quarta-feira, 17 de julho de 2013

ESQUECE


(RÔ Campos)


Eu estou bem, e você, como está?
Fazia algum tempo que não te sabia,
Mas hoje a tua solidão ganhou o mundo
Invadiu o Facebook, postou fotos.
Vi teu rosto, o mesmo de antes
Mas o teu olhar vai bem distante...

Visitei a tua página, nada de novo
Parece que vives em um outro mundo
Cercado pelos gritos da solidão contundente
Sem fé na vida, perdido num vazio
Que transborda de arrependimento do passado
E te enche de desesperança no futuro.

Li que não faço parte de tuas lembranças.
São os outros que antes nem te procuravam,
Que hoje te matam de saudade.
Riscaste o meu nome do teu caderno,
Mas fui eu que virei a página do livro
Da minha vida onde há muito já não cabes.

Portanto, te peço, ao menos tenhas cuidado,
E te ponhas a deletar os meus poemas.
Tanto os que escrevi amorosamente para ti,
Quanto aqueles que dediquei a outras causas.
Esquece tudo o que te jurei. Esquece.
Porque, quando o amor se vai...esquece.

SOS DILMA!!!!


(RÔ Campos)

Acho que a Dilma perdeu a grande oportunidade da vida dela. Deveria ter mandado pras cucuias qualquer projeto de reeleição, rompendo com tudo isso que está aí e tomando as rédeas deste país, fazendo o que tem que ser feito. Este é o momento. Sairia bem maior do que entrou, e relegaria seu criador às sombras.
Vamos, Dilma, faça!! Corta as cabeças desse teu ministério. Reduz os teus gastos. Convoca essa tua base aliada para, daqui pra frente, ler a tua cartilha. E, se não quiserem, dá um chute no traseiro deles, e governa junto com o povo e para o povo. Desemparelha a máquina. Recupera nossas estradas, portos e aeroportos. Viabiliza o escoamento de nossa produção. Cuida de nossa abandonada infraestrutura. Turbina a economia. Cuida com amor e afinco de nossa educação, da saúde e da segurança pública. Cuida de nossas crianças, jovens e velhos. Dá aos índios o que é deles; isso não seria nenhum favor. Queremos chegar ao primeiro mundo. Somos a sétima potência mundial. Será tão difícil, assim? Com boa vontade e sem roubalheira, o nosso país dá certo. Somos muito ricos, Dilma. Possuímos muitos recursos naturais. E somos um povo trabalhador, Dilma. Devolve a teu povo a dignidade que lhe foi usurpada. Não serás mais uma sombra, Dilma. Uma grande estadista, é o que serás.

E ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE


(RÔ Campos)

É um comprovado deficiente mental, condenado à cadeira elétrica nos Estados Unidos, pelo assassinato de uma mulher e de um outro presidiário. É um menino de apenas 12 anos, envolvido com o tráfico de droga, executado nesta Manaus enlouquecida, como uma Pauliceia Desvairada. É uma menina de apenas 8 anos, vilipendiada por seu avô, também aqui nesta Manaus. É uma anciã, estuprada pelo próprio filho, também aqui nesta Manaus. São incontáveis adolescentes e jovens, envolvidos com o tráfico de drogas, sumariamente executados, todos os dias, também aqui nesta Manaus. É um filho que mata, ao mesmo tempo, o pai, a tia e a prima, com requintes de crueldade, também aqui nesta Manaus cosmopolita. São presidiários que somem da cadeia e são encontrados, esquartejados, em malas boiando no meio do rio, também nesta Manaus desgovernada. São mais de 170 presidiários, alguns de altíssima periculosidade, que se rebelam e fogem da cadeia, assombrando toda a população desta Manaus depauperada, que sediará uma tal de Copa Verde. Verde de vergonha, suponho. É uma humilde cidadã, vinda do interior, doente, correndo risco de morte, necessitando fazer, com urgência, um procedimento fora da cidade, e que, para tanto, teve que bater às portas do Poder Judiciário, a fim de que compelisse o Estado, através da Secretaria da Saúde, a cumprir com sua obrigação constitucional, mas que, embora concedida liminar impondo tal procedimento, manteve-se inerte, só o fazendo mediante ameaça de prisão do nobre secretário. Coisas do Brasil! É a corrupção que grassa no país, matando anos a fio milhares de pobres anônimos Brasil a dentro, destruindo sonhos que nem mesmo foram sonhados, porque a miséria dilacera e humilha. E assim caminha a humanidade...

