sábado, 31 de dezembro de 2011

QUINZE PESSOAS VIVAS PARA AS QUAIS EU TIRO O CHAPÉU PELA FORÇA, CORAGEM, OUSADIA, PERSEVERANÇA, PERSISTÊNCIA, CRENÇA NA VIDA, ESPERANÇA QUE NUNCA MORR

OBS: ESTA LISTA NÃO SE ENCERRA POR AQUI. VEM O SEGUNDO TEMPO.

1) VANESSA CAMPOS, minha sobrinha, cuja fortaleza me causa inveja, aquela das boas. Ela é como Fênix!
2) ROSALBA CAMPOS, minha irmã, nossa segunda mãe, a madre superiora, por haver alcançado um estágio elevado de espiritualização, pela sua doçura, por sua humildade às vezes desconcertante;
3) MARINA CAMPOS, minha mãezinha querida do meu coração. Queria muito ser forte como ela, ter a coragem que ela sempre teve. Minha mãe nunca teve medo de nada. Ainda agora, com 79 anos, ela teima em digladiar-se com o maldito alemão, esse de nome tão feio, Alzheimer! Ela não se entrega! Saravá!
4) LUZINETE, nossa preta querida, a BABÁ de meu ex-amado Eugênio Teixeira, Ricardo Teixeira, Suzany Teixeira e Geraldo Teixeira, tudo pernambucano cabra da peste, de Garanhus, assim como BABÁ. Por sua sabedoria, sem nenhum estudo ter. Por doar-se tanto e esquecer de si mesma. Por sua inesgotável fonte de amor;
5) JOÃO FREIRE, dentista, meu querido amigo há 21 anos, praticante do Espiritismo há décadas, um solidário de carteirinha;
6) GESSY, nossa ex-secretária para assuntos domésticos aqui em nosso lar-doce-lar. Por sua fé inabalável. Cinco filhos. Dois foram, na mesma época, parar na cadeia. Um deles mal havia completado 18 anos. Um, já está livre; o outro, apodrecendo na penitenciária. E ela não desiste de seus filhos. NUNCA!;
7) CÉLIA, nossa ex-vizinha no Japiim. Pela sua perseverança na luta contra o câncer há mais de 5 anos, luta esta encetada principalmente pelo desejo de criar seu filhinho, vê-lo crescer dando-lhe o amor que toda criança precisa para viver. Há brilho nos seus olhos, mesmo em meio a tantas adversidades;
8) EDMILSON, um cliente meu há cerca de 20 anos. Lutamos durante anos tentando conseguir sua aposentadoria por invalidez, em virtude de haver sofrido um acidente de trabalho em 1990, quando dirigia o veículo da empresa na qual trabalhava como motorista. Durante esse tempo, ele recebia, a título de auxílio-doença, algo como um terço do salário mínimo. Ingressamos também com ação na Justiça do Trabalho, pleiteando indenização por danos morais e materiais. Que périplo!
Não conseguimos ganhar a aposentadoria, mas, vitoriosos na Justiça do Trabalho, ano passado, finalmente, celebramos um acordo que lançou luz sobre a vida do sr. Edmilson;
9)GERSON SANTOS, nosso querido amigo vitimado por um AVC em fevereiro de 2009, que lhe deixou sequelas, mas, felizmente, não lhe roubou a lucidez. Um apaixonado pela vida e pela música, que continua seguindo a sua trajetória;
10)ÍRIA, a Loura do ET BAR, porque não é pra qualquer um administrar um boteco, pior ainda quando se é mulher, neste país tão preconceituoso, tão machista. Ainda mais que ela faz isso por puro prazer...e não por necessidade alguma. O ET BAR é a vida da Íria. E ai daquele que ousar sacaneá-la. Ela se veste de leoa;
11) NINA, minha irmãzinha querida. Quem a conhece sabe por que estou dizendo isso. Uma enciclopédia musical. Adora música e dançar. Um pequeno grande ser. A Tia Pequenina de nossos sobrinhos;
12) RODRIGO, meu sobrinho. Por estar buscando montar as peças desse quebra-cabeça que é a vida. Por haver crido em meio a tanta escuridão. Por não haver desistido.
13) ÉRIC, meu filho. Por haver seguido os meus passos. Por ter chutado o pau da barraca. Por ter aberto a porta de seu coração e deixado o amor entrar, sem medo de se arriscar. Por ter nos dado Diogo, essa criança linda que veio iluminar nossas vidas;
14) AS MULHERES E HOMENS HAITIANOS REFUGIADOS EM MANAUS, tão longe dos seus, tão longe, e tão perto de Deus, mesmo tão abalados, tão sofridos, tão humilhados por esse mundo injusto...E ainda assim seguem, com um sorriso no rosto, em busca de uma nova pátria;
15) A TODAS AS MÃES ANÔNIMAS QUE TIVERAM SEUS FILHOS BRUTALMENTE ARRANCADOS DE SEU COLO, por não desistirem da vida, apesar de tanta dor. Só o amor de mãe salva!

A AVENTURA QUE É VIVER

(RÔ Campos)

Quero escrever. Quero escrever e não estou sabendo como iniciar. Muita coisa vem à minha mente e o enredo se confunde. Luz! Luz é o que importa. Onde há Luz, há vida. Quero poder continuar essa caminhada não me mantendo fixa na direção do meu foco, de onde quero chegar. Quero poder olhar para os lados, para baixo, para cima e até mesmo para trás, e não apenas para adiante. Porque o melhor de tudo isso não é a chegada, pois que certamente atingir a meta é o fim de tudo. O melhor mesmo é a trajetória, é olhar e sentir a beleza à margem da estrada da vida, é curvar-se para retirar as pedras do caminho, as pedras do poeta, que não cansou de dizer, com suas retinas fatigadas, que "tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra". Sim, porque as pedras existem no nosso caminho exatamente para isso, para que possamos nos curvar, para que possamos colocar as mãos sobre elas e retirá-las, não apenas de nosso próprio caminho, mas do caminho dos outros, também. E seguirmos em busca do nosso destino, do destino que forjamos com nossas próprias mãos. Somos homens, e não Deuses. Por isso precisamos nos curvar para percebermos que somos tão pequenos diante desse vasto e misterioso mundo. Se nossos caminhos estivessem todos planos e pavimentados, não haveria qualquer sentido percorrer a estrada da vida. O que faz sentido é desbravar, é tecermos nossa própria engenharia de vida, é sentir o gozo da aventura que é viver. Viver é uma façanha arriscada e é uma grande sorte. Para isso, há que se ser forte, encarar essa aventura com pulsos de pugilista e a pureza das flores. E com a bravura do soldado. Esse mesmo soldado levado à guerra à sua revelia e com o coração partido, mas que não perde a ternura...jamais.

domingo, 25 de dezembro de 2011

CORAÇÃO VAGABUNDO

(RÔ Campos)

Tenho um coração vagabundo
Que vive procurando emprego
Quando aparece um contrato
É só desespero
Não vale a pena
É sempre um empregador ordinário
(Que paga pequeno salário
Por meu coração, que é tão grande)
E não me dá descanso, um instante.

Além do excesso de labor, da sobrejornada
Horas extras 100%, sobreaviso, trabalho noturno
Da ausência de intervalo para repouso
Do descanso hebdomadário
Mata meu coração de fome, de sede
É um empregador salafrário.

Por causa de tanta exploração
Meu coração vagabundo
Que já girou o mundo
Muitas vezes fugindo do vício,
Do ócio
Buscando uma ocupação
Um ofício,
Hoje em dia é um preguiçoso
Não quer mais saber de trabalho
Horário, regras, desvalorização
Meu coração vagabundo
Tornou-se único
É da vida. É do mundo
Não é de ninguém.

(Acabei de compor. É a minha irreverência e o meu lado advogada (trabalhista) falando alto. Pra quem não sabe, hebdomadário significa semanal, semanário, logo, descanso hebdomadário é justo esse que todo trabalhador tem direito ao final de uma jornada semanal; trabalho noturno é aquele trabalhado entre as 22:00h e 05:00h da manhã seguinte, que, por lei, deve ser acrescido de um percentual de, no mínimo, 20% sobre a hora normal, o chamado adicional do trabalho noturno; horas extras a 100% aquelas trabalhadas nos domingos e feriados ou conforme convenção ou acordo coletivo de trabalho; labor é sinônimo de trabalho; sobrejornada são as horas trabalhadas além da jornada (horário) normal de trabalho; empregador salafrário é um patife que vive de explorar o trabalhador. Tá cheio disso. Desculpem se esqueci alguma coisa. São as férias, em razão do recesso forense que, para nós, encerra-se no dia 08 de janeiro.

LIBERTARIANISMO

(TEXTO EXTRAÍDO DO PORTAL LIBERTARIANISMO. DEFINITIVAMENTE, EU SOU UMA LIBERTÁRIA! ACREDITO PIAMENTE NA LIBERDADE, E PENSO QUE ESSE É O ÚNICO CAMINHO CAPAZ DE NOS GUIAR NA DIREÇÃO DE UM MUNDO MELHOR, MAIS JUSTO E PACÍFICO, PORQUE BASEADO NA LIBERDADE DE ESCOLHA, COMBINADO COM RESPONSABILIDADE E TOLERÂNCIA. SOMOS REALMENTE RESPONSÁVEIS PELOS NOSSOS DESTINOS, E, CONSEQUENTEMENTE, RESPONSÁVEIS PELO DESTINO DE TODA A HUMANIDADE. DEPENDE DE NÓS SERMOS BONS OU MAUS. DEPENDE DE NÓS AMARMOS OU SERMOS INDIFERENTES. DEPENDE DE NÓS ESTENDERMOS AS MÃOS OU A MANTERMOS ESTICADA EM DIREÇÃO AO CHÃO, PORQUE, AFINAL, SÃO AS NOSSAS MÃOS, E NÓS, APENAS NÓS, PODEMOS MOVIMENTÁ-LAS. NOSSAS MÃOS ESTÃO CONECTADAS AO NOSSO CÉREBRO. NÃO SOMOS ROBÔS. SOMOS HOMENS).PARA REFLETIR NESTE NATAL (RÔ CAMPOS)

"Libertarianismo é, como o nome implica, a crença na liberdade. Libertários acreditam no melhor dos mundos - livre, pacífico e abundante, onde cada indivíduo tem a máxima oportunidade de perseguir seus sonhos e realizar todo o seu potencial.

A ideia central é simples, mas profunda em suas implicações. Libertários acreditam que cada pessoa é dona de sua própria vida e propriedade, e que tem o direito de fazer sua próprias escolhas de como viver sua vida - conquanto que ela respeite o mesmo direito de outros a fazer o mesmo.

Outra forma de dizer isso é que libertários acreditam que você deve ser livre para fazer suas escolhas com sua própria vida e propriedade, desde que você não prejudique outras pessoas e suas propriedades.

Libertarianismo é então a combinação de liberdade (a liberdade de viver sua vida em qualquer forma pacífica que você escolha), responsabilidade (a proibição de usar a força contra outros, exceto em defesa), e tolerância (honrando e respeitando a escolha pacífica de outros)."

SANGRANDO II

(RÔ Campos)

Era um rapaz
Não tinha olhos claros
Nem azuis
Ao contrário
Era negro
Estava só
Sentado à porta da pensão
Com o rosto entre as mãos
Dormia, talvez cochilasse
Certamente não sonhava
Era solidão
E, quem sabe,
Carregava um mundo inteirinho
Em seu coração.

É Natal!
Então, é Natal!
E ele, ali, tão sozinho
Tão perto do nada
Tão distante dos seus
Sentado à porta da pensão
Sem família, sem amigos
Sem cama, nem colchão.

Pensei em lhe estender as mãos
Convidá-lo a passear
Queria lhe falar qualquer coisa
Desejar feliz Natal
Dizer também dos meus sonhos
Que ficaram para trás
Nos escombros do passado.

As palavras restaram presas na garganta
Ele não levantou a cabeça
Minha visão embaçou
Enquanto o outro homem sumia na escuridão
Ele, que também era solidão
Na noite de Natal.

Acendi um cigarro
Dei partida no carro
Voltei pra casa.

E o jovem rapaz continuou ali
À porta da pensão, fechada
Numa solidão cortante
E um mundo inteiro em seu coração:
Família, amigos, amores perdidos, irmãos
Quem sabe!
Quem sabe!
O tamanho dessa humana solidão
Ou dessa solidão desumana!?

Meus olhos marejaram
Meu coração chorou, chorou
A dor dele era também a minha dor
Uma dor cortante
Que, ainda assim, sorria
Sem nem saber pra onde
Pra quem
Sorriu, ao levantar a cabeça
Retirar as mãos do rosto
E voltou pro seu sono, sem sonhos
Pra sua solidão
Com um munto inteiro em seu coração
Família, amigos, amores perdidos, irmãos
Sonhos despadaçados
Sob os escombros do passado.

Era um rapaz
Não tinha olhos claros,
Nem azuis
Ao contrário
Era negro
Esta só
Sentado à porta fechada da pensão
Com o rosto entre as mãos
Em sua cruciante solidão
E um mundo inteiro em seu coração.

(Acabei de deparar-me com essa situação, ao deixar um amigo nas proximidades dessa pensão, no centro de Manaus, que fecha as portas a 1 da manhã e só abre quando o dia amanhece. Ele estava ali, um jovem aparentando 27 anos, negro, talvez um estrangeiro, sentado, com o rosto entre as mãos, alheio ao que se passava, cochilando ou dormindo, esperando o dia raiar para entrar na pensão. Choquei! Eu, que estava voltando para casa, para os meus).

