terça-feira, 13 de julho de 2010

NÃO SONHO MAIS

Do que te queixas, agora?
Puseste trancas na porta
Reforçaste as travas da janela
O amor desfilou na avenida
Radiante, na passarela
Entre plumas, paetês, brilhantes.

No cativeiro, não o viste passar
Ao final, era tudo poeira, pó
Perdeu-se na dispersão, triste, maltrapilho,
Pedinte.
Recomposto, pos os pés na estrada
Não olhou para trás
Não queria ver-te de costas.
Tempo! Tempo!
Dez anos...

Agora, ressurjes das cinzas
Em meio aos meus desenganos.
Tuas portas abertas
As janelas escancaradas
Na avenida, o amor não passa mais.
São muitas as tuas feridas
Queres voltar atrás, no tempo
Um tempo que já não volta
Queres viver teu sonho, agora
Um sonho que - dizes, não viste
Hoje, porém, quem não sonha mais, sou eu.

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