quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

DIVINA DAMA

(RÔ Campos)

Mil perdões!
Não pude te atender
Estive fora algum tempo
Saí de dentro de mim.

Fiquei muito tempo ali, perdida
Do outro lado do muro
Na rua
Enquanto te esperava.
Senti muito cansaço
Cansei. Cansei de tudo
Da espera...
Até perder a esperança.

Depois, achei o caminho de volta
Mas demorei a abrir a porta
Não encontrava a chave.
E eu, então, aflita
Não sabia o que fazer
Pra voltar pra dentro de mim.

Agora, agora
Quando tantas horas se foram
Passaram...
Meu coração já não chora
Embora triste.
Porque é só a tristeza no meu peito
Divina dama!
Que me diz da imprecisão de um amor tardio.

Mil perdões!
Nada mais tenho a te pedir
Nada mais dessa boca emudecida
Nas andanças sob o orvalho
Da madrugada que também chorava
Entristecida.
Não me deste o que (quase) implorei
Não me deste o que calei
Nem o que o meu silêncio gritava
E eu sabia que me escutavas...

Há de vir, em um outro tempo!
Quem sabe!?
Em um outro mundo.
Nenhum homem será antes de ti
Nenhuma mulher virá antes de mim
Nenhures!
E a tarde só se levantará depois
Depois da nossa manhã, sorrindo
Da aurora de nossas vidas.
Nosso amor será preciso.

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