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

ANJO E DEMÔNIO

(RÔ Campos)

Mora dentro de mim um desejo indizível de expandir-me
Mora dentro de mim um desejo latente de transbordar-me
Mora dentro de mim um quê que me abre, que nunca me fecha
Mora dentro de mim uma saudade infinita; uma vontade de viver e morrer jamais
Mora dentro de mim um poeta, um cantador, a palavra e o eco
Mora dentro de mim uma alma penitente, renitente, persistente;
Uma alma que ri e que chora
Um chorar por mim e por ti, que sempre chora, que nunca ri
Mora dentro de mim, à minha revelia e sob o meu olhar que condescende, um carcereiro.
E moram dentro de mim asas que me levam a voar, voar, voar...
Mora dentro de mim um coração franzino
Que tem alma de menino
Que faz-me crer que desfruto do tempo - de todo o tempo do mundo
Para viver e amar e gozar demasiadamente
Mora dentro de mim uma luz que acende quando a escuridão se avizinha
Mora dentro de mim um grande Bem, um farol, cujo mal espanta
Mora dentro de mim um querer tanto
Mora dentro de mim um prazer por amar hoje mais que ontem
Mora dentro de mim um êxtase, um transcender
Mora dentro de mim um eterno desejo de descobrir, o conservador e o novo
Mora dentro de mim a vontade de saber e de não saber se o saber me diz que não saber às vezes é melhor, ajuda a viver
Mora dentro de mim a essência do ser, a semente do viver, a alegria de amar incondicionalmente
Moram dentro de mim um anjo e um demônio
O anjo está sempre acordado; o demônio dorme.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

http://youtu.be/hchTdQVAig8

Se Deus Pai me permitir, muito breve estarei lá, nos Andes, em Máchu Píchhu, Cuzco, Nazca, em todo o Peru. Se Deus pai me permitir, verei o Condor passar. Serei eu, em liberdade plena, a voar nos céus dos Andes. Ali, onde nasce o Grande Rio,o maior do mundo, o Amazonas. No Peru...Na Cordilheira dos Andes...No Planalto de La Raya. Tantos são os nomes que recebe, desde a nascente e em todo o místico e aguerrido Peru. Solimões, quando se esparrama em leito de nossas terras. Amazonas, quando se une, sem jamais se misturar, ao Rio Negro, esse enigmático rio de águas negras, que também nasce nos Andes, na Colômbia. Se Deus Pai me permitir, muito breve estarei lá, no Peru, em território dos Inkas. Um povo que nunca se rendeu...e desapareceu...sem deixar rastros. Estarei lá. Na Festa do Sol.

SIMPLESMENTE TAUBKIN

http://youtu.be/yuHNb9ya21o

SOBRE OS ASSECLAS DO PT EM TORNO DO LIVRO "PRIVATARIA TUCANA", LANÇADO RECENTEMENTE. COMENTÁRIO QUE POSTEI SOBRE ARTIGO PUBLICADO NO SITE PORTOGENTE

Engraçado como nada disso emergiu quando tentaram envolver a filha de José Serra em certos esquemas. Eu não li o livro (e nem tenho lá esse interesse), mas não é novidade para o país alguns fatos da privatização que, agora, jogam no ventilador com uma sanha petista, como se fosse novidade. Lembro-me bem das enxurradas de liminares concedidas pelo Poder Judiciário suspendendo os leilões, das vigílias e movimentos à frente do prédio (cujo nome não recordo) onde se realizaram os (alguns, sei lá) leilões no Rio de Janeiro, de pessoas contrárias às privatizações e das quebradeiras e gritarias (principalmente do PT & cia). O que já me ficou claro, com o lançamento desse livro, nesse momento político que vivemos, é o oportunismo do PT, nesse jogo político imoral e indecente que impera no país. Já disse e repito: não sou filiada a nenhum partido, detesto partidos políticos, até porque eles só são instrumentos dessa malsinada política brasileira. No final, é quase tudo (pois há as exceções) farinha do mesmo saco. Não entraremos mais nesse jogo. Desde que caiu a máscara do PT, que charfurdou no mar da corrupção, ele, logo ele, que tinha como bandeira a ética, nenhum partido tem mais moral para fazê-lo. Não acreditamos mais em salvadores da pátria. Agora, só acreditamos no nosso poder, no poder do voto, na fiscalização, na cobrança, na transparência. Democracia participativa!!!! Independente de sigla partidária. Siglas podres. Siglas mortas. Que ainda (até quando, não sabemos) subsistem como vermes que se proliferam, eternas capitanias hereditárias, de norte a sul, leste a oeste de nosso país. Herança maldita! Até quando? Até quando? Depende de nós.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

TIA LÚCIA - PURA SABEDORIA

13 de dezembro é uma data dedicada à santa Luzia (ou santa Lúcia). Pois exatamente ontem achou de partir uma querida amiga chamada Lúcia. Setenta e dois anos muito bem vividos. Poderia ter vivido um pouquinho mais, não fossem os males provocados pelo vício do cigarro. Mas hoje, no velório, disse a um de seus filhos que ela viveu como quis. Sem fazer apologia ao fumo, mas era nas suas tragadas que ela procurava e encontrava momentos para relaxar da árdua batalha que enfrentou por quase toda a sua existência. Tia Lúcia, como carinhosamente todos nós a chamávamos (pois ela era realmente a tia de todos nós, a tia que qualquer um de nós gostaria de ter), era uma pessoa humilde, vinda do interior, e não sabia ler nem escrever. Trabalhamos juntas durante alguns anos no Centro da Indústria do Estado do Amazonas-CIEAM, no início dos anos 1980. Eu era secretária executiva da entidade, e ela, copeira. Formávamos um time maravilhoso: eu, tia Lúcia, seu Sabazinho (que faz anos partiu para o infinito), Eliene (filha do Sabazinho) e Gênesse (minha ex-cunhada), que levei para trabalhar no CIEAM e que até hoje está lá. Foram os melhores dias que passei na minha vida - disso não tenho qualquer dúvida. Em 1986, viajei com meus filhos, então crianças pequenas, para Recife, São Paulo e Rio de Janeiro. Tia Lúcia foi nossa companheira, nessa que foi sua única viagem (de avião) em vida, para fora do nosso estado. Única e inesquecível, tanto para ela como para mim. Tia Lúcia teve 9 (nove) filhos, que criou-os com galhardia, viúva e sozinha, sem saber ler, nem escrever, como já mencionei acima. Mas tia Lúcia tinha dentro dela algo muito maior que tudo isso: tia Lúcia tinha sabedoria, essa coisinha que não se adquire em bancos de escola. Sabedoria se adquire na universidade da vida, com o coração aberto para a vida. Tia Lúcia tinha raça e alegria. Não havia um dia sequer, mesmo cheia de tantas responsabilidades, que tia Lúcia não desse um sorriso, não gargalhasse, uma gargalhada rouca, já, àquele tempo, provocada pelo fumo. Tia Lúcia é uma lição de vida. Um testemunho de que tudo é possível, desde que se queira, desde que não se entregue, desde que se confie, desde que não se desista das batalhas diárias, para que possamos vencer a guerra. E se não a vencermos, que cheguemos, aonde quer que seja, e cheguemos com a certeza de haver combatido o bom combate. Só uma coisa me entristeceu: haver-me privado, durante tantos anos, da convivência mais próxima com essa santa mãe e amiga, que, certamente, muito mais me ensinaria, e afagaria meus cabelos com suas mãos de anjo, nas noites de tempestade, como nas noites de lua cheia.

domingo, 11 de dezembro de 2011

E VIVA A VIDA E A MÚSICA!

Encantada com a nobreza de um magistrado, sua família e amigos. Ontem estive acompanhando uns amigos que tocaram na casa de um magistrado (da Justiça Comum) de nossa cidade, em um condomínio agradabilíssimo. Uma reunião de pouquíssimos amigos, todos pondo a mão na massa e, depois, no dominó. A casa, bonita e funcional, mas sem maiores luxos. O anfitrião e sua esposa, de uma educação e gentileza absolutamente ímpares. Simplicidade regada a boas maneiras raramente vistas. O tratamento dispensado aos músicos, e a mim (que eles sequer conhecem, embora seja eu uma advogada militante), foi algo que, sinceramente, nunca havia visto antes. Se eu não soubesse que ele era um magistrado, jamais o diria. Os amigos e suas mulheres (todos moradores do mesmo condomínio), estavam, também, na mesma sintonia. Jamais vi - repito -, em toda a minha vida, tratamento igual dispensado a músicos nesta nossa cidade de tantos contrastes. No final, o elegante casal acompanhou-nos até a saída, com direito a tchauzinho quando engatei a primeira marcha no meu humilde paliozinho 2004. É uma prova de que o mundo ainda tem jeito, sim. E eu conheço a reputação ilibada desse magistrado. Só não sabia que mundos assim ainda são possíveis e existem de verdade. Parabéns, Doutor, a você (cujo nome não declino por questão de ética, embora minha vontade seja gritar ao mundo que existem pessoas tão belas como vossa excelência, que já atingiu um estágio tão avançado de evolução espiritual, com a consciência de que, como disse João, o poeta, "o corpo a morte leva"), sua linda e educadíssima esposa e a seus amigos e respectivas consortes, todos no mesmo diapasão. E VIVA A VIDA E A MÚSICA, UNINDO O MUNDO E CORAÇÕES.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

SANGRANDO

(RÔ Campos)

Você se foi
E o sol se pôs
Depois
E o sol nunca mais
Nasceu
Depois daquele dia
Que você, feliz
Se foi
E meu coração se fechou
Chorou, sangrando
Nunca mais sorriu
Depois que você
Se foi
Singrando o rio
Partiu
E nunca mais voltou.
Era manhã
E depois então
Escureceu
Depois que você
Se foi
O sol se pôs
E nunca mais
Se abriu.

sábado, 3 de dezembro de 2011

OLHOS DA ALMA

(RÔ Campos)

Quem foi que disse isso?
É injúria, calúnia, difamação?
Eu não sei dizer o nome
Eu só sei que é mentira
Pra machucar meu coração.

Quem mora dentro de mim
Eu sei
Eu só não sei a solidão
De viver sem mim, por aí
Eu sou feliz comigo, assim
Que no vazio de uma multidão.

Quem diz que me sabe
Comete falso testemunho
Meus crimes são perfeitos
Só eu sei os enredos
Em que se enreda meu coração.

Quem fala, fala sem razão
Diz o que vê
Com os olhos da visão
Mas há muito que eu sei
O que é o verdadeiro saber:
Olhar com os olhos da alma
Só assim se vê o coração.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

RETROVISOR

(RÔ Campos)

Mundo cão
Às vezes mar
Outras, anão.
Um mundo
Que, sem pernas
Anda
E não sai do lugar
Nunca!

Mundo cão
Onde nada muda
Tudo parece constante:
Mentiras são verdades
Descaradas
Verdades são fatos
Modificados
Histórias distorcidas
Tudo ao sabor do cínico
Do síndico
Sinecura
Lucius Apius.

O pão e o circo
De Roma aos dias de hoje
Sempre atual...
Mundo cão.
É ele quem te afama
O mesmo mundo
Que te celebra
Que te unge
E te condena.
Tudo ao sabor da mentira
Repetida
Tornada verdade
Nos espelhos do nazista
Do monstro Joseph Goelbbs
Nas teias da concupiscência
Da ambição desmedida.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

CORA COVARDIA!

CORA, COVARDIA!

(RÔ Campos)

Coragem é lutar sem armas. Covardia é se armar até os dentes.
Coragem é ter medo do escuro. Covardia é usar máscara à luz do dia.
Coragem é se jogar no desconhecido, buscando ser feliz. Covardia é se trancar, pelo medo de amar.
Coragem é abrir a porta, sem saber a quem. Covardia é se fechar, com receio de ninguém.
Coragem é dizer não, ser leal. Covardia é dizer sim, e mentir.
Coragem é sorrir, quando o coração sangra. Covardia é chorar, quando se tem a alma fria.
Coragem é ficar, se o amor partir. Covardia é sair, se o amor entrar.
Coragem é ser covarde, e proteger a vida. Covardia é ter coragem, de embalar a morte.
Coragem é fugir da guerra, do ódio, desertar . Covardia é abrir trincheiras.
Coragem é parir, sem temer o porvir. Covardia é matar, quem não se pode defender.
Coragem é a covardia de deixar ir. Covardia é a coragem de não pedir pra ficar.

A CHAVE

(RÔ Campos)

‎Sábio é aquele que nunca tem certeza de nada, pois a própria natureza é inacabada. A propósito, bom lembrar Lavoisier, um cientista francês do século XVIII, considerado o pai da química moderna, autor da Teoria da Conservação das Massas: "na natureza, nada se cria, nada se perde; tudo se transforma."

A natureza e nós (como partes integrantes deste conjunto) estamos sempre em mutação, buscando a conformação. Por isso, tudo muda, o tempo todo.

A natureza não é estática, mas, sim, dinâmica. São forças sempre nos impulsionando para adiante, desde o momento em que somos concebidos, ou, quiçá, até antes, quando ainda somos incontáveis espermatozóides em verdadeira batalha pela vida.

