domingo, 11 de janeiro de 2015

OLHOS VENDADOS


(RÔ Campos)

Quando o sol bater no teu peito,
E, meio sem jeito, abrires a porta,
E deixares o sol entrar -
Trazendo a luz que te mostre aos olhos
Que tão rasas são as alegrias,
E tão falsos os amores e amigos
Que povoam as tuas folias -
Quem sabe, assim, então,
Esgotes os teus estoques de ilusão,
E voltes pra vida, desiludida,
Pra cuidar do que é teu.
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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

NAVEGAR


(RÔ Campos)

Pus-me a navegar por muitos rios da vida.
Nas descidas, sempre levada pela correnteza,
Vivia cheia de certezas:
A vida era algo muito fácil de ser vivido.

Nas voltas, subindo os rios,
Sempre navegando contra a correnteza,
Comecei a sentir a dureza que também é viver,
Mas hoje tenho a certeza de que não posso parar.

Navegar é tomar uma atitude em prol da vida.
Seja descendo ou subindo os rios.
Seja nas tempestades ou na calmaria.
Não temos outras escolhas.

O SILÊNCIO DA SOLIDÃO X OS ECOS DO PASSADO


(RÔ Campos)

Ai, solidão, não me apavora!
Faz algum tempo não te sinto.
Vivo tão cheia de tudo, e isso parece bom,
Mas é só em ti que eu me acho.

Ai, solidão, por que foste embora,
E me deixaste assim, tão perdida,
No meio de tanta gente que ri,
Enquanto minh´alma, triste, chora?

Ai, solidão, eu te preciso.
Vem cá, senta ao meu lado.
Quero ouvir o que me diz o teu silêncio,
E confrontar a tua voz com os ecos do passado.