domingo, 25 de novembro de 2012

A CRISE DOS TRINTA ANOS


(RÔ Campos)

Li, em A Crítica de ontem, domingo, uma matéria sobre a crise dos 30 anos. Que me perdoem a franqueza, mas acho que esse negócio de crise de idade é coisa de gente desocupada. Eu jamais passei por esse tipo de crise, porque sempre tive muita coisa pra fazer, sempre me dei muito pra vida, e essas preocupações nunca tiveram assento em minhas cadeiras. Tá preocupado porque o tempo tá passando, então quebra o teu relógio, espera o tempo passar e a morte chegar. Se não está, é porque a vida lhe consome. E todo aquele que vive com intensidade, que ama, que se doa, que se preocupa com o outro, que não se cala diante da intolerância e da frieza humana, não tem tempo para ficar encafifado com coisas tão pequenas. Essas pessoas (as de bem com a vida) vivem que nem sentem que o tempo passa. E quanto mais o tempo passa, mais ainda sentem-se ávidas por viver. É como falei certo dia a uma amiga: Tá com problemas, sentindo-se deprimida, sem vontade de viver, vá a um orfanato, visite o Abrigo Moacyr Alves, a Casa Vhida e tantas outras instituições que abrigam crianças desvalidas, especiais, acometidas de graves enfermidades ou em situação de risco social. Nunca mais você será o mesmo, sabendo-se que deverá mudar para melhor, isso se você for uma pessoa sensível às dores humanas. Trate de parar de reclamar é que é, e viva a vida, esse presente cujo doador sequer conhecemos, antes que venha o temível inimigo (esse futuro invencível e implacável) e ela se torne vencida.

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