terça-feira, 26 de novembro de 2013

A POLÍTICA, O PODER E O DIABO SEDUTOR


(RÔ Campos)

Andei divagando a respeito do sujeito que se torna político. Jamais ingressarei na política. A pessoa, por melhor que seja, quando entra na política, primeiro aluga a alma aos inescrupulosos e bandidos, e depois acaba vendendo-a ao diabo, porque o danado do diabo - convenhamos - é um sedutor. Vejam o caso do Zé Dirceu e do Genoíno, por exemplo. Agora, Lula não, com Lula foi diferente. Ele, quando entrou na Câmara Federal, tratou de se proteger, e ficou ali bisbilhotando, como um verdadeiro olheiro, querendo saber quem era quem, e como faria mais adiante, quando chegasse lá onde Lulalá queria, para cooptar as almas necessárias ao seu projeto de poder, conforme rezava a sua cartilha. Diplomado nas maracutaias da Câmara Alta e da Câmara Baixa, caiu fora, chegando, depois, à Presidência da República. Ele já sabia o caminho das pedras...E até as pedras do caminho. Lula nunca alugou sua alma aos inescrupulosos e bandidos. Lula também nunca vendeu sua alma ao diabo. Lula, na verdade, tornou-se um grande latifundiário de almas. Quando o inferno começou a se desmantelar, Lula tratou logo de se desfazer de suas almas, que, hoje, andam "penando" nos estertores da Papuda. Enquanto isso, Lula fala pelos cotovelos, com o seu silêncio mórbido. E suas almas abandonadas ardem no fogo do outro inferno. Assim é o diabo. Com ele não tem conversa. Até Jesus - o maior socialista que desembarcou na terra - o diabo tentou seduzir, mas, conta a lenda que não conseguiu. E o povo não aprendeu, mais de dois mil anos depois, que o poder corrompe a alma do homem.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

ACERCA DA TEMPESTADE E DA BONANÇA E TAMBÉM DA SORTE


(RÔ Campos)

Já percebi mesmo que a regra são as coisas acontecerem assim, tijolinho por tijolinho, durante muito tempo, pacientemente, passando por tempestades que têm de ser necessariamente enfrentadas, senão, somos vencidos. É impressionante o fato de que, quando a tempestade vem, vai levando tudo com ela. Temos que lutar e ao mesmo tempo nos resguardar, para suportarmos a travessia e aguardarmos a bonança, pois assim é a vida: Ora senta a bonança; ora a tempestade se levanta, e vice-versa. Não dá pra se deixar fragilizar, porque desistir será o caminho mais curto e sedutor. Exceção é alcançar a meta assim, tão de repente. Ou, muitas vezes, sem até mesmo planejarmos. Algo, quem sabe, como essa coisinha que chamamos de sorte. Mas, de uma coisa eu sei: não existe sorte assim, ao léu. A sorte só vem quando nós, de qualquer forma, propiciamos que ela desabe sobre nossas cabeças. Quem, por acaso, já ganhou na loteria sem jogar?

ACERCA DO JULGAMENTO HUMANO


(RÔ Campos)

O julgamento humano é implacável e perigoso. Ele não considera a flor, mas apenas o que fere, nem também a Poesia, mas somente a maldade. O julgamento humano é de um egoísmo desmedido, escancarado, pois põe sobre a balança, de um lado, todo o peso do seu olhar e fúria, e, do outro, as penas do desgraçado. Somos muito diferentes quando ora estamos na posição de julgadores e ora somos os julgados. Julgamos o outro de acordo com nossas "convicções", das quais ninguém nos afasta e nem nos convence de possíveis enganos, porque é mais fácil condenar do que perdoar, não obstante o ensinamento Cristão acerca do perdão. Agora, quando somos nós os julgados, consideramo-nos merecedores de todas as graças e jamais nos sentimos culpados. O outro sempre estará errado.
O julgamento humano vai além, muito além do universo da alma. Ele só vê o acre e ignora a doçura. É como uma espada que corta e perfura, que dói e que arde, vencido o adversário. Muito sangue se derrama. Muitos jardins morrem, quando tudo o que precisavam era de uma simples rega para viver. E, junto com os jardins, vão-se as flores. Adeus Primavera! O julgamento humano é como uma fera que machuca, que dilacera. É como se descesse uma cortina opaca diante do tribunal da consciência do julgador e cerrasse o seu olhar.
Quando julgamos e condenamos o outro, vomitamos o que de pior existe dentro da gente. Porém, quando absolvemos e perdoamos, deixamos emergir o que há de melhor em nós.






















































































































































domingo, 24 de novembro de 2013

UM NOVO AMOR


(RÔ Campos)

Quem me dera a sorte
De amar outra vez,
Se meu coração se fechou
Quando o último amor foi embora.

