quarta-feira, 28 de julho de 2010

PAX ET LUX WALLACE SOUZA

“A morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”.

John Donne

Não o conheci pessoalmente. Acompanhei esse caso apenas pelos jornais e televisão. Tenho na memória duas imagens absolutamente marcantes de tudo isso: 1) Ao término da sessão na Assembléia Legislativa, quanto Wallace Souza teve o mandato de deputado estadual cassado. As mãos cruzadas encobrindo o rosto, com a cabeça abaixada; 2) A segunda, mais recente, a foto em jornal desta cidade, esquelético e o abdômem enorme, o que lembrou-me, inclusive, o povo da Etiópia e Somália. Pensei: Meu Deus, se esse homem for inocente, que motivos houve para ter-se arruinado dessa maneira, a si e à sua família? E, ainda que não fosse inocente, piedade era o que merecia, porque a tentação fora muito superior às suas forças. Humanos, somos demasiadamente humanos. O poder seduz e o mal se destroi por si só. Em face de tudo o que soube, concluí: ele já havia sido julgado e condenado pelo tribunal de sua própria consciência, tanto que não suportou a pena e desistiu da vida,fechando-se numa cláusura absoluta, num silêncio ensurdecedor, vindo, então, a sucumbir. Ninguém pode ser julgado duas vezes pelo mesmo crime (se é que houve). Esqueçamos esse ímpeto maldito de julgarmos e condenarmos o outro. Tratemos primeiro de ser o nosso próprio julgador. Cuidemos mesmo é da tarefa de casa, dos nossos filhos, maridos e esposas. Deletemos o egoísmo de nosso HD. Que o amor faça-se sempre presente, porque o amor tudo pode. Só o amor. Eis a maior de todas as forças da natureza. Em qualquer hipótese, Pax et lux a Wallace Souza e sua família. Pax et lux a todos nós, pobres errantes deste desconhecido mundo, do qual nada sabemos. A única certeza é a morte, que, também, nem sabemos o que seja.

Nenhum comentário: