segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

DEPRÊ, NÃO!!!

 

(RÔ Campos)


Quando o monstro me acenava com as mãos cheias de garras

Eu não sabia o que fazer

Ele era medonho  de feio

E vinha pra me destruir. 


O monstro dia a dia me possuía

Quando uma força misteriosa surgiu do nada

E me arrancou   do extremo cansaço

Que estava a me sugar  a vida. 


Para vencer o monstro

Não guerreei com ele

Vi uma luz no fim do túnel

E levantei a bandeira  da paz. 


Hoje,  o monstro ainda me assedia 

Não se pode baixar a guarda

Ele que lute!

Da vida nada nem ninguém me tira mais.

domingo, 20 de fevereiro de 2022

PELOS CAMINHOS DESTA VIDA

 

(RÔ Campos)


Que eu siga pelos caminhos que me levem

Sempre vestida de minhas insignificâncias,

Mas livre de  algema  alguma. 


Toda forma de opressão deprime,

Faz sucumbir qualquer força animadora.

É  prisão que cega até pela luz do sol vista por uma fresta.


Pavimentei  cada palmo do chão por onde andei,

Para chegar até aqui e  seguir adiante, 

Enquanto essa estrada não tiver fim. 


Meus ombros não suportam o peso da carga que não pedi, 

Mas a minha escolha a colocou em minhas mãos. 

Julgava que fosse leve, 

Até que,  um dia,  me vi cansada do seu peso insustentável. 


De mim me quiseram assenhorar,

Mas eu sou o meu senhor.   


Agora,  eu sei e digo: quantas vezes o que hoje  nos traz felicidade,  amanhã será a causa de nossas agruras.

O mundo é  dualidade.  Ponto. 

E, assim,  hoje a tristeza se senta e a alegria  se levanta. 

Amanhã,  quem se senta é  a alegria, e a tristeza nos assusta.


Portanto,  tenho dito,  não se engane.

Todos temos dentro de nós um anjo e  um demônio. 

Às  vezes,  o demônio dorme e o anjo está acordado.

Outras vezes,  o anjo se descuida,  e dorme. E o demônio nos assedia em plena luz do dia.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

SÓFIA

(RÔ Campos)


O que é o meu saber

Senão saber que nada sei.

E quando eu chego a pensar

Que de alguma coisa eu sei

Descubro saber menos

Do que tudo aquilo 

Que eu penso que sei.


Assim é o meu saber

Ou aquilo que consiste em pensar que sei:

Todo dia desaprendo

E de novo procuro aprender

Que nesta vida nada se sabe

A não ser que todo dia

Morre para depois renascer.


E quando o dia acaba de morrer

Vem o meu saber e me diz

Que nada dura para sempre

E que tudo muda depois que eu me desnudo

Que tudo,  absolutamente tudo,  é relativo

E nada, nada, nada é  definitivo.