domingo, 24 de outubro de 2010

PROCURA-TE, E TE ACHARÁS

Cheguei. Sinto o cheiro da casa, dos cachorros, das plantas

Sinto o meu cheiro, que aqui ficou quando saí.

Andei pelas terras do norte, conheci pessoas,

Conversei com o artista, o feirante, o maluco na praça, o taxista.

Também com quem sequer abriu a boca, conversei. Muito me disse.

Enfurnada em um quarto de hotel, li.

Devorei Oscar Wilde, Baudelaire, Walt Whiltman, Gregório e também Vieira, o padre.

Não mais estou esfomeada. Renovei minha alma.

Depois de Nietszche e Erasmo, a elogiar a loucura,

E de Montagne,com seus Ensaios - pensei

Quem mais me dirá, ninguém mais.

Erro fatal, sempre há mais. Por todo o sempre,

Sobre o que já foi dito, e esquecido,

Bem assim sobre o que se falou jamais.

(Ah, essas esquinas da vida!).

Há o rio que nunca secou - agora, seca demais

Há o amigo que sempre te bajulou - agora, foge de ti

Há o amor que nunca te quis - agora, vive a te procurar

Há alguem que não conhecias - agora, o destino te apresentou

Há o Sol, a Lua, as Flores, o Rio, o canto dos passarinhos

Há o brilho das estrelas, o sorriso da criança, enfim

Há também tu, dentro de ti.



RÔ Campos, 25/10/2010, 01:00h

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