sexta-feira, 22 de junho de 2012

NADA

(RÔ Campos)

Agora
Penso eu
Na vida
Na morte
Nas asas partidas
Numa viagem precoce.

Procuro um sentido
Onde não há sentido
Algum
No vazio
De um coração
Tão cheio.

Agora
Eu choro
Pelo que não vivi
Nem soube.

Hoje
Atravessou-me o peito
Um tiro
Traiçoeiro.
Deparei-me com ela: Uma cilada
Na estrada
Da vida
Correndo
Sangrando
Descalça.
Calcei as sandálias
Da humildade
Do pescador.
Descobri: Valho menos
Quê um nada

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