segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

DOIS DE JANEIRO DE 2015


(RÔ Campos)

Hoje resolvi revirar os meus guardados,
Revolver o meu passado,
Reabrir as caixas que lacrei·

Reli as cartas que escrevi, e nunca enviei·
Todas falavam de sonhos e amores desfeitos,
De saudades que fizeram doer o peito·

Chorei ao reler as cartas que recebi,
Os cartões desejando Boas Festas, Feliz Aniversário·
E havia também outros que acompanhavam as flores que me eram enviadas·
Muitas foram as confissões de amor eterno,
E também as promessas jamais cumpridas·

Encontrei até velhas roupas rasgadas,
Fotografias às dezenas, como registro dos momentos de alegria e felicidade·

Vi em algumas cartas marcas das lágrimas furtadas dos meus olhos,
Que tantas vezes se fecharam para não sucumbir·

E nessa viagem ao túnel do tempo,
Encontrei corações delicadamente tecidos com fios de cobre,
O meu nome ao lado do nome dele·

Quando dei por mim, já era noite·
Devolvi tudo para as caixas onde estavam guardadas essas lembranças,
E lacrei-as novamente com as fitas que eram os laços,
Que envolviam os buquês das rosas vermelhas,
Que o homem que jurava que me amava, me mandava·

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