domingo, 10 de junho de 2012

Acabei de compor. Dedicado a Luzinete, a Babá de meu ex-marido Eugênio, e de seus irmãos, e mãe de Cícero. Iá, Iá era minha ex-sogra, que faleceu há alguns dias, em Garanhuns. Babá vivia com Iá, Iá há mais de 50 anos. Eram unha e carne. Dona Iá, Iá tinha mais de 80 anos, e Babá está perto disso, uma negra tipicamente africana, sem estudos, mas de uma sabedoria encantadora. Fiquei aqui a imaginar como Babá está passando esses dias tão tristes. Uma sempre prometia a outra que, quem partisse primeiro, voltaria para levar a outra. Essas coisas do coração do Nordeste. Ambas nasceram em terras de Garanhuns. Babá, no Molungu, uma comunidade de maioria negra, ou distrito, ou coisa parecida, em Garanhuns, que eu e meus filhos tivemos o prazer de conhecer e viver alguns belíssimos dias. Inesquecível!!!!!

ME LEVA, IÁ, IÁ

Iá, Iá
Doce Iá, Iá
Chegou o dia
E, agora,
Como seguir
Os passos da vida
Ser malabarista
Sem você aqui,
Junto de mim?

Iá, Iá
Doce Iá, Iá
Você jurou pra mim
Tantas vezes
Que não iria
Partir
E me deixar aqui
Assim
Sem saber o que fazer
De mim.

Iá, Iá
Doce Iá, Iá
Tá tudo escuro
E é tão triste
Pois a nuvem em que partiste
Não voltou pra me buscar.
Me leva, Iá, Iá, me leva
Ouça-me, sou eu, Babá
Nada aqui faz mais sentido
Me leva pro teu lado
Pra junto de Deus
Pra modo a gente pedir
Pelos filhos que aqui ficaram
Os filhos que são teus
Também filhos meus
Teus e meus
Iá, Iá.

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