam marcas profundas até o fim da vida. Antes eles, do que as nossas criancinhas. Para mim, é uma questão de escolha: ou poupam-se os inomináveis pedófilos e sacrificam-se as crianças, ou protegem-se as crianças e penaliza-se quem efetivamente deve ser penalizado. E, não tem outra - só uma pena radical, cortando o mal pela raiz, literalmente falando. Não há meio termo, nem desculpa de "direitos humanos". Não pode haver direitos humanos para bandidos e seus crimes hediondos, e, do outro lado, criancinhas indefesas e adulteradas, sem ter direito à dignidade e à vida.

A COR DÁ

(RÔ Campos)

Há dias, sinceramente, que eu acordo, me levanto, e não sei pra onde ir. Há dias que me indago, e não me respondo. Há dias que procuro nem eu mesma sei o quê, e nada encontro. Há dias que não durmo. Há dias que não sonho. Há dias em que nada faz sentido. Há dias que duvido de tudo. Há dias que tenho vontade de chutar o pau da barraca, me mandar nem eu mesma sei pra que lugar. Há dias que nada me satisfaz. Há dias em que sinto um vazio...um vazio de tudo. Há dias em que, se pudesse, mandava o trabalho pro espaço, mas eu não posso. Há dias em que a minha vontade é ficar deitada numa rede, vendo o tempo passar. Há dias que não tenho coragem de fazer qualquer coisa. Tudo é um nada. Há dias que parece que o tempo parou. Hum horror! Há dias que não sei o que é tolerância, paciência, a espera...a esperança. Ainda bem que, em todos esses dias, eu acordo dessa letargia, mesmo que seja a ferro e fogo. Tenho fé na vida. É a cor da vida que me acorda.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

CORAÇÃO EM CHAMAS

Tenho um hábito de, sempre que acontece um fato, uma tragédia ou uma alegria, colocar-me no lugar da pessoa afetada e escrever uma poesia. Por isso acabei de escrever esta abaixo, com o coração bem apertadinho. Ontem à noite, um frio assassino matou Orestes, quando chegava em sua casa, no conjunto Petros, por volta de 22:00h. Eu morei alguns anos no Petros (1984 a 1987), e muitos parentes e amigos meus até hoje residem lá, inclusive a vó paterna de meus filhos, o pai, tios e primos deles, minha irmã Rosalba (a mãe da Fernanda Furtado) com seu marido Puff, os pais de Adriana Vasco (a namorida do meu filho Bruno) etc.etc.etc.. A mãe de Orestes (D. Anália) mora há mais de 30 anos na casa que fica quase em frente àquela em que eu morei, na rua Benjamin Benchimol. Meu filho Éric me disse, hoje à noite, que ela está muito velhinha. Eu pensei em sua dor, porque não existe dor maior no mundo do que a de uma mãe que perde seu filho, ainda mais de uma maneira tão covarde. E eu também pensei na dor do filho do Orestes, que perdeu seu pai querido, amantíssimo, e com o coração em chamas escrevi essa poesia. Eu te perdôo E eu não te perdôo. Eu te amo E eu também te odeio. Não sabes o que é um pai; Talvez não o tenhas. Então eu te perdôo Por teres tirado a vida do meu. Mas eu também não te perdôo (Esse é um direito meu!) Pois, mesmo não sabendo o que é um pai, Covardemente me roubaste o meu. Eu te amo, porque o ódio é uma vileza. Mas hoje eu te odeio, Pelo sangue derradeiro de meu pai A se derramar sob tuas mãos imundas

