sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

ACERCA DOS ATALHOS E A

(RÔ Campos)

Não me venham querer-me um atalho. Pode até ser que chegue mais rápido, Mas não haverá o gozo de um caminho mais longo, com a beleza das margens e a visão do horizonte que se descortina. É como percorrer uma alameda. É disso que gosto: de ser alameda. Atalho fica para os apressados, para os descompromissados com o belo. Eu não tenho pressa de chegar. Prefiro contemplar as delícias que se avizinham no meu itinerário e gozá-las e sorvê-las até a última gota.

SONHO REALIZADO, REALIDADE NUA


(RÔ Campos)

Tudo era apenas um sonho
E depois se tornou realidade.
Trabalhei como as formiguinhas,
Ladrilhando dia a dia o meu caminho.
E descobri que, na vida,
É preciso ter muita coragem,
Pois o monstro vence os covardes.

Sair, pôr os pés na estrada,
Não ter medo de cair na lama,
Nem de ir ao fundo do poço.
Descobrir a força que nos move,
E, tal fênix, ressurgir das cinzas
Para subir as montanhas .

Descobri que o fogo que acende a vida
É o mesmo que a devora.
E que o vento que levanta o fogo
É o mesmo que o apaga.
E que a aurora, quando vai embora,
Anuncia o crepúsculo que se avizinha.