Tudo o que fazemos e vivemos na terra caminha para o amanhã, o depois, nunca para o dantes. Por isso talvez envelheçamos, o que, a meu ver, não deixa de ser um verdadeiro galgar de degraus na escada da evolução. Vamos para a frente, sempre, pois o passado já é findo e o presente está aqui e agora, como uma dádiva. Se não envelhecêssemos, seríamos estáticos e, portanto, não evoluiríamos. Ficaríamos parados no tempo e no espaço.

Tudo em nós é expansão, dilatação, pois o corpo humano e as demais substâncias vivas existentes na natureza não comportam a redução, o aperto, a compressão, a diminuição.

Diante dessas minhas observações leigas, é claro (pois não sou, nem de longe, versada na Ciência), chego a pensar que, por isso, as células de nosso corpo se multiplicam tanto, e, infelizmente, muitas vezes, ocasionam o surguimento de malignidades, de tanto que elas buscam crescer, não encontrando limites para tudo isso. Resultado: um colapso total das engrenagens do veículo que é o nosso corpo.

Em minhas intermináveis elucubrações, pensei, várias vezes: adoecemos porque violentamos nosso corpo com variadas substâncias que o agridem, as quais entram em choque com as células que não param nunca com esse querer incessante de expandir-se. Elas simplesmente se defendem do ataque que lhe perpetram. Ao contrário, se alimentássemos nosso organismo sempre com substâncias inofensivas, restauradoras, , talvez acomodaríamos essa insanidade celular, alimentando-a, regenerando-a, conformando-a. Tanto assim o é que, em tratamentos para o câncer, por exemplo, a ciência tratou de bloquear os canais que alimentam o tumor e o deixam em contato com as células saudáveis, sugando-as, bombardeando-as e vencendo-as, diante de seu assombroso poder bélico.

Eu conheço os sinais de meu corpo, por isso não titubeio em fazer tal afirmação. É assim que acontece quando faço a ingestão de bebida alcoólica, quando fumo cigarros, quando consumo alimentos decididamente não recomendáveis para a saúde, quando faço uso de sal em excesso, de gorduras e frituras etc. Passo mal. A pressão arterial vai às alturas. Os ossos reclamam. O sono foge. Meu corpo grita.

É assim que acontece quando durmo mal, durmo pouco ou nem mesmo durmo. É assim que acontece quando deixo a raiva me dominar. É assim que acontece quando não dialogo muito bem com o estresse (que, bem administrado, é um verdadeiro aliado, pois, ao contrário, sempre será uma bala rumo ao peito de quem não sabe se desviar dela). Nessas ocasiões, "presenteio" meu corpo com verdadeiras dinamites. Nitroglicerina pura. Meu corpo é então ingênua e covardemente bombardeado por mim mesma (que deveria ter por ele verdadeira adoração, zelo e cuidado),e, por isso, agastado, queda.

É verdade que existe a tal da questão do peso do DNA, da genética, sobre determinadas doenças. Mas, continuo achando eu, no pico de minha ignorância (pois sou advogada, e não cientista, médica etc), que o que dita os dias do homem na terra é a vida que ele leva. Como disse-me uma pessoinha rude, mas sábia: o homem é aquilo que ele vive, o que ele come. Penso que podemos driblar os diabinhos que já vêm encostados em nosso DNA, com posturas sadias e um jeito manso de viver, a léguas de distância dos sete pecados capitais decretados sabiamente pela igreja católica, como se essa instituição fosse uma verdadeira Organização Mundial de Saúde.

Ao revés, no entanto, mesmo que sejamos privilegiados, e tenhamos nascido premiados, agraciados pela sorte de um corpo são e mente sã, sem defeitos de fábrica, se nos jogarmos na fogueira dos vícios, de uma vida desregrada, violando as normas do bem viver...sem perdão.

Comparo tudo isso, ou seja, o nosso corpo, com um cofre (é, um cofre onde se guardam, se juntam dinheiro e outras coisas mais). Você tem o código. Só você pode abrir esse cofre. Apenas você vai abri-lo e colocar lá dentro as coisas pelas quais você preza, seja lá o que for. Quem ama, zela. Mas, se você perde a chave e o código desse cofre, para abri-lo, você terá que violá-lo, açoitá-lo, agredi-lo. E nunca mais esse cofre será o mesmo. Moral da história: nós, unicamente nós, temos a chave do nosso corpo, da nossa vida, do nosso destino. Deixamos entrar nela quem e o que desejamos, o que permitimos. Podemos ser bons ou maus com a nossa vida. Decidimos se queremos viver saudavelmente ou se praticamos suicídio silencioso, dia a dia. Fixamos nossas próprias metas. Queremos ou não ser felizes. Eu mesma já decidi faz tempo. Quero ser feliz, sim. Quero amar e cuidar de mim e das pessoas que amo. E, apesar de ter uma visão absolutamente cristalina de tudo isso, ainda tenho sido estúpida o suficiente, por não cuidar bem da casa que agasalha meu espírito.

AMAZÔNIA: ESTAÇÕES DO SOL, DA CHUVA: CALOR, TEMPORAL, AGUACEIRO, CLIMA TROPICAL

(RÔ Campos)

É Inverno
Sol e Chuva
Calor. Temporal
Aguaceiro
Clima tropical.
Logo chega a Primavera
Flores! Flores!
Olores!
Cheiro de mato
Na mata molhada
No barro pisado
Longe do asfalto
Sol e chuva
Calor. Temporal
Aguaceiro
Clima tropical.
E mais uma vez, veremos
Virá o Verão
Veraneio. Inferno
Sol e chuva
Calor. Temporal
Aguaceiro
Transição
Clima tropical.
De repente, é Outono
As folhas caem
Outono/inverno
Sol e chuva
Calor. Temporal
Aguaceiro
Flagelo
Clima tropical.

sábado, 26 de novembro de 2011

SÓ O SOFRIMENTO E A DOR LAPIDAM O HOMEM

(RÔ Campos)


O último inquilino do meu coração é um hippie. Apedrejaram-me e disseram-me louca, louca, louca. Quantas coisas aprendi com ele. Aprendi que existe muita gente que anda pelo mundo desapercebida, como se fosse um ninguém, e que está cheia de conteúdo, de conhecimento e de sabedoria (só o sofrimento e a dor lapidam o homem!). E tantas pessoas que se acham e estão tão vazias... Até hoje não consegui trancar a porta do meu coração para ele, que se foi (graças aos caminhos que eu mesma pavimentei) ao encontro de quem lhe deu à luz, sangue do seu sangue, carne de sua carne. A vida é uma caixinha de surpresa. De onde você espera alguma coisa, geralmente não vem. Deixe-se abrir para o desconhecido, sem medo de ser feliz. E nunca se esqueça: quem ama, cuida. Mas, quem ama, também deixa ir embora...

DESEQUILÍBRIO NA BALANÇA DA EVOLUÇÃO

(RÔ Campos)

Ontem, passei horas maravilhosas no Corsário Music Bar, alimentando minha alma, ouvindo Paulinho Kokay tocar e cantar MPB, desfilando um repertório da fina flor. Ouvi, pela primeira vez em um bar, a música Amor, de Caetano Veloso, sobre poesia homônima de Maiakovski, dentre outras pérolas. Extasiei-me. Após a apresentação de Paulinho Kokay, foi a vez de Vítor França, meu amigo particular e dono da casa, com quem fiz percussão durante duas horas. A galera interagiu bastante, fez inúmeros pedidos, alimentou-se do que há de melhor na música brasileira. Havia jovens e alguns nem tanto, muitos dos quais frequentadores de carteirinha do Corsário. Não foi uma noite de muito público, coisa, aliás, que tem se acentuado em Manaus, no que diz respeito aos espaços privados que se dedicam à boa música, o que é lamentável e preocupante.Quando saí de lá (o bar fica na av. do Turismo) após as duas da madrugada, tomei o rumo do ET BAR, seguindo pela estrada do aeroporto. Necessariamente, tive que passar em frente ao Porteira Country, literalmente lotado, com gente saindo pelo ladrão. Logo após o aeroporto (colado ao Eduardinho), um posto de gasolina, totalmente entupido de carros, com a tampa de suas malas abertas e aqueles sons horrorosos e inaudíveis. Que pena! Há muita gente, principalmente jovem, alimentando apenas e incessantemente a matéria, e matando a alma de inanição. O resultado disso é que, não havendo o devido equilíbrio entre a matéria e o espírito, sabe-se bem o resultado dessa (in)equação.

ARREBENTAÇÃO

(RÔ Campos)

Sinto um desejo indizível
De me entregar ao mar
E nadar...nadar...nadar
No mar do meu coração
Ora calmo, ora revolto
Mas sempre navegante...

Amar nas altas marés
Quando o mar se acomoda,
E as ondas se deitam
Mas só sei amar assim
Quando o mar do meu coração se agita
Nas procelas
E rebenta.

Ah, essa doce calmaria
Quem diria,
Estagnar o mar
Do meu coração
Que, estanque
Se fecha para os ventos
Das grandes paixões
Essas paixões que embriagam
Como os vinhos jovens
Perfumados
Marcantes.

IMAGINÁRIO

(RÔ Campos)

Estrela cadente
Por onde ela anda
Eu não sei
Só sei que partiu
Dizendo que voltaria
Foi ver sua Constelação
Família
Havia 10 anos não via.
Era mês de festa
Dezembro
Nasceu o Menino
Jesus.

Estrela cadente
Deixou o meu céu
Tão escuro... o meu céu
...Solitário.
E como a mitigar minha dor
Ainda vejo essa estrela
No céu
Do meu imaginário.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

LIBERDADE! LIBERDADE!

Viva a liberdade de expressão!! Viva a liberdade em toda a sua glória!!!!! Nada é mais vital para o ser humano, além do gozo pleno da saúde, do que o gozo pleno da liberdade. Nascemos essencialmente livres e livres devemos viver. Livres para fazermos nossas escolhas, para traçarmos os nossos destinos, para perseguirmos nossos sonhos, para amarmos e vivermos com quem decidirmos. Livres para ir e vir. Esse é um direito fundamental de todo cidadão que vive em um mundo livre. Quem assim não pensar, que se mude para Coreia, Cuba, Líbia, China...E vá ser feliz por lá...(RÔ Campos)

AINDA SOBRE PAULA FERNANDES

‎(Comentário que acabei de fazer em minha postagem sobre o caso Paula Fernandes, no Facebook. Republico aqui como quem lança algo no ventilador, para que todos tenham oportunidade de tomar conhecimento)

"Não costumo fazer comentários sobre a personalidade e comportamentos de pessoas que eu conheço, que dirá daquelas que não conheço, sejam pessoas comuns ou artistas. Minha analise e postagem não tem nada a ver com isso. Refiro-me a questões artísticas e de mercado, exclusivamente. Jamais compartilharia opiniões sobre o que não conheço, não vi, não presenciei, não sei, talvez até pela minha formação jurídica. Não posso falar ou dar testemunho sobre o que eu "ouvi dizer". Tenho minhas opiniões próprias, sempre baseadas na análise dos fatos. Não sou Maria vai com as outras. É muito perigoso julgar. Geralmente, julga-se pelo que se ouve dizer, pelo que se vê na superfície, esquecendo-se o "todo". É mais temerário, ainda, condenar. É muito fácil ser pedra. Agora, sobre o que você se referiu, Cileno, se a moça é pedante ou se acha a rainha da cocada, ela não difere de muitos artistas daqui e dalhures. Conheço cada um(a), meu amigo, que até Deus duvida de sua criatura. Com as devidas exceções, é claro, é muito ego e superego, como se artista fosse o bicho da goiaba do universo. E tem um bocado que se acha...quando não passa de nadica de nada. Muito disso ficou escancarado, aqui, pelo menos, com esse imbróglio de OMB. Quanta gente do lado de lá, anônima, medíocre, inflada, se achando, constrangendo o artista de verdade!? Pra terminar, quero lhe dizer que li os vários comentários sobre esse caso, na postagem que você fez em seu mural. É engraçado, o pessoal diz defender tanto os nossos artistas, invoca que devem ser valorizados, que aqui tem isso e aquilo, mas na hora de incentivar de verdade, de comprar CDs, de ir aos shows...Cadê? Cadê? Cadê. Ou, como dizia meu filho, quando criança: Queide? A mesma coisa digo dos shows nacionais que já produzi aqui. Tanta coisa boa e público que é bom, nerusca de petibiriba. Então, deixemos em paz as pessoas que gostam, que seguem a moça, que compram seus CDs e DVDs, que vão aos shows, que são felizes assim, mesmo a despeito de ela ser "pedante" e "se achar a rainha da cocada". Ora porra, eles não querem comprar, ir aos shows? O dinheiro não é deles? O gosto não é deles? Se porventura eles se sentirem violados, humilhados etc, eles saberão se manifestar, se defender. Eles terão esse direito, porque seriam os ofendidos. Como disse Luiz Lauschner (pai do William, do Porão do Alemão), em postagem ontem, aqui no Face, mais ou menos assim: se você não gosta de gay, então não se case com um.