quinta-feira, 10 de maio de 2012

A BURRICE DOS CRISTÃOS EVANGÉLICOS

(Helder Bentes) (Estou publicando aqui no meu blog este maravilhoso texto escrito pelo meu amigo Helder Bentes, lá das terras do Pará, onde nasceu minha mãe querida. Absolutamente impecável, razão pela qual fiz questão de publicá-lo aqui no blog, para que meus amigos possam também deliciar-se com sua leitura). Se o diabo existe, como signo do mal que sabota o bem, esta criatura decaída chama-se burrice, preconceito religioso, discriminação, intolerância, radicalismo, fundamentalismo, bestialidade, idiotice e imbecilidade de pessoas que se dizem cristãs, mas não se deixam conduzir pelo Espírito Santo de Deus, ou pensam e acreditam pretensamente que o Espírito que lhes fora conquistado na Cruz de Cristo é um deus ou um ídolo que se subordina a todos os julgamentos pré-concebidos nas tradições deste mundo, da vida social, política ou econômica. Cada vez mais eu consigo perceber a notoriedade do joio que cresce no meio do trigo, a carência de operários para a messe, talentos sendo enterrados por omissão ou covardia deslavada, em nome de uma obediência passiva e totalmente irresponsável; Deus sendo reduzido pelos próprios cristãos a versões de um deus conveniente e conivente com as mazelas e precariedades humanas. Quando é que os cristãos, que vivem não se multiplicando, mas se dividindo em igrejas, congregações e denominações, cada uma se proclamando “vontade do Senhor”... Quando é que esses cristãos vão entender que a vontade divina é que haja um só rebanho e um só pastor? Quando os que aceitam Jesus vão aceitar também as categorias marginalizadas de seu tempo, exatamente como Jesus fazia? Será que não entendem que a proposta de Jesus é acabar com a marginalização? Será que não entendem que uma sociedade dividida em marginal ou periférico e central, não importa qual seja o critério, é um modo de organização social que não tem nada a ver com o que Jesus pregou, exemplificou, praticou e defendeu até a morte? Quando as portas de uma igreja evangélica ou cristã estarão verdadeiramente abertas, sem pré-julgamentos, para gays, lésbicas, bissexuais, prostitutas, garotos de programa, travestis, transgêneros, ladrões, assassinos, pervertidos sexuais, criminosos, viciados em droga, álcool, jogatina, sexo; adúlteros, traídos e traidores, praticantes de aborto, mães solteiras; pais, filhos e outros parentes que se abandonam mutuamente; deficientes, pessoas inúteis para o serviço pastoral ou para a contribuição do dízimo, pessoas que pensam e que têm coragem e argumentos inteligentes, inteligíveis e tangíveis que poderão estimular o debate e as mudanças subjacentes a uma verdadeira conversão? Esse papo de que Deus ama o pecador, mas abomina o pecado é óbvio, mas ineficiente sobre o espírito de um pecador que peca justamente porque não se sabe, nem se sente amado. Sim, se não houvesse pecado justo, do ponto de vista humano, Deus não se teria feito homem, para nos salvar. É um dos muitos preconceitos cristãos achar que o pecado não tem lógica. Há uma lógica racional no pecado, mas os missionários evangélicos estão preocupados apenas em combater as práticas devocionais católicas ou de religiões pagãs, no que eles mesmos chamam de batalhas de nível estratégico. E se esquecem da batalha que deveriam travar contra a indústria da música gospel, que gera idolatria, que por sua vez também não consiste somente em adorar imagens de santos. Esquecem-se da indústria do dízimo e da indulgência. Aliás, não foi a venda de indulgências que motivou a reforma protestante? Pois é. Na Igreja Católica não se vendem indulgências há muitos séculos. Desse pecado os católicos parecem haver se redimido, mas vai numa Quadrangular da vida, numa Universal do Reino de Deus, numa Mundial do Poder de Deus, Assembleia de Deus, Deus é Amor, Batista Não Sei Das Quantas, Missionária Não Sei O Quê... Enfim, vai numa dessas denominações que criticam as devoções católicas como idólatras, mas vivem inventando correntes e práticas devocionais de milagre tão fácil e rápido que nem presta, enganando a boa fé de pessoas humildes, explorando suas necessidades e limitações. Sem falar na indústria da “evangelização” pela TV e outros meios de comunicação. Já viram quantos canais existem, seja na TV aberta ou por assinatura, com este pretexto? Sabem quanto custa manter um canal desses no ar? O Evangelho de Jesus virou mercadoria de autoajuda. Sua mensagem foi reduzida, pelos próprios cristãos, a um discurso que se repete (e é aplaudido) em circuito fechado, como num clube de “gente salva” que “se acha” melhor que todos os outros que “não conhecem a verdade”. Pra mim não existe estratégia de evangelização mais idiota! Se é que o substantivo “estratégia” cabe a este fenômeno banal de bestialidade que o Jesus que se nos revela no Evangelho rejeitaria logo de cara. Parece que se esqueceram do que significa ser nova criatura em Cristo! Ou nunca souberam! Aquele que está em Cristo já morreu para o mundo, mas sua carne permanece viva, e este corpo pode lhe acarretar a morte, sua e de outros que ainda estão dependendo de seu testemunho para crer em Jesus também. Padre Zezinho – que é um padre, viu? “Evangélicos”! – afirma que há quem não acredite em Jesus porque os seguidores dele falam sobre ele, mas não fazem como ele. Eu acredito que o número de pessoas verdadeiramente em processo de conversão diminui à medida que aumentam os preconceitos cristãos contra ateus, agnósticos, adeptos de outras religiões e pessoas marginalizadas nesta sociedade que justifica seus preconceitos com base em “valores” judaico-cristãos. Acreditam na Bíblia como Palavra de Deus, mas não sabem sequer lidar com a palavra do homem, quanto mais com a de Deus. Acham que a palavra atribuída a Deus não deve ser interrogada, questionada, perguntada, criticada e tem de ser “lida” (leia-se soletrada, entendida em termos referenciais, literalmente ao pé-da-letra) e depois aceita. Simples assim! É um festival de “eu concordo, eu creio, oh glória, aleluia, amém” que faria nojo até a Jesus, que fora bastante enfático: “Nem todo aquele que me chama Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus”. Gente, Jesus debatia a palavra com fariseus e doutores da lei! Foi ele mesmo quem disse que veio para levar a lei e os profetas à perfeição. Como algo pode atingir a perfeição descontextualizado dos fatores reguladores de seu significado ou adequado àquilo que um determinado grupo quer que seja verdade? A Igreja, que não é nem Católica e muito menos protestante, a Igreja de Jesus, aquela edificada sobre a pedra alicerçada em Cristo, contra a qual as portas do inferno não prevalecerão, precisa urgentemente adotar, como estratégia de evangelização do século XXI, a pastoral interrogante de Jesus, aquela que educa o cristão para o pensamento, porque mais pergunta que responde. Não estamos mais na Idade Média e muito menos em tempo de fazer alianças com partidos políticos ou religiosos. O Deus em quem acreditamos foi assassinado justamente porque se recusou a fazer essas parcerias. Morramos com ele, se preciso for, e com ele, por ele e nele ressuscitaremos.