quinta-feira, 23 de setembro de 2021

A VIDA NÃO PERDOA A QUEM DORME


RÔ Campos)

Engraçada, essa  vida. As pessoas passam pela nossa  vida, a gente passa pela vida das pessoas...

Às  vezes,  a gente  vê aquela pessoa,  mas essa pessoa não nos vê.

Ou, então,  a pessoa nos vê,  e a gente nem percebe. 

Em quaisquer dessas duas situações,  muito provavelmente no momento em que um vê, e o outro  não percebe,  é  porque o outro está com o coração  ocupado, ou já tem um inquilino na mira.

O tempo passa,  e, muitas vezes,  anos mais tarde,   sem quê  nem mais,  o destino nos coloca novamente no mesmo caminho,  na mesma  estrada,  na mesma calçada...

Quem não viu, no passado,  e agora vê,  ao tomar conhecimento desse cochilo,  fica a indagar-se a si: - Como essa pessoa passou por mim e eu não vi?...E não se perdoa.

Às  vezes,  dá  tempo de consertar.  Outras,  infelizmente,  vale lembrar um verdadeiro axioma: "a vida não perdoa a quem dorme". 

E, finalmente,  quem  viu,  agora,  depois,  muito tempo depois,  está com o coração ocupado,  ou cansou-se  de esperar. 

Aí,  minha gente,  como  eu já disse aqui,  outro dia,  a vida é  um triz.

DIVAGAÇÕES NA MADRUGADA


RÔ Campos)

Aqui estou a divagar,  bem devagarinho, porque não tenho mais tempo algum para a pressa.

Eis que a pressa  nos turva a visão,  embaça a mente, cansa as pernas,  acelera o coração.

Os pensamentos  viajam.  Andam pela madrugada,  sentam-se à mesa de bar, conversam  entre si,  riem, choram,  arrependem-se, voltam ao passado distante,  e ao recente,  também.  Querem até adivinhar o futuro. 

Aí, eles batem à  minha porta, entram  como  chegam as tempestades,   trazendo notícias do tempo. É  como se um filme em câmera lenta passasse  diante  de meus olhos. 

Fico a lembrar de uma frase que cunhei há muitos anos,   quando as horas invadiam a madrugada, e eu, aqui,  sozinha,  trancada  no meu quarto,  tentava encontrar uma saída para o silêncio ensurdecedor  que teimava ao meu ouvido:

"O tempo e a distância são deletérios  do amor; o silêncio,  a porta do cemitério e o coveiro".

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

SOZINHA


(RÔ Campos)


Noite alta e eu aqui lembrando

De todos os nossos sonhos

E agora,  eu aqui sozinha

Só me restam  as doces  recordações.


Quanto tempo já se passou

Desde o dia em que nos encontramos

Naquela noite de lua cheia

O céu salpicado de estrelas

E a gente  se amando no chão. 


O destino nos separou

Já não sei o que  é  feito de nós 

Tu te aconchegas  em outros braços 

E eu aqui sozinha vivendo nessa desilusão.

domingo, 12 de setembro de 2021

DEIXA - VAI PASSAR


(RÔ Campos)


Deixa...

Deixa o amor falar baixinho ao teu ouvido

Deixa...

Deixa  o amor dizer tudo o que tem

Deixa o amor contar histórias

Deixa o amor dizer, meu bem.


Deixa...

Deixa o amor brincar de faz de conta 

Deixa. Deixa.  É  chegada a primavera

Deixa o amor florir.

 

Deixa. Deixa. 

Deixa  o amor entrar 

Onde o amor está, o  ódio não tem guarida. 


Deixa.  Deixa. 

Deixa o amor falar

Deixa o amor sorrir

Dê um fim a essa tristeza. 


Deixa...

Deixa o amor ficar

Não se deixe enganar

Tudo,  tudo  passa um dia

E essa dor doída  também  há  de passar...

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

A VIDA É UM TRIZ


(RÔ Campos)

O tempo passou
E quem diz que não
Não sabe o que diz
A vida  é  um triz. 

O tempo passou
Num piscar de olhos
Quando acordei
Havia só medo. 

Agora eu nem sei
O que vou fazer
Faz tanto frio
A dor da saudade. 

O tempo passou
E  a vida levou num minuto
O tempo que foi nunca  volta
A vida do tempo é  refém. 

O tempo passou
Agora já é  tudo  ido 
O tempo passou
E levou tudo embora.

Agora é  o tempo
De juntar os cacos
Do coração des-pe-da-ça-do
E seguir  em frente com o tempo.

O tempo que nunca para
O tempo que tudo leva
O tempo que tudo aclara
O tempo que tudo sara.

O tempo passou
Só não viu quem não quis
A vida é  um sopro 
A vida é um triz.