QUEM SABE

(RÔ Campos)

Alô! Alô!
Tem alguém aí?
Ninguém responde...
Todos estão surdos!?
Ou sou eu que já não escuto?
Estará o mundo perdido?
Eu não acredito.
Ninguém é perfeito.
Nada é pra sempre.
Tudo bem,
Mas o mundo ainda tem jeito.
Deve ter.
Deve haver algum lugar, além da Terra
Quem sabe, Vênus
Quem sabe, Marte.
Deve haver também vida inteligente
Em alguma outra parte.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

CORAGEM (RÔ Campos)

Vá!

Deixe as trilhas no caminho,
Para você não se perder, quando quiser voltar.

Vá!

Esculpa o seu próprio destino.

Vá!

Não custa nada. Basta a vontade de ir.

Vá!

Arme-se contra o desestímulo, a desesperança.

Vá!

Acredite, você vai conseguir.

Vá!

É muito bom partir
E edificar os sonhos que sonhou.

Vá!

E será muito bom também voltar.
Mesmo que as coisas não se concretizem.
Mesmo que as coisas não aconteçam como você sonhou.
Não fique parado, aí, como uma estátua que não se move.
Que só tem à sua frente um horizonte, que nem mesmo vê.
Que não se volve para o passado, nem para os lados.

Vá!

Terá valido a pena ter ido.
Terá valido a pena ter voltado.
Terá valido a pena ter tentado.
Terá valido a pena ter vivido.

Vá!

Volte!

E nunca mais serás o mesmo.

FRUTUOSO: QUE DÁ MUITOS FRUTOS (RÔ Campos)

Estava comentando há pouco em postagem de um amigo do Face, sobre o fato de que não existem mais papais como o meu. Não era letrado, estudou até a quinta série do antigo curso primário, mas era ele quem corrigia nossas provas quando chegávamos em casa. Mesmo as provas de outras disciplinas, que não o português, ele corrigia as perguntas formuladas que porventura tivessem erro e nos falava para mostrarmos aos nossos professores. Contestávamos, mas ele insistia que tínhamos que mostrar, que aquilo era uma vergonha. "Como podia um professor formular quesitos com erro de português" - dizia ele. Outra coisa: em nossa casa jamais faltou um "pai dos burros" (um Aurélio, ou dicionário, para quem não sabe). Mas sempre perguntávamos primeiro a ele o significado de determinada palavra. Se ele não soubesse responder, dizia: vai ver no pai dos burros. Infelizmente, não se fabricam mais papais como o meu. Frutuoso - esse era o seu nome. Significado: de muitos frutos. Bendito seja, sempre!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

REPÚBLICA...DAS BANANAS!

Vou escrever logo uma frase que está fresquinha aqui na minha cabeça, antes que eu esqueça:

"Pra que tanta empáfia, tanto empavonamento, se tudo se vai num instante? A vida é uma caixinha de surpresa. Agora, estamos aqui, mas nada sabemos sobre o segundo seguinte. Não há controle remoto para o imprevisível, o imponderável, e nem Jobs no mundo para inventá-lo. A natureza, inacaba, e que há bilhões de anos movimenta-se, revolve-se, revoluteia-se, é implacável.
Aos tiranos de plantão. Aos arrogantes. Aos vaidosos. Aos que pensam que são o dono do mundo, deuses, semi-deuses. Aos avarentos. Aos preconceituosos. Aos chefes das capitanias hereditárias e donos de feudos (adoradores do nepotismo, sanguessugas do dinheiro público, "honrados" corruptos, néscios). Aos que pensam que vão virar pedra, um AVISO: O mundo vai acabar, sim. Felizmente! Todos vocês também vão morrer. E toda a sua geração. Ou vão ser devorados pelos vermes da terra, e se tornarão menos que um deles (pois eles têm uma grande importância para a humanidade); ou se tornarão cinzas (sem que deixem, ao menos, sombra); ou, quem sabe, desaparecerão no breu da escuridão (nas águas do mar, dos rios, nas matas, no gelo, no nada...)" (RÔ Campos)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

RECORDAR É VIVER

Hoje, se ele ainda estivesse aqui, entre nós, JORGE AON completaria (se o alemão não está a me confundir) 80 anos. Uma das pessoas mais inteligentes que conheci nesta vida. Uma das pessoas mais importantes, juntamente com meus pais e minha irmã Rosalba, na minha formação, tanto acadêmica como humana. Desde que ele se foi, minha vida nunca mais foi a mesma. Havia entre nós um selo, um elo, um sentimento tão profundo, tão profundamente marcante, que viverá por todo o sempre. Eu perdi aquele que considerava o meu segundo pai, meu amigo, o que me ensinou tantas coisas, inclusive o caminho para a escrita, meu primeiro chefe (quando comecei a trabalhar na BRASILJUTA, aos 14 anos,, em 1973), meu parceiro de dominó, meu confidente, meu ombro e eu o ombro dele. Não havia uma pergunta que eu lhe fizesse que não tivesse uma resposta...Quando ele partiu, repentinamente, em 12 de maio de 2005, e sepultou-se no dia 13 (data da assinatura da Lei Áurea, marco do início da libertação dos negros arrancados de sua África, de seu calvário), ele libertava-se das agruras deste mundo, e deixava um vazio em nossas vidas, dantes tão cheias de seus ensinamentos, de seu carinho, de sua atenção, de seu amor...e de sua teimosia. Mas não uma teimosia insensata. Escorpião, assim como eu, ele não se dava por vencido em seus propósitos. Ele pode até ter adiado algumas coisas, como nossa viagem ao Líbano, para conhecer a terra de seus ancestrais. Como nossa viagem as Minas Gerais, seu berço, para rever os seus, sua filha Cidinha (temos a mesma idade e nos tornamos amigas-irmãs) e conhecer seus netos. Mas ele nunca desistiu de nada a que se propunha fazer. Ele era um teimoso sonhador e me contagiou. Se ele ainda estivesse aqui, entre nós, hoje, com certeza, amanheceríamos o dia jogando dominó, tomaríamos um vinho gostoso, acompanhado de queijos, palmito, tomate seco, aspargo, tomate cereja com orégano, regado ao azeite de oliva. Mas ele não está mais aqui...e só me resta recordar. Recordar é viver!
Eu só sei dizer, Jorge Aon, que eu te amo desde sempre!!!!!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

