terça-feira, 13 de julho de 2010

POBRE BRUNO

Sei que algumas pessoas dirão: pobre Bruno, nada, pobre da moça que foi brutalmente assassinada. Que seja. Que seja. Mas não consigo ver essa questão sob outro ângulo. Não posso falar muita coisa, afinal de contas tudo o que achamos que sabemos é o que a mídia nos traz. Apenas uma quase certeza: a moça foi assassinada aos 25 anos por motivos torpes. Sempre comunguei do entendimento de que o homem carrega em seu DNA o Bem e o mal. Não discutamos nada sobre minha afirmação, se é DNA ou não, pois é apenas uma forma de expressar-me. Podemos dizer de outra forma, se for o caso: o homem traz em suas entranhas o Bem e o mal. Ou, ainda, a índole humana é essencialmente boa, ou essencialmente má, ou as duas coisas. Sempre acreditei que o mal predomina nas atitudes do homem, principalmente movido pelo egoísmo. Mas também sempre acreditei que a minoria, que é o Bem, é quem garante a continuação da humanidade. Sem o Bem seria impossível a existência de vida na Terra. Pobre Bruno, porque o mal o venceu. Porque, inobstante tanto dinheiro e fama, ele mostra-se agora tão pobre. Pobre Bruno, vez que seus sonhos eram tão pequenos. Pobre Bruno, que em pleno século XXI, vive na idade das trevas, carregando em sua morada (que é o corpo em que habita), um espírito embrutecido, desprovido de luz. Sim, pois disse Einstein que não existe escuridão; o que ocorre é a ausência de luz. Sem luz não se vislumbra o Bem, e o mal, então, se instala. Por isso que o mundo do mal é o mundo das trevas, da escuridão. Total ausência de luz. Pobre Bruno, que tão cedo se perdeu. Ainda comentam sobre uma provável arrogância pelo fato de Bruno caminhar de cabeça erguida, mesmo algemado e a caminho da prisão. Esquecem que, no mundo de total escuridão em que vivia (o dinheiro cega),a única coisa que conseguia enxergar é que estava sendo incomodado, ameaçado. E Bruno, todo poderoso, resolveu dar um basta na situação. Só isso. Apenas isso. Nada mais. Assim, como quem vai ao zoológico dar comida aos bichos.
Conheço muita gente que não tem medo algum de enfrentar os tribunais humanos. Conheço muito mais ainda gente que não dá a mínima para o maior de todos os tribunais: o tribunal da própria consciência. Tenho cá comigo que foi isso mesmo que se deu com Bruno, pois ele teve tempo para pensar - e muito, tempo esse em que passou, inclusive, arquitetando essa tragédia. Poderia muito bem ter se arrependido no meio do caminho. Mas ele não podia ouvir a voz de sua consciência, muda que se encontrava, pois a consciência nunca fala na ausência de luz. Faltou luz.

2 comentários:

Francisco Teixeira Xico Branco disse...

Acho que a consciência de Bruno nesse episódio se chama: más amizades (maka, bola, etc). Faz lembrar aqueles diabinhos que vemos em cenas de desenho animado nos ombros, faltou porém o anjinho a lhe cutucar para o lado do bem...

RÔ Campos disse...

Como diz a música Pobres Moços (acho que é esse mesmo o nome), que ficou famosa na voz de Nelson Gonçalves, é bem verdade que muitas vezes as pessoas saem do céu por ser escuro e vão ao inferno à procura de luz. Mas ninguém que vive num mundo de luz anda em má companhia.