segunda-feira, 11 de julho de 2011

SOBRE ANA LUÍZA

Até me envergonho de ter medo da morte, de ter medo da dor. Eu, que tanto já vivi. Eu, que bem lá no fundo não sei na verdade o que é dor. Essa dor tão crucial, que rasga a carne, que dilacera a alma. Eu, que até então acreditava que não havia dor mais abissal que a dor de parir, de dar à luz um pedaço de minha carne, sangue do meu sangue. Eu, que agora penso que sei, que a dor da morte sofrida de uma criancinha que quase nada viveu deve ser uma dor que não passa, para quem a vida lhe deu. Mas deve haver algo mais em tudo isso. Temos que crer que há. Temos que buscar a peça que falta para montarmos esse quebra-cabeças. Tentarmos descobrir onde foi que Deus escondeu essa resposta. Ou, então, aquietarmos nossa alma num cantinho qualquer...e esperarmos pelo amanhã, para vermos o que ele irá nos trazer.

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