CITAÇÕES

"Preste bem atenção quando a tristeza chegar. Não feche a porta. Deixe a tristeza entrar. Perscrute. Reflita. Tente saber para onde ela quer te levar. Nada volta. Tudo segue adiante, assim como os dias e as noites. A tristeza abre nossos olhos para a vida, para o amanhã. A alegria apenas nos concede o gozo momentâneo. Viva cada uma delas no seu instante. Depois, tudo passa..."
~~~~~~~~ (RÔ Campos)~~~~~~

DESERTOS

(RÔ Campos)

Somos todos caminhantes
Num deserto de multidões
Ou uma multidão de desert0s.

Somos todos errantes
Sob um céu tão distante
Julgamos e condenamos
Somos juízes. Reus...jamais!

Aos inimigos, os rigores da lei
Aos amigos, todos os seus favores
Oh, quanta cordialidade!
Oh, quanta cordialidade!

Muitos somos os peregrinos
Há tantos sem rosto
Nos campos, com a foice
Nas cidades, com o martelo
Desertos!

Oásis...não nos pertencem
Os tiranos os lotearam
É onde se refestelam
Em seus palácios, suas alcovas

Somos perdidos
Andantes
Num deserto de multidões
Ou numa multidão de desertos.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

ECOS DO ÂMAGO

(RÔ Campos)

Dentro de mim há sons e ritmos
Harmonia
Melodia
Rebuliço
Rios que correm
Sedentos.
Dentro de mim há pássaros que cantam
O vento que assobia
Uma floresta em desalinho
Temporais
Avalanches
Noites
Meio-dia.
Dentro de mim há uma África inteirinha
Seus tambores e gemidos
Seus gritos e lamentos
Espalhados pelo mundo
E há também o seu canto.
Dentro de mim há muitas etnias
Todas as Américas
Europa e Ásia
E também Oceania.
Dentro de mim há poesia
(Janela de minh!alma!).
Dentro de mim há erudição
Samba e Choro
Vastidão...
Dentro de mim há espanto
Alegria
Amor
E dor.
É tudo isso que canto
Com minhas mãos:
O canto que ecoa
De todas as Nações.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

DESVARIO

(RÔ Campos)

Quando estou amando
Fico surda
Só escuto o amor falar
Quando estou amando
Fico muda
Só falo com o olhar
Ao ver o amor chegar
Quando estou amando
Fico cega
Só vejo o amor entrar
Quando estou amando
Não tenho os pés no chão
Vivo a flutuar
Quando estou amando
Perco os sentidos
Não sou mais que um mendigo
Estendo as mãos, imploro
Quero o amor pra mim
Para estar sempre comigo
Quando estou amando
Tudo em mim é desvario
Esqueço do mundo
Me perco
Não sei mais quem sou eu
Eu sou o outro
Que vive dentro de mim.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A MENTIRA TEM PERNAS CURTAS, JÁ DIZIA MINHA VÓ

Eu acredito que não deverei mais tocar neste assunto, mas, vamos lá. Acordei e tenho o hábito de, antes de levantar-me, ficar na minha caminha conversando com os meus travesseiros. Pus-me a divagar sobre a guerra entre o bem e o mal que tomou conta do país, tendo como figura central o ex-presidente Lula. Os seus defensores, de sua política, de seu governo, do petismo, de sua dor, ou seja, aqueles que se julgam o Bem, tiriricas com o outro lado, a vertende que eles consideram o Mal, que começou com uma inofensiva piada (ao qual juntaram-se alguns outros e aumentaram o tom da brincadeira, cada qual à sua maneira), iniciou uma campanha de defesa bizarra, postando no Face cartazes com frases de apoio ao ex-presidente, que juram haver mudado este país, quando, a meu ver, mudou ele, o quê pudemos constatar quando trocou a cobertura de zinco de seu telhado por vidro. Mas o assunto é muito extenso e não vou me alongar, nesta postagem, até porque nem entendo muito bem dessas coisas. No entanto, parece-me que não tem sido o ex-presidente, o desrespeitado, como sustentam os seus fieis combatentes. Se for verdade mesmo (o que desconheço), que o Lula declarou, quando presidente, que o SUS era o sonho de consumo de todo brasileiro, conclamando a todos para que o usassem, assinando embaixo, como a fornecer um verdadeiro certificado de garantia. Se for verdade que ele afirmou que o SUS era a menina dos olhos do seu governo. Que não havia coisa similar em todo o mundo, inclusive no primeiro (já que somos segundos e terceiros). Que o SUS é o tal no tratamento do câncer. Então, me desculpem seus aliados (e quero logo esclarecer que não pertenço a nenhum partido, que não aprecio essa coisa de partido, pois gosto de tudo que é inteiro, que não defendo nenhum governo, que tudo o que desejo nesta vida é que todos nós tenhamos dignidade e possamos ser felizes), mas foi o próprio Lula quem abriu as portas para esses desatinos. Foi o próprio Lula que, no posto de presidente do país, mentiu - e mentiu escancaradamente, tripudiando o povo, para quem ele afirmava governar. Imaginem vocês quando um deles ouviu as declarações de Lula na TV (se é que foi assim), de que o SUS era maravilhoso, o quê não deve ter desejado para ele. Só quem vive os (des)caminhos desse sistema vergonhoso sabe o que é sofrer. E o Lula brincou com a dor do povo, a que mais fere, a que mais deprime, a que mais desespera. Que fizesse ao menos o mínimo. Que ficasse calado, ao invés de, nessa seara, meter-se a fazer declarações irresponsáveis, como se estivesse falando de jogo (de futebol), pois que trata-se de um jogo, sim, mas do jogo da vida, esse que os times mais fracos sempre perdem.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

ANTÍDOTO PARA OS RATOS CORRUPTOS

Tomara que toda essa celeuma que tomou conta do país, cada um se colocando em posição de ataque e de defesa, sirva para, ao menos, dar uma balançada nessa situação imoral que se chama SUS. Ainda tem gente com a cara de pau de defender esse sistema. Ou jamais o utilizou, ou, quando o faz, goza das benesses de algum cargo que ocupa na saúde, ou favores de amigos e ou parentes, conseguindo os serviços no maior bem-bom, enquanto os pobres coitados desvalidos esperam às vezes meses para marcar uma consulta. O Brasil está na UTI, mas os descamisados e descalços de nosso país não chegam nem na porta de unidade de tratamento, porque sucumbem nas macas, nos corredores dos hospitais e prontos socorros, a caminho da unidade de saúde, ou até mesmo em casa, esperando (muitas vezes sem chegar) pela ambulância. Eu conheço o serviço. Eu já levei parentes meus até ele. É uma vergonha, um acinte, uma imoralidade. Tenho uma irmã que havia anos tinha plano de saúde, mas não pôde mais pagá-lo,e há 3 anos utiliza os servicos do SUS. Eu conheço o sofrimento dela. É bem verdade que isso não é de hoje, atravessa governos e governos, mas chegamos no limite. Não podemos nos deixar levar por essa tenda que armaram, com as pessoas tomando partido e acusando legendas. O buraco é mais embaixo. Precisamos canalizar toda essa energia para o bem comum, e nada vai mudar se não cobrarmos com veemência uma mudança radical, exigindo que se criem mecanismos que possam obstar essa coisa escandalosa que se chama corrupção, impedindo que recursos valiosos, que deveriam ser usados, principalmente, na erradicação da miséria, na educação e na saúde escorram abundantemente nos ralos e caiam nos esgotos de bolsos de políticos escrotos e seus asseclas. A corrupção é uma erva daninha que se alastra. O dinheiro (público, então, que parece que não tem dono e todo nojento quer a sua paternidade)fascina. Os escrotos pensam que têm vida eterna, ou que, quando morrerem, levarão dinheiro no caixão para gastar no além. Mas é impressionante como, devagarinho, ficamos sabendo que um ou outro facinora, Brasil afora, ferrou-se, e o dinheiro roubado também acabou escorrendo pelo mesmo ralo. Não serviu pra mais nada. Perdeu a saúde, a dignidade, a honra, e, pior ainda - a familia acabou destruindo-se lentamente. É a lei da ação e reação, de Sir Isaac Newton. Batata! A natureza nunca dorme. Disse-me Padre Gelmino, outro dia, "que Deus perdoa sempre; o homem, às vezes, e a natureza, nunca."

Mas o problemaé que, mesmo o cara se ferrando mais adiante, até lá, ele já roubou demasiada e inescrupulosamente. Roubou a saúde do povo. Roubou a vida do povo. Roubou a felicidade e a paz do povo. Roubou os sonhos que ele nunca sonhou.

Vermes não sonham. Vermes se decompõem!

domingo, 30 de outubro de 2011

COMO DIRIA NIETZSCHE: ALÉM DO BEM E DO MAL

Está ficando entedioso viver no Brasil. Parece até vírus vindo dos Estados Unidos, espalhando um puritanismo de causar horror. Na dita maior democracia do mundo o cabra reclama até do cheiro da fumaça do churrasco (coisa que, eles dizem de pés juntos, é típica de brasileiro), e vai pra justiça buscar indenização por qualquer coisa, a mais comezinha. Estão querendo roubar de nós, brasileiros, a graça, a espontaneidade, a alegria, uma característica única no mundo, por sermos um povo de muitas almas. O brasileiro não suportaria viver num mundo austero, porque é na sua alegria naturalíssima que ele consegue espantar a dor. Agora, essa dúzia e meia de idiotas que vez em quando aparecem brincando com a dor e o sentimento alheios, a melhor resposta é o silêncio, forma arrasadora de manifestação de desprezo. Idiotas não se criam sem uma fonte para beber.

Vejam o caso do Rafinha, do CQC. Sem julgar (porque nem disso eu gosto, tanto que nunca quis fazer concurso para a magistratura, pela minha incompetência para tão importante missão), ele foi muito infeliz, pois, com tanta coisa pra fazer piada, foi tirar graça com uma jovem senhora grávida, dizendo que a comeria e também ao bebê (imediatamente após o seu colega de programa mencionar que a Wanessa Camargo estava linda, grávida) cutucando onça com vara curta, quando as feras estão soltas para devorar o primeiro imbecil que se meter a besta de mexer com a família, com a mulher, ainda mais por se encontrar no estado mais sublime, que é o de gestação. Pode-se fazer graça com a mulher prostituta, com a mulher pobre, com a empregada doméstica, com as louras (mesmo as oxigenadas, como eu, vez em quando), com as coroas (como eu, também), com as mulheres maduras que namoram homens mais novos (exceto com celebridades, como Suzana Vieira, por exemplo), com as gordas, as anorexas, as drogadas (que, conforme a Organização Mundial de Saúde, trata-se de uma doença, com o CID respectivo) mas, no caso mencionado, não. Bem feito. "Macaco velho não mete a mão em cumbuca" é um dito popular que ouço desde o "tempo do ronca" (alô, jovens que me lerem, vocês sabem o que isso significa?).

Outro dia, vi várias postagens no Facebook, com uma lista sobre o destino de Bin Laden, Sadam Hussein e Khadafi. No final dessa lista, dizia que estavam na vez o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, e Justin Bieber, um jovenzinho do bem. Não houve qualquer manifestação sobre isso (pelo menos que eu saiba ou visse), quando, maniqueístas como se mostram, poderiam ter se posicionado contra, alegando incitação à violência, apologia ao crime, etecetara e tal. Qual nada! Reputei indecente e de absoluto mau gosto a piada, ainda mais pela maneira como Sadam foi morto (enforcado, para o mundo todo ver) e Khadafi (dizem, abusado sexualmente depois de brutalmente assassinado), coisas típicas da idade das trevas. E não estou citando esse fato para ir em defesa desses crápulas da humanidade, não. É simplesmente porque acho que pessoas que assim agem possuem o mesmo defeito de fabricação dessas escórias. E por aí vai.

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DIÁLOGOS DO TEMPO

(RÔ Campos)

O tempo resolveu fazer um passeio para uma conversinha. Aproximou-se de uma jovem e disse-lhe: - Você acha que me tem todo o tempo? E que pode esperar por mim o tempo que quiser, e, em razão disso, fica aí, parada, enganando-se, fechando os olhos enquanto eu passo? Sinto muito, mas você está errada. Um dia, quando você menos esperar, vai acordar e perceber que não pode mais contar comigo: eu já terei passado. A jovem riu e se foi.
Anos mais tarde o tempo encontrou uma senhora chorando, sentada em um banco de uma praça abandonada, e resolveu abordá-la. A senhora, então, comentou-lhe que estava chorando porque procurava obstinadamente pelo tempo que havia perdido (sem sequer perceber que o perdia), mas não conseguia encontrá-lo. O tempo, então, disse-lhe:- Eu estive durante muito tempo ao seu lado, mas você vivia a zombar de mim; nunca me deu o valor devido. Certa vez, lhe falei para não ficar parada a esperar por mim, fingindo que não me via passar. Você não quis me dar ouvidos, riu-se e saiu. Agora, lamento, mas eu já andei muito para estar aqui, e o meu caminho é para o amanhã. O ontem, para mim, não existe mais. Eu nunca volto atrás. Existo desde que o mundo é mundo, mas eu nunca envelheço e nem me extingo, embora vá passando como passa o vento. Você, ao reves, morria a cada dia, sem se dar conta de que sua vida se esvaía no relógio do tempo.

30/10/2011

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

(Eu, para minha amiga Suzy-Hô, nestas horas de saudade de nossos maiores amores, aqueles que serão sempre uma estrela no céu a orar por nós, e nós, aqui embaixo, a sentir que, na verdade, não estamos sós)

"Viajar, amiga, viajar no tempo, mirando o firmamento. Contar as estrelas. São tantas que passam pelo nosso céu, que, às vezes, nem percebemos o brilho de algumas... Umas brilham mais, outras menos, mas todas são estrelas - e todas, sem exceção, nunca param de brilhar, até que caem. Estrelas são candentes e cadentes, assim como a gente. Estrelas também morrem - e também morremos nós. Não há maior felicidade que descobrir uma estrela que já passou por nós, e que, desatentos, não vimos passar, e essa mesma estrela estava ali, a olhar por nós. Uma estrela só, é uma parte deste mundo. Duas estrelas juntas, podem formar uma Constelação. Enquanto uma brilha, outra se apaga, e assim, juntas, jamais se apagarão. Assim é o amor e a amizade. São estrelas que nunca soçobrarão no mar da escuridão."

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

UM QUERER SER

Eu não sei bem dizer
O que tomou conta de mim
Hoje
Ora queria ser ponte
Vasta, imponente, poderosa
Cara
Ligando-me de uma ponta
À outra ponta
Ou, quem sabe,
Ligando-me ao nada
Que é o outro lado da moeda
Coroa
Ora queria ser a imensidão
Dágua
Que passa por baixo da ponte
Sem rumo, sem rota
Sem eixo.

A EXATIDÁO DO AMOR

(RÔ Campos)

Para ser exata
O quê fazer
Indaguei de mim pra mim.
Para ser exata
Respondi:
Não é necessário quase nada
Quase nada
Para ser exata
Disse de mim pra mim
