sábado, 17 de março de 2012

POEIRA

(RÔ Campos) Quem pensas tu que és Se não és nada. (Não vales mais que um espirro!). Que pensas? Que pensas? Se o ar que aspiras te é dado. Quem pensas tu que és Se o sol que te dá vida não é vendido; Se a água que te sacia tem uma nascente, E não foste tu que a fizeste. Quem pensas tu que és Se quando aqui puseste os pés estava tudo pronto; Se o dinheiro que escondes é o teu engodo. Quem pensas tu que és Se aqui chegaste de onde; Se vem a fúria do vento e tudo arrebenta; Se a natureza inclemente te reduz. Quem pensas tu que és Se, sozinho, não és nada; Se os abutres na estrada Pinicarão tuas vísceras? Quem pensas tu que és Se amanhã a luz pode te faltar, A visão pode te trair, E a vida, emudecida, pode partir?

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