domingo, 15 de julho de 2012

SOBRE O SHOW "CORDA TOCA PIAZZOLLA)

(texto redigido em 12/07/2012 e publicado no meu mural no Facebook, ora publicado nesse Blog com alguns retoques) · Depois de dar uma passeada pelo Face, conferir minhas notificações, publicações etc., decido que está na hora de escrever sobre o show de ontem, do Grupo Corda, no Teatro Amazonas. A emoção foi tão grande que ainda não havia encontrado inspiração, palavras para falar sobre o que vi ontem no Teatro Amazonas. O show do Grupo lança o CD "CORDA TOCA PIAZZOLLA", que contém 9 músicas, todas de autoria desse incrível músico argentino, Astor Piazzolla, que voltou para sua Constelação há vinte anos. A abertura do evento contou com a execução da música As Quatro Estações, e eu só consegui assistir às duas primeiras, se não me falha a memória VERÃO e OUTONO. Fiquei atrás das cortinas, do lado direito do palco, pois a partir de 10 minutos do início do evento eu teria que ir à bilheteria, para fechamento do borderô e prestação de contas. Puxei um pouco a cortina para poder ver os músicos no palco, e fiquei praticamente de frente para Nicolay, no violino. Eu já andei mundo, vi muitas coisas lindas, mas, confesso...ontem foi demais. Como diria Daniel Taubkin, meu amigo no Facebook, foi de marejar os olhos, os quais, realmente, marejaram de tanta emoção. Resumi nisso, se é que seja possível resumir algo tão grandioso: O violino vibrava docemente, emocionadamente, alegremente...e também chorava; o violoncelo gemia; o baixo acústico orava; a bateria seguia o compasso, sutil, entre o lamento e o riso; o piano saltitava; a plateia, meio vazia de corpos, mas tão cheia de energia e emoção, parecia murmurar silenciosamente, tomada de paixão. E eu sentia que as almas dançavam...talvez Piazzolla, ou minhas outras almas, e tantas almas que já passaram por aquele teatro majestoso, singular, plural. E eu chorei. Chorei não pelos que podem ir a um templo desses, e não vão. Chorei pelos que gostariam de ir e não têm oportunidade, porque a arte, desde que o mundo é mundo, muitas vezes expressada por artistas despossuídos, não é feita para eles. A arte é para deleite das elites.

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