O que o coração precisa ouvir:
Para ser exata
Devo amar além de mim
Abrir as portas para o outro
Seja rico, seja pobre,
Negro, branco,
Velho, jovem
Crente, ateu
Afinal de contas, disse de mim pra mim
Quem eu penso que sou eu?
Para ser exata, percebi
Jamais erguer qualquer muro
Ou cobrir as flores de lama
Ou atear fogo nos espinhos alheios
É medida a se cumprir.
Nunca julgar.
Justa hei de ser
Para ser exata
Simplesmente com a justeza
Da palavra Amor.

O NORTE QUE TU ME DESTE, NORDESTE

(RÔ Campos)

Pra mim, a vida tem gosto de tudo. E todas as cores têm as cores da vida. Eu gosto de todos os sabores, de todas as cores.
O dia, quando ensolarado, tem a cor de ouro. Quando chove, o ouro torna-se prata. Mas, no final, tudo reluz, seja prata, seja ouro. Porque vida é luz!

No Norte, quando o sol desponta, a vida tem cheiro de poeira, de lenha na fogueira. Quando a chuva cai, a vida tem cheiro de terra, de mato molhado. Mas, no final, tudo é inspiração, seja chuva, seja sol. Porque vida é sol e chuva. São as quatro estações.

No Norte, quando é verão, o sol caustica. No inverno, a chuva é forte, e castiga. No Nordeste, onde é sertão, o povo sofre no solo árido, com o chão rachado, na caatinga, tudo é deserto. O oásis é sonho distante. Tudo é tão longe. Nada é tão perto. Só a dor é seu tutor.

PICICA - blog do Rogelio Casado: Manifestação anônima (que a imprensa não viu) contra a ponte de 1 bilhão de reais

PICICA - blog do Rogelio Casado: Manifestação anônima (que a imprensa não viu) contra a ponte de 1 bilhão de reais

domingo, 9 de outubro de 2011

SARAU DA SOLIDÃO

(RÔ Campos)

Ontem à noite
Saí
Levei minha solidão a passear
Por aí
Havia dias ela se precipitara
Sobre mim
Feito fera empedernida
A me consumir.

Minha solidão, nessa noite
Regalou-se com a lua
Saindo a caminhar
Pelas ruas infindas
Das canções maviosas
Em notas celestiais.

Ontem à noite
Afinal
Minha solidão
Alada pela lira
Alçou vôo
Feito libélula
E libertou-se
Da tristeza cortante
Ao som da flauta
Saltitante
Do dedilhar do violão
E da voz do cantante.

(08.10.2011)

CARMÉLIA (RÔ Campos)

Nunca sabemos quando
E está chegando a hora
O dia
Em que ela vai partir
Cumprir o veredito!
Meu amor maior
Minha princesa
Rainha
Quem na vida me concebeu
E me chamou Maria.

Vai para o vôo mais alto
O coração alado
Sem cintos, afivelados
Sinto na velha casa o seu cheiro
Vejo o sorriso nos quadros da memória
Nas paredes da sala, do quarto
Essa mulher fortaleza
Guerreira indomada
Cheia de fúria, em punho
Se ousam violar os seus filhos
Essa mulher, tão vasta
Tão pura, incansável
Um passarinho em seu ninho de amor
Fonte de vida
Água de beber.

Quantos anos se passaram
E a vida parece um segundo,apenas
Mas quando ela se for
Minha saudade será eterna
Companheira da minha dor
Eu, que sou parte dela
Que não vou deixar ninguém na terra
E deixo à terra muitos filhos
Os filhos do meu saber
Do saber que veio dela
Os filhos que pari
Nos corredores das escolas
Nas instituições, no trabalho
Nas ruas cheias e tão vazias.

Está chegando a hora
Em que ficarei sozinha
Na companhia repleta
De tudo deixado por ela
Não terei mais os olhos dela
A me dizerem que sim
Que tudo vale a pena
Na dança da vida
Mesmo quando a maldade grita!
Que sempre serei sua menina
Maria, cheia de graça, teimosa,
Mas livre de aleivosias
Minha mãe, flor querida
Carmélia! Carmélia!
Dentre todas as flores
A mais pura
A mais bela.

ALMA DE POETA (RÔ Campos)

Estava divagando a respeito do poeta e sua alma. Não acredito em poeta que recebe encomenda para realizar um trabalho, escrever um livro, por exemplo. Discorde de mim quem o desejar. A vida é feita dessas coisas. Mas vou continuar não acreditando, a não ser que me apresentem razões contundentes para me convencer em sentido contrário, já que o radicalismo não faz bem à alma, nem ao coração, muito m...enos à democracia. Penso que um poeta seja dotado de uma sensibilidade exacerbada, ligado diretamente, através de uma antena, com o Cosmo. Assim, o poeta, através de sua alma, percebe todas as vibrações, capta todas as energias que se expandem, e lança de volta ao mundo exterior, em forma de poesia. Poesia é um estado da alma. Desse modo, não há como conceber um poeta realizando uma obra sob encomenda, porque a alma não marca horário, tema, não comercializa, apesar do produto de sua inspiração lhe proporcionar renda, com o que, muitas vezes, sobrevive. Mas é o produto da inspiração, do estado de espírito do poeta - e não da encomenda. É. Poesia é 100% inspiração. E, claro, transpiração. Pois inspiração que não se concretiza através do trabalho, da escrita, de um debruçar-se pleno, como uma verdadeira oração, não transmuda-se em Poesia. Poeta sob encomenda, perdoem-me, não é um poeta de verdade, já que não se comercializa a alma. É apenas um escritor que escreve sobre temas que já assimilou outrora, no seu dia-a-dia, sem a pulsação do instante, sem o derramamento das energias que trafegam na alma, sem a paixão.
Também não acredito em poeta a serviço da política, porque a Poesia não se presta a isso. A Poesia não defende princípios, pensamentos, dogmas. A Poesia não defende nada. A Poesia é paixão. A alma de poeta não deve imiscuir-se em assuntos do Parlamento, da República, nesse emaranhado que é a política. Um jogo, na maioria das vezes sujo, onde até vende-se a alma ao diabo. Chico Buarque (para citar um exemplo) imiscuiu-se nas últimas eleições presidenciais, pedindo votos para a candidata eleita, e causou
assombro e decepção, principalmente pelo envolvimento do PT e companhia, até o pescoço, no mar de lama da corrupção. Ele, um baluarte quando se fala nas liberdades do indivíduo, que compôs canções-poemas como Apesar de Você, Vai Passar, dentre tantas outras pérolas, contrapondo-se firmemente contra um regime repugnante. Nesses casos, o melhor que faz um poeta é ficar calado. Um poeta é como um juiz. O juiz não deve sair dando entrevistas por aí a respeito de processos sob a sua apreciação e julgamento. Nem comentar ou criticar acerca de processos outros. Diz-se, em Direito, que o juiz fala nos autos. O poeta fala, geme, grita, contesta, confessa, chora através de sua pena (ou teclado do PC, para ser menos poética e, feliz ou infelizmente, conectada com os tempos modernos), derramando seu estado de espírito na Poesia que cria, defendendo tudo aquilo em que seu coração e sua alma acreditam.Ver mais

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

QUE AMOR É ESSE?

(RÔ Campos)

Que amor é esse
Concebido nas esquinas
... Dessa vida, bandida
Que ainda não sei
Se me fez bem
Ou mal?

Que amor é esse
Que por meses a fio
Degustei nos braços do calor
Nas noites de frio
Num fino cálice de vinho
Em um cale-se total?

Que amor é esse
Que tanto nos juramos
E que, agora, partido
Tudo parece mentira
Distante
Irreal?

Que amor é esse
Que anda tão à toa
Que magoa, fere
E nunca perdoa
Egoísta
Anti-natural?

Que amor é esse
Que a nada renuncia
Que escancara, denuncia
O desejo de partir
Um não querer mais
Afinal?

Que amor é esse
Que nos faz tão desiguais
Que se achou, e se perdeu
Na manhã que se abria
Que friamente disse adeus
Até nunca mais?

(04.10.2011, dia consagrado a São Francisco de Assis, à ecologia, aos poetas)

NA CURVA DO RIO

NA CURVA DO RIO
(RÔ Campos)
(RÔ Campos)

Eu enterrei meu coração na curva do rio
Lá, onde as águas serenas o aliviam
... E o sol, que desponta todo dia, o aquece.
Eu enterrei meu coração na curva do rio
Para que, ali, ele descanse em paz
Longe do frio da ausência
Daquele que um dia partiu
E eu nem sei se vai voltar...
Eu enterrei meu coração na curva do rio
É lá, vida minha,
Que ele irá te procurar
Se um dia regressar.

TÃO FRIO

(RÔ Campos)

Eu não sei o que aconteceu
Tudo mudou tão lentamente
Quando dei por mim,
De repente
Meu coração não batia mais
... Velozmente
Meu amor não te queria
Simplesmente
Você foi sumindo
Como uma estrela cadente
Da minha constelação
Escorpião, ardente
Tudo se fez tão frio
Quando Plutão se desfez
Desapareceu
Assim também
Tu e eu.

O PROFETA DO AMOR

Francisco de Assis, um exemplo de despojamento e amor ao próximo. Deixou tudo para trás e se doou aos pequeninos. Verdadeiro instrumento de paz e amor. E é amando que se vive para a vida eterna, disse ele e alguns outros profetas. Profetas do amor. A única coisa que fica, quando tornamos ao pó. Só o amor edifica. Tudo o mais por si só se destroi. Não adianta querer ser esperto. Contra a natureza ...NINGUÉM pode. Tudo é muito, mas muito fugaz. Em breve, tu te vais. Nu, absolutamente nu. Sem bolso, nem dinheiro. Ou, se tiveres poupado, ou guardado um pouco do fruto do teu roubo, poderás ter a sorte de não seres comido pelos vermes da terra, transformando-se em cinzas em uma sessão de cremação, postas em uma reles caixinha, ou lançadas ao vento, conforme seja a tua vontade. E então, se não tiveres amado, serás apenas cinzas na escuridão da noite que se avizinha.

"DOLCE FAR NIENTE": TEM UM PREÇO

Como é difícil viver na Amazônia, e ainda há - e como - aqueles de outras plagas que nos zombam, quando, na realidade, somos verdadeiros herois. Gente, se em Manaus tornou-se uma verdadeira tortura o ato de viver (com calor insuportável, constante falta de água e luz, mas, em compensação,faturas de pagamento milionárias, internet digna dos homens das cavernas, trânsito caótico, uma verdadeira torre de babel horizontal (se é que isso é possível) sistema de transporte coletivo sofrível, enlouquecedor, segurança pública que, na realidade, é total insegurança, com o povo fazendo justiça com as próprias mãos, linchando, torturando, matando bandidos (sinal da ausência do Estado), a saúde na UTI, gente morrendo nos corredores de hospitais, o que dizer dos confins da Amazônia? Ainda vêm esses "ecologistas" de meia tijela e pseudo-defensores do meio-ambiente ditar normas na tentativa de manter a Amazônia intocável. Mas olha já então! E como vai viver o homem do interior, numa terra tão inóspita, sem tirar o seu sustento da floresta? Querem gozar dos benefícios de uma floresta intocável, aí no dito primeiro mundo, então tratem de trabalhar e mandar dinheiro, mas muito dinheiro mesmo, para o caboco poder sobreviver, sem ter que colher seu sustento da floresta. E tem mais: fiscalizem, porque, caso contrário, dinheirinho, que é dinheirinho, custa a chegar às mãos deles, imagina uma dinheirama. A Amazônia tem várias espécies de mosquitos. O da malária, da dengue, da leishimaniose etc. E também tem muitas pragas, como, por exemplo, os cupins ( que existem na natureza em mais de 2.800 espécies, segundo o Google), as traças, as baratas, os ratos. E como tem rato, minha gente! Inclusive a praga de alguns seres, que, denuncia-nos a mídia, vivem se refestelando à custa da corrupção, o que, segundo nos contam, não é coisa que povo desenvolvido leve para casa, não.

PULSAR FUGAZ, O REGENTE E O DESAFINADO

(RÔ Campos)

(Acabei de compor este poema, assim que soube do último verso da vida de Steve Jobs, cujo tema me baseei nos ensinamentos que ele nos transmitiu em sua breve , mas significativa, participação na orquestra da vida)

A vida é tão breve
A vida é tão curta
Mas ainda são muitos
Os homens que surtam
Pobres diabos!
Terráqueos!
No mundo de Deus!

A vida é tão breve
A vida é tão curta
Num segundo, apenas
Tudo vira pó, poeira:
Dinheiro, orgulho, preconceito
Sem dó, nem ré, nem mi,
Nem fá, nem sol, nem lá...
Nem si.

A vida é tão breve
A vida é tão curta
É Deus, e sua batuta
É Gaia quem toca,
Quem o canto entoa
É o sol radiante que tilinta
É o vento que sibila
É a chuva que baila enquanto cai
São os leitos dos rios,
São os mares, rasos, profundos
Onde as águas da chuva se deitam
São os pássaros que voam
Que o cantar ecoam
Orquestra da vida!
Pulsar fugaz!
O homem, obra da criação
Ou, quem sabe
Do Nada
Desatento...Desentoa...
Desafina...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

COMENTÁRIOS SOBRE CRIADOR, CRIATURA E O LARÁPIO

Eu e minhas divagações sobre patéticos que "roubam" a criação alheia. Quem surrupia jamais vai conseguir fazer igual ao idealizador. Pode ser até melhor, ou pior, mas igual, nunca. Não se rouba a alma de um artista. Na verdade, penso que o máximo que o "ladrão" pode conseguir é safar o criador de uma terrível dor de cabeça, quebrando a cara, por se meter a besta em querer fazer o que sequer teve a capacidade de criar. Como citou outro dia nosso queridíssimo e inominável artista amazonense Rui Machado (não sei se a frase é dele, mas cai como uma luva): o sol nasceu para todos, mas só os inteligentes usam protetor solar.(Como diz meu amigo e parceiro Paulinho Kokay) É isso que eu digo!

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

X FACTOR AUSTRÁLIA

http://youtu.be/Bpv48BOKSUk

O FATOR "X" (RÔ Campos)

FATOR "X"
Emanuel, O Enviado
Acima de ti, apenas o céu
Abaixo, tudo é nada
Estamos todos juntos
Seja curta ou longa... essa estrada
Não importa o tamanho da viagem
Viver...isso é o que importa.
Tua dor, pungente
Só o teu corpo te afetou
Não é a dor da alma.
Recebeste de presente
Uma joia rara
De uma mãe que não te concebeu
Uma mãe, sublime ser
Que o verdadeiro amor te deu.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

RESPEITO É BOM - E EU GOSTO!

Quando comecei a postar meus poemas no finado orkut, meu querido amigo e irmão, Antonio Pereira, o maior cantador da Amazônia, já me dizia: RÔ, aconselho-te a não ficar espalhando teus escritos pelo orkut, sabe como é, esse negócio de direitos autorais é coisa séria. Por outro lado, meus filhos sempre me criticaram por esse meu jeito, digamos, ingênuo de ser, por sair bradando aos quatro cantos as minhas ideias, meus projetos, meus escritos. Nunca me intimidei com isso. Não porque acredite na honestidade das pessoas - longe de mim. Mas sempre tive cá comigo que, quem quer que atravessasse o meu caminho, eu saberia como dizer ao mundo que dita pessoa estaria se apropriando de algo que não era seu, nem mesmo a ideia.

