sexta-feira, 26 de outubro de 2012

ESTADO INERTE. POPULAÇÃO INERME, QUE, AINDA ASSIM, FAZ "JUSTIÇA" COM AS PRÓPRIAS MÃOS, COMO NA IDADE DAS TREVAS. É ESSA A CIDADE QUE VAI SER SUBSEDE DE UMA COPA DO MUNDO.


(RÔ Campos)

Dificilmente leio o jornal no dia de sua edição. Ontem, coloquei a leitura em ordem. Em um desses, deparei-me com a matéria sobre um suposto assaltante que foi linchado até a morte por transeuntes que se encontravam nas adjacências, no centro de nossa cidade.
Triste história de vida, a dele. Um homem de bem, traído, abandonado, vencido por essa droga de droga. O Brasil inteirinho está cheio dessas histórias chocantes. Pode acontecer com qualquer um de nós, humanos, demasiadamente humanos.
Que mundo insano é este? Quem as pessoas pensam que são, que condenam sem um julgamento e fazem "justiça" movidos pela ira, com as mãos que se tornam tão imundas quanto?
Não se nivelam ao bandido, ao reverso, sobrepõem-se. Enchem seus corações de mácula. Tornam-se monstros, ao invés de paladinos da liberdade. Afiguram-se verdadeiros senhores das trevas.
Manaus, de cidade sorriso, transformou-se em um sombrio vale de lágrimas. Todos os dias, invariavelmente, os jornais noticiam assassinatos os mais diversos, geralmente envolvendo jovens pobres, desvalidos, cooptados pelo tráfico.
É o Estado inerte. É o povo inerme, que, ainda assim, mata.

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