sábado, 22 de dezembro de 2012

UM BRINDE Á LIBERDADE

Há alguns dias vinha pensando: Vou sentir muito a falta de Dom Luiz Soares Vieira (arcebispo de Manaus), uma das pessoas que são referências em minha vida. Sou simplesmente fascinada pelos artigos de Dom Luiz, publicados no jornal A Crítica, principalmente pela lucidez e equilíbrio do arcebispo na articulação dos assuntos. Sua maneira de olhar e compreender o mundo é simplesmente singular. Mas eis que, lendo a entrevista, em A Crítica de hoje(domingo), do futuro arcebispo de Manaus, Dom Sérgio Castriani, deu para perceber que ele também provavelmente é um iluminado, posto que um ser que coloca a liberdade acima de tudo.

Transcrevo, a seguir, apenas um pequeno trecho da entrevista, que me emocionou sobremaneira. Tem muita gente por aí precisando saber disso. Até a Igreja Católica não vive mais na idade das trevas e não leva mais ninguém à fogueira. Portanto, acabe-se definitivamente com essa ideia ultrapassada de que quem não acredita em Deus é um insano, demônio, um ser do mal, isso e aquilo. Simplesmente é a liberdade de cada um de crer naquilo em que realmente acredita, de acordo com suas convicções. Isso não o fará menos homem, tanto que acredite, como diz Dom Sérgio, na dignidade humana, na verdade e na Justiça. Ninguém precisa passar recibo, nem reconhecer em cartório o que se passa no recôndito de sua alma, o que lhe diz unicamente respeito.

"É preciso respeito mútuo, que seja respeitada a opinião religiosa do outro. A liberdade religiosa é a convicção de que o outro tem direito de pensar diferente. Isso é fundamental. Quando uma religião não reconhece na outra o direito de pensar diferente, aí estamos no fundamentalismo religioso, no perigo da violência religiosa que temos assistido em várias partes do mundo. E a gente não deve pensar que a Síria, o Afeganistão são mais atrasados que nós. Nós podemos cair em um processo desse também. É muito importante que a sociedade brasileira reconheça a liberdade religiosa e que cada um reconheça o direito que o outro tem de pensar diferente. Esse respeito é defendido pelo Papa Bento XVI. Nós temos que estar unidos naquilo que nos une: primeiramente, todos acreditamos em Deus, ou mesmo aqueles que não creem em Deus, acreditam na dignidade humana, na honestidade, na verdade e na Justiça. Depois vem a colaboração e o diálogo entre essas religiões. E a partir daí o ecumenismo mesmo"

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