domingo, 15 de fevereiro de 2015

HIPERTENSÃO


(RÔ Campos)

Perdoa, coração,
Se, às vezes, eu ando à toa,
Te machuco, te magoo,
Cuido tão mal de ti·

Sabe, coração,
É que, às vezes, de repente,
Me bate uma grande aflição;
Quero ganhar o mundo,
Despistar a solidão·

Aí, coração,
Numa ânsia incontida,
Saio à procura de dopamina,
Me enveneno e, por tabela,
Te faço tanto mal·

Perdoa, coração,
Por te estreitar as artérias,
Por te deixar tão bravo e cansado,
Com as batidas desesperadas,
E eu, aqui, com medo de te perder···

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