sábado, 31 de dezembro de 2011

A AVENTURA QUE É VIVER

(RÔ Campos)

Quero escrever. Quero escrever e não estou sabendo como iniciar. Muita coisa vem à minha mente e o enredo se confunde. Luz! Luz é o que importa. Onde há Luz, há vida. Quero poder continuar essa caminhada não me mantendo fixa na direção do meu foco, de onde quero chegar. Quero poder olhar para os lados, para baixo, para cima e até mesmo para trás, e não apenas para adiante. Porque o melhor de tudo isso não é a chegada, pois que certamente atingir a meta é o fim de tudo. O melhor mesmo é a trajetória, é olhar e sentir a beleza à margem da estrada da vida, é curvar-se para retirar as pedras do caminho, as pedras do poeta, que não cansou de dizer, com suas retinas fatigadas, que "tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra". Sim, porque as pedras existem no nosso caminho exatamente para isso, para que possamos nos curvar, para que possamos colocar as mãos sobre elas e retirá-las, não apenas de nosso próprio caminho, mas do caminho dos outros, também. E seguirmos em busca do nosso destino, do destino que forjamos com nossas próprias mãos. Somos homens, e não Deuses. Por isso precisamos nos curvar para percebermos que somos tão pequenos diante desse vasto e misterioso mundo. Se nossos caminhos estivessem todos planos e pavimentados, não haveria qualquer sentido percorrer a estrada da vida. O que faz sentido é desbravar, é tecermos nossa própria engenharia de vida, é sentir o gozo da aventura que é viver. Viver é uma façanha arriscada e é uma grande sorte. Para isso, há que se ser forte, encarar essa aventura com pulsos de pugilista e a pureza das flores. E com a bravura do soldado. Esse mesmo soldado levado à guerra à sua revelia e com o coração partido, mas que não perde a ternura...jamais.

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