sexta-feira, 15 de março de 2013

E DAÍ, MARCOS FELICIANO? E DAÍ, BOLSANARO? E DAÍ? E DAÍ?



Estive conversando com um amigo gay durante saborosas horas, a respeito de todos os acontecimentos sobre a causa gay, que têm pipocado de norte a sul neste imenso Brasil e no exterior.
Não vou me alongar muito sobre o assunto, porque o que ele me colocou é tão pragmático que realmente dispensa qualquer alongamento.
Disse-me, ele, em resumo: “Estou pouco me lixando para os Marcos Felicianos, Bolsonaros & companhia da vida. A despeito da homofobia desses nada camaradas dos direitos humanos , da tolerância e do respeito ao semelhante (sim, queiram ou não queiram, viemos todos do mesmo buraco), a minha vida continua, a sexualidade é minha, o corpo é meu, a decisão é exclusivamente minha, estudei, me formei, exerço a minha respeitada profissão, a qual me mantém vivo, há mais de 25 anos, pago minhas contas com o produto do meu trabalho (se não pagá-las irão suspender o fornecimento de minha luz, minha água, minha internet e por aí vai). Deito na cama, durmo e faço amor com a pessoa que eu quiser, sobre o colchão que eu comprei (ou no vaso sanitário, isso é algo que compete exclusivamente a mim e ao meu parceiro decidir). Sou feliz e me realizo dentro das quatro paredes que eu suei para conseguir. Não sinto nenhuma necessidade de sair por aí com manifestações de afeto, beijos e amassos ao meu parceiro. Isso eu vivo na minha intimidade. Ao contrário desses e outros, que publicamente vivem de aparências, cheios de caras e bocas, e na intimidade de seu “lar” tacam a porrada em suas parceiras, são indiferentes, tratam-nas como se fossem depósitos de esperma, e ainda as traem na vida mundana. Alguns deles, fazem de suas esposas verdadeiras prostitutas, comprando-as com presentes caros para calar as suas bocas, presentes esses adquiridos com dinheiro “ganho” facilmente, ou, às vezes, até sem "ganhá-los", como estamos cansados de saber, porque os noticiários estão aí todos os dias a nos contar. E mantêm até amantes pagas com dinheiro de origem duvidosa.
Os gays geralmente são mais leais a seus parceiros, às pessoas que amam. São séculos e séculos de opressão, de preconceito mesquinho, que a traição numa relação gay equivale a jogar por terra toda essa história de luta por um lugar ao sol, pelo seu direito de viver, de ir e vir, de ser feliz, como melhor lhes aprouver. Essa luta renhida por estabelecer definitivamente no mundo o respeito que também lhes é devido como pessoas humanas e úteis que igualmente o são.”
O meu amigo gay é dentista, vive há anos com um companheiro, de igual forma profissionalmente estabelecido, tem dois filhos homens , ambos adotados, com curso superior completo...e héteros. Todos com os seus problemas que a vida diária nos reserva, mas levando suas próprias vidas, com dignidade e trabalho, seguindo em frente, conscientes de que “é preciso amor pra poder lutar”, pra poder seguir...E que “cada um de nós compõe a sua história, e cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz”.

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