sábado, 16 de março de 2013

SONHOS: ADORNOS DA ÁRVORE DA VIDA


(RÔ Campos)

Gosto sempre de falar sobre os sonhos, essa palavra mágica que é o ornamento primordial da árvore da vida. Para mim, um tema absolutamente apaixonante. Falar de sonhos é falar de realização, da vida propriamente dita, enfim. Porque não há vida sem sonhos, chuva sem nuvens, flores sem botão, céu sem estrelas, ainda que não a vejamos em certas noites, mas elas estão lá, como os nossos sonhos, sempre latentes, ainda que nos esqueçamos temporariamente deles.
Outro dia conversava com uma pessoa querida a respeito dos sonhos, a qual colocou-me essa assertiva de que, como tudo tem o seu tempo, os sonhos também não fogem à regra. Por isso, sonhe, sonhe bastante, mas não deixe que eles morem no passado.
A vida da gente vai se desenrolando naturalmente por etapas, ou ciclos, e devemos viver cada uma delas, sem suprimir nenhuma, para que não se transforme, por exemplo, num boneco sem cabeças.
Quando passamos a ter a compreensão do significado da vida, começamos a sonhar. Sonhamos e vamos em busca de sua concretização. Todo mundo busca, sem exceção. Os sonhos se concretizam (ou alguns deles, não), e novamente surgem novos sonhos. Eles são o telhado da vida, por isso estão na cabeça, e não nos pés.
Mas a história conta que muita gente deixa alguns de seus sonhos passarem frouxamente, e eles, então, tornam-se coisa do passado, deixando de buscar a sua realização. Cada sonho, por assim dizer, tem sua época própria, e depois não adianta querer recolher o leite derramado. Assim, normalmente uma pessoa que chega aos sessenta anos, não estará mais sonhando, por exemplo, em realizar o sonho de adquirir a casa própria, de exercer a sonhada profissão. Esses são sonhos que começam a se estabelecer na juventude. Aos sessenta, já estaremos sonhando (ou até mesmo concretizando esses sonhos) com os nossos netos, bisnetos etc., viajar pelo mundo, cuidar de nosso jardim, nos dedicarmos muito mais ainda ao outro, praticando o voluntarismo, porque teremos tempo e nossa visão de mundo será de maior compreensão e tolerância. Por isso, estaremos, também, sonhando muito mais com um mundo menos injusto e indiferente e mais humano.
Assim, quando os sonhos pulsam, temos que partir em busca de sua realização, sair de nós, debruçarmo-nos sobre eles, porque, como tudo passa, eles também passarão. E é muito triste quando, no final da estrada, olhamos para trás, e constatamos que, cheios de ideais, ainda assim deixamos nossos sonhos ali, sentados à beira do caminho, esperando que nós os carregássemos à frente, avante, e percebemos que não há volta, nem mesmo um retorno que nos permita tornar e buscá-los.
Lembremo-nos, sempre, que a vida é muito curta. É, como já disse, apenas um segundo. Que sonhos devem ser sonhados e concretizados. Que sonhar e realizar os sonhos é viver a vida - esse botão que arrebenta a cada amanhecer, a cada nascer do sol.
O amor é a base primordial da vida. É a raiz dessa árvore. Os sonhos são esses adornos também primordiais que enfeitam ess árvore que é a vida.

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