Cheguei. Sinto o cheiro da casa, dos cachorros, das plantas
Sinto o meu cheiro, que aqui ficou quando saí.
Andei pelas terras do norte, conheci pessoas,
Conversei com o artista, o feirante, o maluco na praça, o taxista.
Também com quem sequer abriu a boca, conversei. Muito me disse.
Enfurnada em um quarto de hotel, li.
Devorei Oscar Wilde, Baudelaire, Walt Whiltman, Gregório e também Vieira, o padre.
Não mais estou esfomeada. Renovei minha alma.
Depois de Nietszche e Erasmo, a elogiar a loucura,
E de Montagne,com seus Ensaios - pensei
Quem mais me dirá, ninguém mais.
Erro fatal, sempre há mais. Por todo o sempre,
Sobre o que já foi dito, e esquecido,
Bem assim sobre o que se falou jamais.
(Ah, essas esquinas da vida!).
Há o rio que nunca secou - agora, seca demais
Há o amigo que sempre te bajulou - agora, foge de ti
Há o amor que nunca te quis - agora, vive a te procurar
Há alguem que não conhecias - agora, o destino te apresentou
Há o Sol, a Lua, as Flores, o Rio, o canto dos passarinhos
Há o brilho das estrelas, o sorriso da criança, enfim
Há também tu, dentro de ti.
RÔ Campos, 25/10/2010, 01:00h
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