(RÔ Campos)
Todo mar que não é morto é pura fonte
Água viva, é temporal e mansidão.
Todo amor que se perdeu é descaminho
E o querer que já não pulsa é fogo morto.
Todos os sonhos se deitaram em berço explêndido
E outras vezes arderam em alcova alheia.
Toda traição dói muito menos ao traído
Que ao traidor que anda à solta distraído.
Vejo o crepúsculo e o dia então invade a noite
Que sai em fuga, alucinada, a se guardar atrás dos montes.
O dia toma a madrugada nos seus braços, em um quase-estupro
Nasce a manhã, de um longo parto, entre gemidos que se ouvem ao longe.
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