sábado, 26 de novembro de 2011

DESEQUILÍBRIO NA BALANÇA DA EVOLUÇÃO

(RÔ Campos)

Ontem, passei horas maravilhosas no Corsário Music Bar, alimentando minha alma, ouvindo Paulinho Kokay tocar e cantar MPB, desfilando um repertório da fina flor. Ouvi, pela primeira vez em um bar, a música Amor, de Caetano Veloso, sobre poesia homônima de Maiakovski, dentre outras pérolas. Extasiei-me. Após a apresentação de Paulinho Kokay, foi a vez de Vítor França, meu amigo particular e dono da casa, com quem fiz percussão durante duas horas. A galera interagiu bastante, fez inúmeros pedidos, alimentou-se do que há de melhor na música brasileira. Havia jovens e alguns nem tanto, muitos dos quais frequentadores de carteirinha do Corsário. Não foi uma noite de muito público, coisa, aliás, que tem se acentuado em Manaus, no que diz respeito aos espaços privados que se dedicam à boa música, o que é lamentável e preocupante.Quando saí de lá (o bar fica na av. do Turismo) após as duas da madrugada, tomei o rumo do ET BAR, seguindo pela estrada do aeroporto. Necessariamente, tive que passar em frente ao Porteira Country, literalmente lotado, com gente saindo pelo ladrão. Logo após o aeroporto (colado ao Eduardinho), um posto de gasolina, totalmente entupido de carros, com a tampa de suas malas abertas e aqueles sons horrorosos e inaudíveis. Que pena! Há muita gente, principalmente jovem, alimentando apenas e incessantemente a matéria, e matando a alma de inanição. O resultado disso é que, não havendo o devido equilíbrio entre a matéria e o espírito, sabe-se bem o resultado dessa (in)equação.

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