A DOR DE UM PASSARINHO PRESO NUM BANHEIRO


(RÔ Campos)

Ontem à noite, eu assisti, durante alguns minutos, a agonia de um passarinho sentindo-se absolutamente preso no meu banheiro, de seis metros quadrados. Ele não conseguia encontrar a saída, o mesmo lugar por onde entrou. Eu fiquei ali, desesperada. Queria ajudá-lo, estendi a minha mão algumas vezes, mas ele, amedrontado, voava e se debatia muitas vezes contra a parede ou contra o teto, e ia ao chão. Ele, certamente acuado e com medo, começava a emitir uns sons, semelhantes ao choro - pensei. Quanta aflição! Por duas vezes, ele alcançou a janela do banheiro,modelo basculante, mas ficava de costa para a rua. E a saída estava ali, tão pertinho, mas o desespero era tamanho, que ele não conseguia enxergar. E eu ficava ali, quieta, com o coração condoído, torcendo para que ele encontrasse essa saída, o que só aconteceu depois de uns cinco minutos enlouquecedores. Refleti muito sobre tudo isso. Sobre a dor de um passarinho preso numa minúscula gaiola, querendo sair, voar, ganhar o mundo. Lembrei da canção Pássaro, Canto e Cativeiro, do nosso cantador Antônio Pereira, que tanto fala sobre a dor de um passarinho preso na gaiola, querendo voltar a ser livre, voar, voar. Depois, em meus devaneios, pensei: muitas vezes, encontramos portas abertas, e entramos. Às vezes, foram as piores decisões e incursões de nossas vidas. Como sentencia a música Esses Moços, célebre na voz de Nelson Gonçalves, muitas vezes saímos do céu, e vamos ao inferno à procura de luz. Lá dentro, vivemos dias de profunda angústia e dor, queremos sair, a porta está ali, escancarada, mas não vemos. Entramos com toda a força de nossas energias, com nossos sonhos nos estágios mais sublimes e elevados, e não encontramos essa mesma energia que nos dê forças para sair, quando descobrimos o segredo do outro, quando os sonhos,então,tornam-se uma terrível realidade. Muitas vezes, acredito, basta alguém para nos ajudar, uma mão estendida, uma palavra amiga, como eu queria fazer com aquele passarinho, para que ele saísse de seu desespero, de sua prisão, rumo à liberdade que havia ficado lá fora, embalada pelo vento e pelo frescor da noite. Ou, quem sabe,basta-nos ouvir a voz que grita dentro de nós, essa voz de um Deus que habita o interior de quem já O descobriu.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

AGENDA OCULTA DO PT


(RÔ Campos)

Tem muita coisa por trás disso tudo, nós bem o sabemos. É a "agenda oculta" do PT. Essa presidente não deve estar muito bem de suas faculdades mentais. E o pior é que, apesar de tratar-se de uma questão absolutamente grave, pois são os destinos da saúde deste país, o povo comeu abiu e as vozes das ruas emudeceram de forma ensurdecedora. Esses vetos indecentes têm que ser derrubados, senão, pobres de nós...A incoerência é tão gritante que, só para fazer uma ligeira comparação, regulamentam a profissão de doméstica, e, em seguida, desregulamentam a de médico. Com que interesses tão escusos???? Aonde esse povo quer chegar, ou nos fazer chegar? Isso fede muito, tem um viés tão absurdamente autoritário quanto ultrapassado. Dizem, dizem, que a intenção é privatizar. Mas a mim me parece que a intenção é lavar as mãos, deixando à própria sorte o mais importante dos bens que o ser humano possui, que é a sua saúde. Não importa liberdade. Não importa dinheiro. Não importa nada, se um homem não tem saúde. Um homem sem saúde não é nada nem ninguém, pois, para gozar dos demais bens que o bem maior, que é a Vida, concedeu-nos, necessitamos dispor de saúde física e mental. Enquanto Obama, nos Estados Unidos, lutou para que os pobres tivessem acesso a um programa de saúde naquele país, aqui, o governo de plantão dilapida o precário sistema existente, em detrimento dos pobres e da classe média. Eles, os políticos, dispõem, dentre outras benesses, pagas com o dinheiro do povo, de aviões, inclusive para os piqueniques, para se locomover para onde bem entenderem, e para pagar honorários médicos, os mais renomados, e hospitais, os mais sofisticados. Os ricos, também. Agora, nós, classe média e pobres, estamos cá a ver navios. Isso é muito sério, e o povo precisa acordar. As associações e organizações de defesa da democracia precisam acordar. Estão jogando na lama a dignidade dos médicos deste país. Estão jogando na lama a dignidade do povo deste país.

