quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

DOCA

( À minha querida amiga e irmã, Suzy Hô, todo o meu sentimento.
Já que não podemos sentar e recordar todos os momentos felizes que desfrutamos, nas longas conversas na cozinha, em meio aos salgadinhos deliciosos, ou na sala, sentadas no sofá, e ela, na cadeira.
Já que não podemos sentar e recordar as nossas peripécias da juventude, e suas palavras brandas nos repreendendo, com aquele olhar suave e penetrante.
Já que não podemos dizer, sim, valeu a pena.
Já que meu abraço não poderá te afagar, mas, sim, te afligir.
Já que nem pude dizer a ela: até um dia, quem sabe.
Escrever - minha irmã -, isso não me podes negar.
Cantá-la em versos é o que me resta.Porque toda vida é uma poesia. E a dela, além do mais, foi uma verdadeira prece)


DOCA

Guerreira, a não mais poder
Rica, em toda a sua plenitude
Árvore de muitos frutos
DOCA se foi, sem que eu soubesse.

Foi-se deste Reino para onde?
Eu não sei, mas não foi pra longe.
Tudo aqui deixou. A força do amor
Que tudo vence, o alicerce.

DOCA, pequenina, branda
Mais forte que as tempestades.
Travou batalhas, caiu, levantou
Subiu montanhas, chegou ao cume.

DOCA cumpriu seu ciclo.
Minha irmã, orgulha-te disso!
Transforma teu chorar em risos.
Ouvirás a voz de DOCA no paraíso.

(RÔ CAMPOS, em 24/12/2010)

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