domingo, 31 de março de 2013

O ISOLAMENTO DO ESTADO DO AMAZONAS DO RESTANTE DA REGIÃO NORTE

RÔ Campos

Taí no que deu. Também, queriam o quê? Desde o advento Zona Franca de Manaus, implementado por obra e "graça" do Governo Militar, nos idos de 1968, na esteira de Francelino Pereira (se o alemão não me engana, era esse o nome do político que primeiro idealizou a legislação que criava uma zona de livre comércio em Manaus) que nossa cidade vem crescendo, por sinal desordenadamente, chegando ao caos em que hoje se encontra. Mas, mais uma vez, nem vou entrar no mérito, ou (des)mérito desse famigerado "projeto". A verdade é que o nosso estado, se sentindo, isolou-se dos demais estados da Região Amazônica, quando urgia formar-se um verdadeiro pacto amazônico, criando-se um bloco em defesa dos interesses sociais, culturais e econômicos desta longínqua e adversa região, porém detentora de riquezas naturais inexistentes em nenhum outro lugar do planeta, cuja população é tida pelo governo central e outros segmentos como formada por alienígenas. Somos um povo em torno de 25 milhões de pessoas, a maior região do país...e, aqui no Amazonas, vivemos à deriva, sempre com um pires na mão, à espera apenas e tão-somente da prorrogação de incentivos fiscais concedidos pelo Governo Federal, para mantermos um polo industrial funcionando, sem nenhum projeto arrojado para a exploração dos recursos naturais disponíveis em nosso estado...que são incontáveis. E esse famigerado "projeto", a exemplo da seca no nordeste, só tem servido de escudo para políticos se manterem em suas cadeiras, seja no Parlamento, seja no Executivo. Um embuste, diga-se de passagem. Ao invés de nos unirmos, separamo-nos. Não se pensa grande. Aliás, não se pensa nada, a não ser no próprio umbigo. Agora - e não poderia ser diferente -, os demais estados do norte começam a se rebelar (estava demorando): querem os mesmos benefícios para "desenvolver" seus territórios. Acredito que esta deve ser a hora derradeira desse pacto: ou é agora, ou nunca mais.

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