segunda-feira, 5 de abril de 2010

LIBERTADA

Quero compartilhar esse poema com vocês. Escrevi na quarta-feira passada. Lembram que o calor severo dos últimos dias nos deu uma trégua e que choveu chuva de verdade em Manaus? Pois é. Aí a inspiração logo, logo, me visitou.

LIBERTADA

Ó, alma minha, encantada
Me vens nesta noite cheia de nostalgia
Trazida pela chuva que molhou o dia
E o vento frio que entreabre a porta
Não, não é morta a hora, ainda
Nem finda a saudade
Cuja idade já cortou a linha do tempo.

Vens, nesta noite úmida
Trazes um cheiro de amor-crescido
Põe-me na boca um gosto de nozes, avelã, scotch
Do meu licor preferido.

Ouço o “Xote dos Poetas”
Embriago-me...
De Vinícius a Neruda
De Clarice a Violeta
Poetas do mundo inteiro.
Minh’alma nesta noite é toda airosa
Cheirosa, como o aroma das rosas
Tem todas as cores que as dores espantam.

Leio o canto das palavras
Ouço as palavras que cantam
Minh’alma então flutua, sem libertinagem
Libertada.

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