Quem me dera a sorte
De amar outra vez,
Sem temer um novo amor
Que bater à minha porta.

Quem me dera a sorte
De viver essa insensatez
De abrir meu coração mais um vez,
E amar outra vez...

E viver, e amar, e amar, e amar
Sem saber o amanhã
Sem nem saber por que
Minha vida é amar assim.

sábado, 23 de novembro de 2013

O RESGUARDO DA DOR


(RÔ Campos)

Guarda tuas dores no teu peito.
Guarda lá no fundo os teus segredos.
Esses tais amores imperfeitos,
Que às vezes deixa a gente assim,
Meio sem jeito, metades feitos.

Guarda tuas dores no teu peito;
A dor é tua, não deve ir à rua;
Nem ser lodo nem ser lama,
A dor de cada um que ama.
A dor de quem tanto já amou.

Guarda tuas dores na solidão
De um copo cheio, na mesa de bar.
De bar em bar, sozinho.
Que não saiba nem o teu vizinho
As duras penas de uma tal sofreguidão.

Guarda dentro do teu peito a traição.
Guarda também a dor, e tranca no teu peito.
Põe o chapéu e leva a chave na mão direita.
Vira o peito do avesso e vai pra rua.
Derrama na sarjeta a dor que é tua.
2Curt

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

ONDE ESTÁ JESUS?

(RÔ Campos)

Aonde ir?
A quem reclamar?
O que fazer?
Juro que não sei.
E você?
Internet sem sinal.
Escuridão total.
Trânsito um verdadeiro caos.
Muita gente vivendo na moral.
E o que dizer do Congresso Nacional?

Aonde ir?
A quem reclamar?
O que fazer?
Juro que não sei.
E você?
O que nos resta, afinal?
Que luta é essa, tão desigual,
Entre o Bem e o Mal?

Aonde ir?
A quem reclamar?
O que fazer?
Juro que não sei.
E você?
Diga-me: aonde nos levará essa estrada?
O que fazer para alcançarmos o Papa?
Fazer valer a Igreja primitiva de Paulo e Estêvão?
E Jesus? Onde está Jesus, meu irmão?
O caminho?
A verdade?
A vida?

domingo, 17 de novembro de 2013

LOBÃO NA VEJA

Estou lendo só agora minha VEJA da semana passada. Olha que eu não aprecio o Lobão, mas como o cabra foi afiado na sua coluna, com o artigo "A era do rebelde chapa-branca". Um trecho diz o seguinte:
"O Gil acabou no comando do Ministério da Cultura, onde foi aninhando sua cria, o Fora do Eixo, que teve como ponta de lança o Pablo Capilé, um rapaz que afirma ser contra o direito autoral, contra o autor, contra o livro e é pupilo de Zé Dirceu. Tira dos artistas para entregar de mão beijada aos magnatas das redes sociais como o Google, o YouTube e o Facebook. Isso porque não estamos ainda perguntando para onde foi toda a grana que ele recebeu através das leis de incentivo à cultura. É um típico rebelde chapa-branca. Mas o Caetano acha "muderno" esse retrocesso estúpido e desonesto. Chico, lá da França, assina carta de apoio ao Genoíno. São os nossos coronéis chapa-branca solando de cavaquinho".

Mas não é que Lobão esqueceu de incluir um nome de uma empresa brasileira quanto à questão dos direitos autorais tirados dos artistas e entregues aos magnatas das redes sociais!!! Terá sido de propósito??? Alguém aí pode me dizer qual o nome da empresa, porque o alemão tá me atrapalhando todinha. É, esse alemão não tem jeito, não, é global mesmo.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

FIOS DA VIDA



(RÔ Campos)

Foram tantos os planos...
E quantos mais planos fiz,
E mais depositei meus sonhos em cestas alheias,
Tantos mais foram os meus desenganos.

Quantos mais desenganos sofri,
E mais feridas se abriram,
Mais forte busquei ser,
Para não me entregar,não ruir.

E quanto mais força procurei,
Muito mais encontrei nos escombros
De outros sonhos do passado, desfeitos
Latentes em minha memória.

Agora, eis-me aqui.
Já não sonho os mesmos sonhos.
E aqueles tantos desenganos,
Os fios que tecem a vida me ensinaram a esquecer.

