terça-feira, 4 de dezembro de 2012

RODRIGO: FOI-SE UM PEDAÇO DE NÓS. FICARAM OS LAÇOS QUE NÃO SE DESFAZEM JAMAIS



Triste. Já estava adormecendo e recebi um telefonema de minha amiga Íria, a Loura, dona do ET Bar, dando-me a notícia de que Rodrigo faleceu na quarta-feira passada. Rodrigo era um senhorzinho carioca, que há muitos anos morava em Manaus. Nunca se casou, não teve filhos e não tinha nenhum familiar por estas bandas. Rodrigo casou-se com a boêmia. Segundo Íria, era o mais autêntico boêmio destas paragens. Foi-se o último boêmio, na acepção literal da palavra. Adorava o sorriso e a alegria de Rodrigo. Adorava vê-lo tocar o tamborim com uma sutileza invejável. Adorava ouvi-lo cantar, muito embora o fizesse tão poucas vezes. Adorava quando, ao me ver chegar no ET Bar, Rodrigo abria seus braços, beijava-me, demonstrava felicidade por eu estar ali. Íria disse-me que o funeral de Rodrigo foi lindo. Muitos cantores entoaram seu canto para aquele cuja vida foi um verdadeiro encanto, embalada pela música e pelo prazer de viver. Infelizmente esqueceram de mim. Gostaria muitíssimo de ter dado meu último adeus a Rodrigo. Mas o seu sorriso e alegria contagiante, a batida sutil no tamborim e o seu canto sempre estarão nos quatro cantos do ET Bar, como a nos brindar, numa celebração à vida, que é bonita, é bonita e é bonita,

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