domingo, 4 de novembro de 2012

DEBALDE


(RÔ Campos)

Na despedida, dei-lhe um forte abraço.
Senti seu coração, assustado, pular.
Veio um desejo enorme de lhe dar um beijo,
Mas o medo de contar o meu segredo
Fez minha boca se calar.

À saída, no portão,
O aceno. O último adeus, nesta noite.
O relógio parecia conspirar contra nós.
As horas voavam. Você se afligia.
Precisava ir, mas o coração queria ficar.

Eu quedei-me, aqui, a refletir:
Eu e tu, nós dois, covardes,
Deixando passar, debalde,
Esse amor tão grande, tão vívido,
Enquanto há chama e ainda arde

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