RETRATOS DA VIDA


(RÔ Campos)

São muitos os retratos
Diante dos meus olhos cansados,
Como se fosse uma avenida
Da vida, nas telas do cinema,
Me trazendo o passado.

Vejo o sorriso escancarado,
Um beijo, o último abraço,
A cama desfeita, o café na mesa.
Ouço os gritos das crianças,
O latido dos cachorros,
O disco tocando na vitrola.
Ouço as vozes de outrora.

A luz vai embora.
Abro a janela da sala, o vento me beija
E apaga a vela posta sobre a mesa.
Está tudo escuro, agora,
E, ainda assim, vejo rostos,
Muitos rostos na parede da memória,
Que nem a força do vento leva embora.

Fecho os olhos e tudo fica claro
A infância alva como os fios da manhã
Os primeiros dias de escola,
As brincadeiras na hora do recreio.
Eu, sempre querendo ser a melhor,
As melhores notas, o melhor trabalho
Na escola, com as amigas, na TV.

Quase que esqueci de viver.




domingo, 10 de novembro de 2013

REINO ENCANTADO DA PARCERIA

(RÔ Campos)

Era uma vez
Uma velha rainha e um jovem rei...
Ela habitava um castelo
No reino da fantasia
Onde portas e janelas
Paredes, telhado e cozinha
Eram todos feitos de poesia.

Ele, tão logo veio ao mundo
Habitou um mágico palácio
No reino da musicologia.
Menino prodígio, predestinado
Cedo iniciou os seus acordes
Espalhando em todo o reinado
O que as musas lhe inspiravam.

Um dia, a velha rainha e o jovem rei
Casualmente se encontraram numa festa
Num reino próximo aos seus
Onde o rei, já vivido, reinava, havia um tempo
Na Constelação dos Corações Valentes.
E o jovem rei, movido pelo encantamento
Pôs-se a musicar os versos da velha rainha.

Era uma vez
Uma velha rainha e um jovem rei
Que se conheceram no reino da fantasia
Poetando acerca de amores imaginários.
Melodia e poesia se encantaram e se casaram
E, desse casamento perfeito, deram à luz uma filha:
Música, é o nome dela.

A PROVA DOS NOVE

(RÔ Campos)

Que coisa mais linda
De se olhar.
Que coisa mais linda
De se viver.
Que coisa mais linda
É viver para o samba.
Porque só quem sabe o samba,
Sabe também o que é viver.
Porque só quem vive de verdade,
Prova do doce e do amargo,
Do que é amar e sofrer.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

SÓ O TEMPO


(RÔ Campos)

Só o tempo vai dizer
O que tantas vezes já tentei
Mas eu posso dizer, eu sei
Você vai se arrepender.

Só o tempo vai dizer
O que você nunca quis ouvir
E você vai então lembrar de mim
E também vai se arrepender.

Só o tempo vai dizer
Sobre o verdadeiro amor
Esse que você não deu valor
E será tarde pra se arrepender.

domingo, 3 de novembro de 2013

O HOJE E O AMANHÃ


(RÔ Campos)

O hoje sempre acaba
Mas o amanhã sempre vem
Ainda que seja coberto de trevas
Ainda que seja repleto de luz.

O hoje sempre acaba
Mas o amanhã sempre vem
Ainda que seja na névoa da guerra
Ainda que seja na brancura da paz.

O hoje sempre acaba
Mas o amanhã sempre vem
Para quem acredita no amor e na vida
E não se esvai no fogo da desilusão.

sábado, 2 de novembro de 2013

QUANDO A RAZÃO PERDE O JUÍZO

(RÔ CAMPOS e VALDO CAVALCANTE)

Quem era pra estar certo
Acabou perdendo a razão.
Um pai à procura de sua menina
Perdida, no meio do parque
Fumando maconha
Entre amigos de araque.
Todos meninos perdidos
Sem rumo na base de um baseado
Fungando no embalo do funk.

Quem era pra estar certo
Acabou perdendo a razão
Revoltando a pequena multidão
De pequenos perdidos no parque
Sem base, sem laço, sem casa.
Meninos perdidos na rua
E nos labirintos da mente
Vitimizados, vítimas
Da família, do Estado
Desse estado de coisas.


Quem era pra estar certo
Acabou perdendo a razão.
Porque a razão tem razões
Que as paixões desconhecem.

Quem era pra estar certo
Acabou perdendo a razão.
Porque as paixões não têm razão.
Porque as paixões não têm coração.
E sempre agem à revelia.
E sempre perdem a cabeça.

Quando a razão perde o juízo
Não há mais chão. Só abismo.