Em torno do dia 15 de julho passado encontrei uma "amiga", quando fui comprar os ingressos para o show de aniversário do programa Mesa de Bar. Na ocasião, conversamos sobre música e eventos, quando lhe falei a respeito de um projeto que idealizei: 2 BANQUINHOS,2 VIOLÕES". Disse-lhe que, quando pusesse o projeto em prática, o realizaria com o mineiro LÔ Borges (com quem, inclusive, já havia até entrado em contato) e o meu querido amigo Zeca Torres. Disse-lhe, também, que ainda não havia concretizado o meu intento por várias razões, que as citei, naquele momento. Ela ficou deveras interessada e me falou, então, que, passado o evento que estava realizando, entraria em contato comigo para conversarmos e, quem sabe, levarmos a efeito o projeto, uma vez que já tinham um artista nacional na agulha (para quem, segundo ela, já haviam remetido 50% do cachê cobrado). E assim se deu. Recebi telefonema dessa " amiga", me convidando para ir até a empresa do marido, para conversarmos...e o papo foi longo. Fizeram-me proposta para promovermos o evento na base de 50% (cinquenta por cento) para cada um, inclusive com relação às despesas. Declinei do convite, expondo meus motivos, mas coloquei-me à disposição para trabalhar em conjunto (sem qualquer ônus para ela), nesse primeiro evento e, após a realização do mesmo, sentaríamos para fazer uma análise e estudarmos a possibilidade de estarmos juntos dali em diante. Coloquei minha empresa PACTOLO PRODUÇÕES à disposição, prontifiquei-me a buscar algumas parcerias, a vestir a camisa, e ficamos " acertados". Debatemos até sobre o nome do artista local a participar do evento, citando, além de Cileno, outros nomes que se encaixariam no projeto. Chequei à empresa às 18h e saí de lá mais de 22:00h, com a afirmação de que, brevemente, entrariam em contato comigo para pormos a mão na massa. Pediram-me que eu enviasse, por email, o portfólio da PACTOLO, o que o fiz alguns dias depois. Os dias se passaram e, como não recebesse qualquer notícia, entrei em contato com essa minha "amiga", que me pediu para aguardar. Os dias continuaram a passar...e nada. Eis que, surpreendentemente, agora, deparo-me com a propaganda do evento no jornal A CRÍTICA, o qual será realizado dia 30, no Teatro Direcional: 2 BANQUINHOS & 2 VIOLÕES, com TUNAI e CILENO, uma produção da TRAMPO, justo a empresa do marido de minha "amiga". É a TRAMPO trampolinando escancaradamente.

Quero dizer, por fim, que, é claro, não registrei a marca, mas isso não pode servir como desculpa para uma pessoa que se tem como séria (jornalista e radialista) usá-la em seu favor, como se sua fosse a ideia, sem dar a menor satisfação à idealizadora, ainda mais pelo fato das coisas se terem passado como descrevi acima. Há que se ter o mínimo de ética. Aliás, não existe mínimo nem máximo em Ética. Na vida, ou se é ético, ou não se é. Ponto. Que me dispensassem de fazer parte da equipe a trabalhar na produção do evento, tudo bem. Mas que tivessem a decência de, pelo menos, me perguntar se eu me importaria que usassem o título do meu projeto. E eu anuiria, com o maior prazer. Respeito é bom - e eu gosto.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

ME PERDOA

(RÔ Campos)

Me perdoa se eu te deixei sozinho na estrada.

Me perdoa se meu amor por ti não foi tanto.

Me perdoa porque te condenei quando condenado já estavas.

Me perdoa porque não te perdoei antes.

Me perdoa porque andas tão perdido.

Me perdoa porque vivo tão distante.

Me perdoa por me amar tanto a mim e não mais te querer.

Me perdoa se te fiz me perder.

Me perdoa porque bati a porta pra ti.

Me perdoa porque saí pra viver.

Me perdoa por seres triste.

Me perdoa por eu ser feliz, ainda assim.

Me perdoa se me tinhas amor...e eu viva à procura de um amor,

porque o teu pras drogas perdi

sábado, 10 de setembro de 2011

SOBRE A POSTAGEM DE MEU AMIGO AFONSO RODRIGUES, NO FB, SOBRE MÚSICO, MÚSICA E OMB

(Condensei nesta nota as várias postagens que fiz em meu mural sobre essa questão, já que ficaram dispersas e não localizei mais a postagem do meu querido amigo Afonso Rodrigues, com a qual eu não compartilho, como é público e notório, inclusive através dos vários textos que já escrevi e postei aqui no Face e no meu blog www.rocampossobretodasascoisas.blogspot.com).

Negócio mais esquisito aconteceu comigo há pouco aqui no Face. Afonso Rodrigues fez uma postagem a respeito de músico , música e OMB. Houve vários comentários de amigos músicos, e outros de um que insiste em dizer que o é. Aff! Comecei dizendo: Mandou bem, Lucilene Castro, pois o músico bom sempre terá o seu espaço, e o mau jamais será ameaça". Terminei o texto mas não consegui postá-lo. Não achei mais a postagem do Afonso em seu mural. Sumiu. Queria muito escrever de novo. Alguém me ajuda????

Trocando em miúdos, é o seguinte: Vivemos em um país livre. O dono do empreendimento contrata quem ele quiser. Se o músico for ruim, azar do dono, problema dele. Ninguém pode dar pitaco na minha empresa. Nem o Estado. Doutro modo, eu escolho para onde ir. Se é um lugar que rola algo que eu não gosto, ou o músico não é de meu agrado, eu não vou e pronto. Há alguns nomes citados na postagem de músicos, cantores e compositores que reputo dentre os melhores do país, mas há quem não goste.

É como ocorre em outras profissões. Ninguém inicia uma carreira bambambam. O tempo vai nos lapidando. Ou não (como diria Caetano). O músico também não é diferente. Quando contratamos advogados, engenheiros, médicos, mecânicos, cabeleireiros, costureiras etc. e não gostamos, trocamos e pronto. A mesma coisa: se for a algum lugar que eu por acaso não saiba quem está tocando e me deparar com um profissional a meu ver chinfrim, me retiro e bye bye Brasil.

Portanto, penso que cada qual deve fazer o seu trabalho, sem se importar com o outro, e sem ficar invocando aí uma reserva de mercado. Se o outro é a seu ver sofrível, dane-se o mundo. Você não o é. Isso é que importa.

E, pra encerrar esse meu bla-bla-blá, como uma luva na mão: Agora, eu quero ver é músico se manifestar contra os músicos (ou submúsicos, na linguagem utilizada), que toque na periferia, nos cafundós do judas. Du-vi-de-o-dó! Reserva de mercado em reduto da classe média é maneiro demais.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

SHOW DE ANTONIO PEREIRA "MEU VIOLÃO, MINHA VOZ, MEUS ETERNOS COMPANHEIROS"

E vem aí, dia 29 de setembro, última quinta-feira do mês, às 21:30h, no TOC TOC DELÍCIAS & CHOPP (av. do Turismo, a 2km da estrada da Ponta Negra) ANTÔNIO PEREIRA, com o show "MEU VIOLÃO, MINHA VOZ, MEUS ETERNOS COMPANHEIROS". Uma viagem pelas 'LENDAS' do 'O LAGO DAS SETE ILHAS' e pelo 'ESTRADA DE BARRO',com escala em 'AFLUENTES'. Passaporte: R$ 10,00 (dez reais), por pessoa. Assentos liberados. Chegue cedo para garantir o melhor lugar. BOA VIAGEM!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O HOMEM QUE AINDA VAI MATAR A MORTE

(RÔ Campos)

(Na noite de 03/08/10 conversava pelo celular com Robertinho Chaves, cantor e compositor, e ele então me falou: eu sou o homem que ainda vai matar a morte. Eu disse a ele: isso dá música! Mas só tem letra)


Eu sou o homem que ainda vai matar a morte
Falo sério, com esse assunto não se brinca
Ela me excita e depois se esconde atrás da porta
Fica calada, e assim, o tempo todo me atenta.

Eu até já lancei-lhe o desafio
Convidei-a pra um duelo tantas vezes
Mas a danada dessa morte é ardilosa
E num duelo não pode haver trapaça.

Houve uma noite, eu me lembro muito bem
Encontrei-a quando voltava para casa
Quase não chego. Que noite de agonia!
Ela havia preparado uma emboscada.

Eu bem sei, muitas vezes já brinquei
Pensei até em namorar com ela
Mas desisti quando vi a face dela:
É muito feia, fria e traiçoeira.

Mas eu prometo, chegará o dia
Sou o homem que ainda vai matar a morte
Ela vive a me espreitar, quero coragem!
Não tenho escolha: mato essa peste ou me mata ela.

04/08/2010


O CIGARRO, A MACONHA, O ÁLCOOL, O CAPITALISMO E O VALOR DA VIDA

Coisa esquisita esse negócio que vem tomando conta da cidade. Adesivos - ou serão cartazes? Que nome dar a esse troço que um certo órgão público (Anvisa, Covisa, sem lá bem o quê que é) tem afixado nos bares, restaurantes, casas noturnas manauaras e similares, proibindo, agora, 100%, o fumacê (cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos etc) nesses locais, mesmo em áreas livres, sob ameaça de multa?

Bem, o que me chamou a atenção nisso tudo é que, se essa desgraça desse tal de fumo faz tanto mal (e eu, particularmente, sei que faz - pelo menos a mim, por experiência mais do que própria), por que não cortar o mal pela raiz e proibir a fabricação desse infeliz? O que existe de tão poderoso no reino da indústria do fumacê que,embora expulso do paraíso e jogado no fogo do inferno, ainda resiste a tanta pressão? Como pode um troço que - dizem aqueles que entendem do assunto - contém inúmeras substâncias cancerígenas, dentre outras que provocam, inclusive, a morte por males causados ao coração, pulmão, rins etc., continuar a ser produzido, vendido e consumido por pessoas totalmente marginalizadas, mediante autorização do Estado, e esse mesmo Estado proibir o seu consumo? E esse mesmo Estado, também, negar-se a legalizar o uso da maconha em determinadas situações, comprovadamente benéficas para a saúde daqueles que a necessitam? E alguém aí já pensou, por exemplo, que o sujeito, acuado, vai isolar-se em sua casa, para fumar, causando um grande mal às crianças, que não poderão ser obrigadas a retirar-se de casa para permitir que seus pais gozem as delícias de seus vícios malditos? Ou, ainda, nos danos maiores que serão causados ao meio ambiente, pois, ao invés das famigeradas baganas serem devidamente recolhidas em sacos, serão jogadas na rua, para onde os fumantes marginais são obrigados a ir, a fim de satisfazerem seus vícios, contribuindo muito mais para a poluição e entupimento de esgotos?

Engraçado, ainda, é que o cigarro é a bola da vez (e eu não estou fazendo nenhuma apologia a esse produto tenebroso, creiam-me), e, em alguns lugares onde o consumo também tem sido agora sistematicamente proibido (bares, por exemplo), o álcool, muito mais devastador do que o fumo (pois, em tese, quem fuma faz mal a si mesmo, enquanto, quem bebe, está sujeito a cometer desatinos e crimes, como quem dirige alcoolizado, por exemplo, que pode tirar a vida de terceiros), corre solto em tais lugares, com muita gente bebendo até embriagar-se, sem nenhuma proibição tanto para a venda quanto para o consumo, à exceção de menores de idade.

O que estou pondo aqui, é que tenho batido minha cabeça para entender essa equação, e não consigo, por mais que me esforce.

Tanta falação quanto às malditas gorduras trans, sal e açúcar em excesso, óleos, alimentos transgênicos etc., com o Estado posando de preocupado com a saúde do povo e diz-que avançando contra as indústrias desse segmento, enquanto o álcool continua matando de maneira inclemente seus próprios consumidores e pessoas inocentes, e o cigarro segue um túnel que se afunila progressivamente, mas segue, enquanto continuar, é claro, sendo fabricado para matar, com a autorização do Estado, que aufere grandes somas com os impostos incidentes sobre eles, valores esses que, no entanto, sequer amenizam os males causados à saúde, com prejuízos inestimáveis ao erário e, consequentemente, ao povo.

Causa-me também espécie, determinadas pessoas que se vestem de paladinos da saúde e do bem-estar, verdadeiros inimigos do cigarro, chegando às vias de fato em certos locais, por exigirem que os viciados não fumem, alegando incômodos causados pela fumaça, que abusam não apenas do consumo do álcool, como de produtos ou objetos outros que também causam tantos danos à natureza e à saúde pública.

Há que se comportar com menos hipocrisia sobre esses assuntos, e que se repensar profundamente tais questões, coisa complexal no contexto atual, onde o capitalismo e seu filho lucro são o senhor de tudo, e a vida em si vale quase nada.

domingo, 4 de setembro de 2011

FECANI?



Não vejo mais nenhum sentido nesse negócio de FECANI. Se é que algum dia alguém realmente pretendeu dar sentido a ele. FECANI, para quem não sabe, significa Festival da Canção de Itacoatiara, que, neste ano, se minha memória não estiver a me enganar, está em sua 27a. edição. Que me relevem meus amigos músicos (e os nem tanto), mas esse FECANI já deu o que tinha que dar. Hoje, de festival, não tem mais nada, pelo menos do ponto de vista da natureza de tais festivais, como aqueles gloriosos da década de 1960, do século passado, onde inúmeros artistas foram revelados para o Brasil, como Chico Buarque de Holanda, Edu Lobo, Jair Rodrigues, entre tantos e tantos. O FECANI, como pode constatar qualquer um que se debruçar sobre o desenrolar do evento, desde sua criação até os dias de hoje, no aspecto competitivo, resume-se, na atualidade, praticamente, às mesmas figuras carimbadas daqui e dalhures, que, passados alguns dias do seu término, caem no esquecimento da memória coletiva, mesmo aqueles que conseguem abocanhar alguns prêmios. Apenas a memória dos artistas que participam do evento guardam registros, dizendo-me a mim, cá, os meus botões, que o FECANI, com algumas companhias pelo Brasil do sul, sudeste e nordeste, nesse particular, acabou por criar a figura do músico profissional de festivais, que participa desse tipo de evento com o objetivo único de ganhar alguns milhares de reais, até porque os trabalhos, mesmo aqueles vencedores, caem, como já mencionei, num vazio intransponível.

Por outro lado, as apresentações não competitivas não trazem qualquer identidade com a natureza dos festivais, e, na maioria das vezes, têm sido de um mau gosto de corar marciano, que até meus dedos se negam a digitar nomes, como exemplo desse verdadeiro acinte à canção brasileira. Não, não vou me furtar de citar pelo menos um fato. Estive eu em 2006 em Itacoatiara, para assistir ao festival, que teve o sopro de inteligência de convidar Oswaldo Montenegro naquele ano bendito, mas, tal foi minha indignação quando surgiu no palco um grupo de pagode do Rio de Janeiro (cujo nome não recordo - ainda bem!), com o vocalista mostrando seu físico musculoso, com os botões da camisa abertos, como se estivesse num desfile de moda para seres não pensantes. E, se novamente não me falha a memória, foi nesse ano que apresentaram-se Calcinha Preta e KLB. Pra acabar!