PROIBIDO DESERTAR


(RÔ Campos)

Sempre há um caminho a percorrer, por mais duro que o seja. Por mais árido que o seja. Por mais escuro que o seja. Mas, ao término do percurso, ninguém nunca mais será o mesmo. A dor, a solidão, nossos dias de inverno, lapidam nosso coração. E haverá desertos novamente, mas eles não nos vencerão. E haverá escuridão, novamente, mas ela não nos cegará. E haverá dor, novamente, mas ela não nos fará querer desistir. E haverá frio, novamente, mas a conexão com o Cosmo nos fará suportar. E haverá medo, novamente, mas a coragem será sempre companheira. E haverá solidão, novamente, mas um coração onde o amor transborda nunca será só. E uma alma que descobriu seu Deus interior, e com Ele conversa, e com Ele se aconselha, fará sempre todas as travessias, cumprirá todos os percursos, e sempre sairá mais forte do que entrou. A vida nos oferece infinitas possibilidades de vitória em seus combates. Há apenas uma exigência: é proibido desertar.

SOBRE O PAPA FRANCISCO E A IGREJA DE JESUS CRISTO


(RÔ Campos)

Gosto da carinha e do jeitinho do papa Francisco. Gosto de suas atitudes, usando as sandálias da humildade. Acho que o sorridente papa Francisco veio realmente para resgatar a igreja de Jesus Cristo. Estou lendo "PAULO E ESTÊVÃO", livro psicografado por Chico Xavier, ditado pelo espírito de Ammanuel, um dos mais belos da literatura espírita. Uma leitura eletrizante, que não dá vontade de parar. São 488 páginas; faltam em torno de 100 para eu terminar. Narra sobre os primórdios da criação da Igreja de Jesus Cristo, começando pela história do velho Jochdeb e seus filhos Jeziel e Abigail. Jeziel, que, convertido, adotou o nome de Estêvão, e sua história de sofrimento, perda, e amor, muito amor ao próximo, considerado, por isso, o primeiro mártir do Cristianismo. Depois, segue-se à história de Saulo de Tarso, um dos maiores perseguidores da nascente Doutrina Cristã, o qual converteu-se ao Cristianismo, após ter tido uma visão de Jesus, a caminho de Damasco, capital da Síria, passando a adotar o nome de Paulo de Tarso, tornando-se o maior divulgador da Igreja de Jesus Cristo. A troca de nome feita pelos convertidos tornou-se costume na Igreja de Jesus Cristo sempre para homenagear grandes figuras que contribuíram para a fundação ou divulgação da Igreja. Por isso, considero sublime a escolha, pelo novo papa, do nome de Francisco, uma homenagem a Francisco de Assis, o despojado, o santo dos pobres, dos humildes, dos oprimidos, e amigo dos animais,esses seres de suma importância para nosso desenvolvimento espiritual. Esse romance nos mostra o quanto a Igreja de Jesus Cristo se perdeu no decorrer de séculos, afastando-se do ideal de sua criação e das lições ensinadas pelo humilde Carpinteiro de Nazaré. A Igreja de Jesus Cristo foi fundada para dar amparo aos pobres, aos miseráveis, aos doentes, aos pequeninos. Mesmo para aqueles que não creem, a leitura desse romance é absolutamente magnética, ainda que o tenham como ficção ou relatos da História. Agora, vou procurar fazer a leitura de livros que me expliquem por que a Igreja de Jesus Cristo passou a se vestir de ouro, a ostentar e escancarar uma opulência desmedida (se é que possa haver medida certa para a opulência), afastando-se tanto do ideal de sua fundação, em todos os sentidos.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

REVISITAÇÃO


(RÔ Campos)

Hoje, sem querer, te revisitei
Um pouco de minha vida que se foi
Muito de tua vida que ficou...pensei.

Lembrei-me do salgueiro a chorar
Ferido de silenciosa solidão
E dos sonhos que deixamos de sonhar.

Lembrei-me do rio que te levou
Dos caminhos que eu não sei
Do sol que, sem querer, te açoitou.

Lembrei-me quando te vi, a primeira vez:
Teus olhos de conta fazendo de conta
Que não miravam a minha tez.

Lembrei-me ainda do último dia
Quando te fostes, nas primeiras horas
Levando na bagagem, todo contente, feliz
As promessas que eu não cumpriria.