segunda-feira, 9 de agosto de 2010

CALAREI!

Õ mundo, quanta insensatez!
Lã vou eu de novo, cumprindo novas penas, outra vez;
Eu, que nao tenho o coracao leviano, nem pequeno
A quem o juizo ha muito se rendeu.

Tomei as sementes das roseiras, plantei-as
Uma muda apenas floresceu
Que eu, na minha surdez, nao ouvia
Havia os espinhos, tambem.
Feri-me, outra vez.

Era tudo encanto.
O meu pranto secou sob a luz do sol,
Quando a noite escura acordou-se.
Nos campos abriram-se os girassois
O mundo era pequeno para nos dois
Mas meu amor - que era tao grande
Nao coube nos bracos dele
Cristal legitimo, raro, quedou de suas maos, quebrou-se
Meu coracao se partiu, despedacou-se
Hoje, choro eu, outra vez.

Nova sentenca foi proferida
E o direito consuetudinario quem dita
Talvez seja transferida para Atenas
Onde deverei cumprir essa pena
-Seguirei o exemplo de suas mulheres
-Sofrerei pelo marido, que nao e meu
-Ou talvez seja sua amante, constante
-Renunciarei as minhas vontades
-Nao terei mais qualidades nem direitos. So deveres
-Me conformarei e me recolherei
-Nao falarei mais o que vejo como verdade
-Calarei.

RÖ CAMPOS, 09/08/2010

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