Tudo isso, diga-se de passagem, financiado com dinheiro público. Milhares e milhares de reais que poderiam muito bem ser aplicados, de verdade, no próprio segmento da música, mas com fins sócio-educativos, pois música é educação, música é arte, e o maior patrimônio de um povo é a sua arte.

Já passou a hora do Brasil virar a mesa e resgatar a sua música, uma das mais ricas deste planeta. Tudo o que tem sido criado de mais belo na incomparável música brasileira, está atrás de uma cortina de fumaça, que o povo não consegue ultrapassar, ou a música não consegue alcançar o povo. A mídia, concessão pública, se fechou para a cultura e escancarou as portas para o lixo. E, quando teço comentários sobre essa questão, não o faço apenas com foco no aspecto sócio-educativo, como, também, econômico e do mercado de trabalho. Há uma incomensurável produção musical no Brasil que jamais chega às prateleiras das lojas. Há uma incomensurável produção musical no Brasil que não tem mais locais onde tocar, onde realizar shows. E grande parte dos artistas brasileiros sobrevivem de sua arte, aos trancos e barrancos, a despeito do descaso do governo brasileiro com essa parcela gigantesca da economia, que tem capacidade de gerar milhões de reais, porque tudo o que sabem fazer é arte. Ou, então, vão-se para o exterior, especialmente Japão, Europa e Estados Unidos, onde são reconhecidos e vivem com dignidade. Enquanto nós, pobres mortais, vamos seguindo praticamente proibidos de gozar do que há de melhor na música brasileira. Brasil: um país tão rico e tão pobre!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

DA BR 174 A BALBINA. AGORA, BELO MONTE. LÁ SE VAI MAIS UM HORIZONTE

(RÔ Campos)

Disse-me ontem um padre

E eu fiquei a divagar:

"Deus perdoa sempre

O homem, às vezes

A natureza, nunca".

Portanto, não mude nada de lugar

Deixe o Velho Chico seguir seu curso

O Amazonas, no mar desembocar

Na Terra, o homem há de ficar

Marcianos, em Marte a encarnar

E o que é da Lua

Sempre será lunar.

Balbina, cemitério de árvores

De bichos

Horripilante!

As lágrimas correram meu rosto

Ao ver aquele cenário

No meu imaginário:

Aves, sem árvores para pousar

Outros bichos, terrestres

Em fuga afogados pela fúria das águas

Nenhuma chance de vida

A ordem era matar

Exército de bichos

Pela voz desgovernada

De um (des)governo militar

Rasgaram a verde-mata

Pintada de vermelho

Do sangue de Calleri

Cuja missão era pacificar

Índios, expulsos de suas terras.

Outros corpos também quedaram

Vencidos, amarelados

Cruel anofelino!

Choraram os citadinos

Não menos também choraram os índios

E Manaus, depois, muito depois

Vive na escuridão

Dessa luz que ainda não veio.

Belo Monte! Belo Monte!

Lá se vai mais um horizonte!

( 01/09/2011)

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

SHOW DO PARAENSE FLORIANO NO CORSÁRIO MUSIC BAR, DIA 01 DE SETEMBRO

Aproveitando sua estada em Manaus em razão de sua classificação no Festival da Canção de Itacoatiara – FECANI deste ano, pela música “Entretempo”, parceria com poeta Jorge Andrade, o músico paraense Floriano apresentará, no CORSÁRIO MUSIC BAR, nessa quinta-feira, dia 01 de setembro, às 21 horas, o show “FLORIANO E A CANÇÃO BRASILEIRA”, trabalho cujo escopo intenta o resgate da música popular brasileira, seja executando canções já conhecidas, seja tirando do anonimato outras até então esquecidas pelos programadores das emissoras de rádio, fato este que o preocupa por distanciar as gerações mais novas do rico e extenso acervo que constitui a música popular brasileira.

Floriano dedica-se, refinada e sensivelmente, enquanto compositor, cantor e arranjador, integrante da produção musical paraense ao longo de mais de 23 anos – bem como nacional, em shows realizados e inúmeros festivais de que participou e foi premiado – à uma cuidadosa pesquisa realizada para elaborar seu trabalho, cujo alcance perpassa por canções desconhecidas, muitas vezes até para o público especializado, além, por certo, de obras paraenses, dentre as quais se encontram algumas de sua própria autoria, dotadas de notória beleza melódica e versatilidade, com os mais diversos parceiros, as quais, especificamente, este show apresentará em maior número.

Pelo reconhecimento e qualidade que seu trabalho apresenta, Floriano tem composições gravadas por intérpretes como, por exemplo: Zé Luiz Mazziotti e Karina Ninni (SP), Luisa Nogueira (ES), Olivar Barreto, Lívia Rodrigues, Carla Maués, Leila Chavantes, Maca Manheschy, Arthur Nogueira, Lúcio Mouzinho e Andréa Pinheiro (PA), Patrícia Bastos e Elaine Araújo (AP) em cd’s individuais ou coletâneas.

No mais, segue abaixo a letra de "Canção brasileira", música de Sueli Costa e Abel Silva, que intitula o show a ser apresentado por Floriano, a exemplo da riqueza das composições escolhidas por ele para serem trabalhadas.

Canção brasileira
(Sueli Costa e Abel Silva)

A canção brasileira chegou
Com o fim do verão
O sol está presente
Como continua
O impossível amor
Pela primeira vez meu amor
Eu me sinto feliz
Sabendo que sou
Sabendo que dou
O amor mais bonito

Quantas vezes vagueio no quarto
Ou nos bares tão só
Mas eu nunca fui triste
Os corredores da vida
Eu já sei de cor
Já não sinto o temor de sentir
Já não sei mais chorar
É que o choro não vem
Quando eu quero sorrir
Quando eu quero sorrir

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

AONDE VAIS, HOMEM?

(Texto que escrevi e postei no Faebook na madrugada de domingo)

Há alguns dias, quando comecei a ver algumas postagens aqui no Face, a respeito de uma tal (ou um tal, sei lá) UFC, fiquei me perguntando o que seria isso. Cheguei até a imaginar que pudesse tratar-se de uma banda de rock ou coisa similar. Em seguida, conversando com meu filho Éric, ele explicou-me que trata-se de esporte de luta. Sabendo que eu estava impressionada com a atenção e importância que várias pessoas estavam dando ao caso, ele simplesmente perguntou-me se eu tinha ideia do valor envolvido no negócio. Segundo ele, é muito dinheiro.

Pois bem. Saí por volta das 22:00 horas de ontem e retornei agora, na madrugada. Liguei meu laptop, dei uma passeada pelo meu mural, escrevi, emocionada, o texto sobre a covardia que resultou no roubo da vida do cientista social, professor, escritor e poeta Moysés Mota. Nesse passeio pelo meu mural, constatei a ocorrência de incontáveis postagens sobre a tal da luta. Ainda não tinha visto nada igual no FACEBOOK, nem mesmo com relação aos fanáticos torcedores de times de futebol.

Fiquei me perguntando sobre o que levaria uma pessoa a prender-se com unhas e dentes à frente de um aparelho de TV, assistindo a uma luta entre dois homens, ao mesmo tempo em que narra em seu computador como a coisa está se passando, com uma eloquência que até parece estar chegando a um orgasmo.

Talvez, quem sabe - pensei -, cada um escolhe o seu lutador, aquele por quem vai torcer, e entra dentro dele, como se fosse o próprio. Não vejo outra alternativa.

E tanta coisa melhor pra se fazer nesta vida...Mas, como eu já disse outro dia a respeito do Big Brother Brasil: Só entra em minha casa o que eu permito. Lixo, não entra. Lixo, sai.

Bom, é claro, isso é apenas o que eu penso. Cada um pensa e faz o que bem entende de sua vida. Mas que é um derperdício de energia, ah, isso é.

Melhor do que assistir a homens se debatendo em uma luta, é amar, é brincar de cavalinho com o filho, é embalar o filho no balanço do parque, correr na praça, brincar de bola, brincar de brincar de luta com o filho, mas uma luta de virar-se no chão, com abraços apertados, criar laços, desatar nós. Brincar de soldadinho com o filho, mas não para ensinar-lhe a ir a guerra, a matar, e, sim,para orientar-lhe sobre o valor da vida, a defender essa vida, cuidando do nosso planeta, de onde retiramos nosso sustento. Com a filha, também.

domingo, 28 de agosto de 2011

O MUNDO FICOU MAIS POBRE (RÔ Campos)

(Postagem que fiz em meu mural, no FACEBOOK, sobre o trágico e desolador episódio que ceifou brutalmente a vida de Moysés Mota, cientista social, professor, escritor, poeta e, principalmente, uma voz que bradava contra os desmandos e a corrupção que grassa no país)

Nada escrevi no mural de minha amiga Regina Melo sobre o lamentável episódio que ceifou a vida de seu irmão Moysés. Faltaram-me palavras. Sempre tive muita dificuldade em lidar com essas situações. As sílabas não conseguem transformar-se em palavras, a boca trava, o coração aperta. Há pouco retornei para casa e, à entrada do portão, tentando abri-lo com o controle remoto, lembrei-me do ocorrido. Entrei em casa, liguei meu laptop e, após ver algumas postagens e comentários sobre o assunto, cheguei a uma conclusão. Lamentável que tenham roubado a vida da pessoa errada. Não que se possa sair por aí matando gente no atacado ou a granel. Isso não. Mas a verdade é que o ou os assassinos calaram a voz de um homem contestador, detentor de firme posicionamento contra os desmandos, a corrupção, esse câncer que é um dos principais responsáveis pela miséria humana. Silenciaram aquele que sempre lutou por uma sociedade mais justa . Essa voz que pugnava por um mundo melhor. Um mundo melhor para todos nós, mas, principalmente para aqueles, como esses assassinos estúpidos, que não tiveram qualquer oportunidade na vida, que foram abandonados à própria sorte, que não receberam do poder público o que lhes cabia, mantidos na ignorância, para que jamais gritassem pelos direitos que lhes assegura uma constituição democrática. Calaram covardemente a voz de quem, com bravura, bradava por todos nós. A humanidade ficou mais pobre. Estamos órfãos.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

PALHAÇO FORMIGUINHA, MEU AVÔ GENÉSIO BENTES, A ARTE E A VIDA

(RÔ Campos)



Chorei lendo trechos aqui na net que mencionam meu avô materno (e padrinho) Genésio Bentes, ator, humorista, radialista, um dos fundadores da Rádio Rio Mar, e que passou também pelas Rádios Baré e Difusora.

Como meu avô era bem humorado e belo, um homem sedutor. O amor que tenho pela arte decerto vem dele, um grande artista, que viajou pelo Brasil juntamente com grandes nomes, como Mario Lago.

Lembro-me que ele tomava o violão e dedilhava, todo garboso, tocando belíssimas canções de ouvido. Bom de papo, conquistava as mulheres de primeira. Teve muitas mulheres, por quem se apaixonava, feito um Vinícius de Moraes. E quando nova paixão nascia, ele não pensava duas vezes e se escafedia. Qualquer semelhança não será mera coincidência.

DNA fortíssimo, fez-me enveredar pelo mundo da arte desde cedo. Aos 11 anos comecei a fazer parte da turma do Programa Cirandinha na TV, na extinta TV Ajuricaba, no Morro do Bode, Bairro de Santo Antônio, com a Titia Maria do Céu. Cheguei a levar grande parte da família para lá. Até o nosso cachorro Rin-tin-tin, certa feita, invadiu os estúdios e entrou nas casas manauaras, todo prosa, quem sabe procurando o pequeno cabo Rust.

Entre declamações, dublagens, danças e outros papéis, como a da professora de uma escolinha (humorística), fui me realizando como ser, num mundo que já me era totalmente familiar. Tentei cantar, mas fui aconselhada a desistir, depois de algumas tentativas em ensaios. O guitarrista Leonardo, que fazia parte da banda que tocava no programa, desistiu antes de mim. Desempenho sofrível. Desafinada na música, mas afinada com a palavra, com a poesia, através da qual eu consigo cantar sem abrir a boca.

Hoje, me contento em tocar um humilde ganzá (cujo som, apesar de sua insignificância no contexto geral, fascina-me), ou a pandeirola, que, muitas vezes, deixa-me com os dedos esfolados, sangrando. Não importa. O que me importa é cantar através das mãos toda a melodia que emerge das minhas entranhas, passa pelo coração e cérebro e chega até elas, transferindo-as para os instrumentos que, repletos de energia, transbordam.

Eu posso até não cantar uma música, até porque o sol não é para todos, mas eu posso - e canto - a vida, como o meu avô a cantou nos quatro cantos do Brasil. Porque a vida, esta sim, é para todos aqueles que querem viver, e eu jamais deixarei de vivê-la, por um dia sequer, mesmo que eu esteja dormindo, pois amo tudo o que compõe essa ópera, A Ópera da Vida. E, quando durmo, meu corpo descansa e minha alma se desgarra e passeia por outros planos, trazendo-me notícias que não me são reveladas, mas que minha alma sabe e meu corpo sente.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

CONSIDERAÇÕES SOBRE O AMOR E AS MARÉS

(RÔ Campos)

Um desejo indizível de me entregar ao mar e nadar, nadar, nadar...

No mar do meu imenso coração, ora calmo, ora revolto.

Amar nas altas marés, mas amar também quando o mar se acomoda,

com as ondas se deitando lentamente na areia.

De repente, sinto que só sei amar quando o mar em que meu coração navega, se agita.

A calmaria e os ventos frios congelam os longos e intrincados canais do meu coração.

Só o ventos quentes que sopram sobre os mares me suscitam as paixões.

Essas paixões que embriagem como os vinhos jovens, perfumados e marcantes.
Essas paixões que embriagam como os vinhos jovens, perfumados e marcantes.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

UM JEITO GOSTOSO DE VIVER O DOMINGO

Domingo, 28, a partir das 18h, no TOC TOC DELÍCIAS & CHOPP (Av. do Turismo, 2126, a 2km da estrada da Ponta Negra, quase em frente ao Previdenciário Clube), SAMBA VERÃO TOC TOC, com ZÉ MARIO & GRUPO KRIASAMBA, levando os melhores Sambas & Bossas de todos os tempos. Couver artístico R$ 7,00 (por pessoa). Uma junção de boa música e louras geladas a precinhos promocionais irrecusáveis (Cerveja em lata BRAHMA e SKOL apenas R$ 2,50. Long-neck R$ 4,00). Vários petiscos, amplo estacionamento (grátis) e um ambiente absolutamente aconchegante (com área coberta ou ao ar livre), ideal para você curtir a dois ou com grupo de amigos.

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TEM MAIS II: Quer festejar seu aniversário ou qualquer outra comemoração nesse dia (com um grupo seleto de amigos), ao som refinado do Kriasamba, considerado um dos melhores do samba em nossa cidade? É simples. Ligue e faça sua reserva, ou mande-nos um email: bentescampos@gmail.com. Fechamos pacotes incluindo petiscos, iscas etc.

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