terça-feira, 30 de março de 2010

"RESSUSCITA-ME"

O poema a seguir escrevi há aproximadamente 7 meses. Era um momento muito delicado de minha vida. Numa madrugada, veio-me a inspiração. Apesar de não professar qualquer religião (muito embora acredite piamente na existência de Deus, à minha maneira - e nisso o texto é taxativo), imagino que ele seja adequado para esse período que a Cristandade elegeu como a Semana Santa. E então, pessoal, será que eu tenho alguma chance??? Aproveitem esse período, que é propício para fazermos reflexões sobre nós, nossa família, os amigos e o mundo. E, como também somos filhos de Deus, vamos deixar sobrar um espaço para a música, um bom filme, uma excelente leitura, e, claro, se a chuva deixar, uma esticadinha ao Boteco, para tomarmos uma geladíssima (como diz a propaganda (ahah) com moderação, é claro). Você acredita que, no assunto bebida, alguém que costumeiramente não o é, consegue ser moderado ao beber, pelo simples fato de "lembrar" da chamada, ao final da propaganda da redonda,da quadrada, da verdinha, da loura, ou seja lá o que for? Será essa exigência da legislação relativa ao marketing/propaganda inócua, hipócrita?
Ah, mundo louco, louco mundo, mundo cão! Faz tempo que a Igreja liberou esse negócio de não poder comer carne na Semana Santa. Os comerciantes estavam enriquecendo à custa de uma proibição tola, digamos assim. Ainda bem que, nesse ponto, a Igreja evoluiu. O tema da Campanha da Fraternidade deste ano vem de sola, no combate à exploração do homem pelo capital. Há que se lançar um olhar mais humano para o homem. De nada vale viver uma vida de lutas, para mera aquisição de bens materiais (ou não, como ocorre na maioria das vezes),deixando de lado a evolução espiritural, a alegria de viver, propriamente dita, de desfrutar dos prazeres da existência. É, minha gente, essa coisa de trabalho (?) vem desde que o mundo é mundo, lá, na Antiguidade. Uma das chagas do capitalismo: esquecemos da essência da vida, de desfrutar dos prazeres que nos são concedidos fartamente pela natureza. Não temos tempo para isso. O tempo e o trabalho nos consome o tempo todo. E nós consumimos bens materiais. Só.

"RESSUSCITA-ME”


Quero acordar e viver ainda o que me cabe
Enquanto a chama ainda arde
Ressuscita-me
Quero ver o dia nascer e o sol se por
As estrelas brilhando no céu
Ressuscita-me
Sei que ainda é cedo
Não, não deixe que fique tarde
Ressuscita-me
Ainda tenho tanto que viver
Eu sei, és Tu quem sabe
Mas meu peito ainda pulsa forte
Tenho muita sede de viver
Ressuscita-me
Sei que tens esse poder
Sei que és Supremo
Faça-me ver onde paira a escuridão
Faça-me aceitar o que não posso mudar
Faça-me suportar a dor de minha decisão
Só o teu amor me faz feliz
Ressuscita-me
Sei que errei tantas vezes
Mas é tão difícil Te seguir
Humana, sou demasiadamente humana
A Teus pés, agora, imploro,
Ressuscita-me
Só o Teu amor perdoa
Só o Teu perdão me faz viver
Ressuscita-me
Dá-me de volta a vida
Essa pérola que a alguns porcos entreguei.

(Rosângela Campos)

MARÇO

Pessoal, transcrevo abaixo um poema que compus há alguns anos, cujo texto dá pra perceber bem do que se trata. Por enquanto, acredito que ainda esteja atual. E vocês? Será que vai passar um dia?

MARÇO

Mar, do mês de março
Março das águas torrentes
De amores vertentes
De dores nascentes.

Março, o mês terceiro
Dos meus amores
Que pariu abriu
De encontros mil

Março que, com fevereiro
Disputa eternamente
O carnaval
No Rio de Janeiro

Março dos arianos
Não profanos
Nem insanos
Artífices

Março, que acena para o verão
Que se vai mais uma estação
Nasce abril, é outono
E no sertão não cai folha, não

Março, que já foi negação
Tudo era NÃO
No último dia
Da re(in)volução

Março, que escancarou ladrões
Das nossas canções
De nossos corações
Destruindo ilusões

Março, que dormia agonizando
Levantava em pleno pranto
Transbordava moribundo
E morreu vagabundo nos porões

Março
Do fim de tantas alegrias
Início de duradoura agonia
Extermínio covarde da fantasia

Março,
Sem cadeiras nas calçadas
Sem aceno na varanda
Não se pode ver passar a banda

Março,
Que “ VAI PASSAR”
“APESAR DE VOCÊ”
Quando o dia florescer
“ PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES”

(Rosângela Campos)

O GOL DE ARMANDO NOGUEIRA

Cada vez que pessoas como Armando Nogueira se vão, sinto uma tristeza imensa.Depois da tristeza impactante,porém, vem a certeza de que, obras como a de Armando Nogueira são tão fartas e edificantes, que certamente poderemos viver ainda bons e longos anos, se vida tivermos, usufruindo de seu legado. Ele é um dos grandes exemplos de pessoas que, ainda jovens, saem dos confins do Brasil, lá de Xapuri, no longínquo Estado do Acre, botam os pés na estrada e vencem. Vencem pela vontade de descobrir o mundo, pelo caráter forte, pela integridade moral, pelo amor às artes, às letras. A bola, como, certa vez, declarou Armando Nogueira em entrevista reprisada ontem na TV Globo, parecia não nutrir paixões por ele, que, assim, resolveu dedicar-se ao mundo do futebol na condição de jornalista esportivo (como gostava de ser chamado)e cronista. Ele foi um verdadeiro poeta da bola, amante incondicional do meu, do nosso Botafogo. Uma mente brilhante, um atleta das palavras. Sua história de vida fez-me lembrar de uma mensagem que recebi outro dia, de uma amiga recente: "Üm poeta escreve poesia. Um poeta da vida vive a vida como uma poesia". Foi-se Armando Nogueira, numa noite de intrigante lua cheia, aos 83 anos de uma vida explêndida, sem medo da morte. Ele sabia que havia combatido bem o seu combate. Retirou-se desta vida com um gol brilhante, inesquecível. Um verdadeiro gol de placa.

segunda-feira, 29 de março de 2010

OS MELHORES DO ANO NA REDE GLOBO

O controle da TV não estava funcionando. Então, com preguiça, fiquei assistindo ao Programa do Faustão, ontem, domingo. O dito cujo entregava trofeus a artistas premiados em várias categorias, como melhor atriz/ator, melhor cantora revelação etc. Na categoria melhor música, dentre as três que foram classificadas me parecia, assim, que não havia nenhuma pérola, muito embora a de autoria de Maria Gadu me agradasse. Mas, venhamos e convenhamos, eleger "Você não vale nada mais eu gosto de você" como a música do ano (2009)é assustador, e revela o poder "nada oculto" de certas coisas. Que pena que tanto lixo seja despejado nas cabecinhas da juventude brasileira, que sequer tem o direito de escolha, numa espécie de ditadura da cultura. E o que temos de melhor mesmo, faz absoluto sucesso na Europa, Estados Unidos e Japão,para citar alguns países, porque no Brasil, que é bom...
O que será que podemos fazer para mudar esse cenário?