domingo, 23 de fevereiro de 2014

OS DONOS DAS TERRAS DE NINGUÉM


(RÔ Campos)

Ó, vida tão ingrata
Cheia de valas rasas
Casas sem salas
Gente sem asas!

Mundo de muro baixo
De salto alto
Julgadores
Justiceiros.

Ó, vida tão ingrata
Do pecado capital
E do homem que peca
Pelo capital que seduz!

Da rede que embala
O corpo exausto
E da rede que mata
O homem.

Da rede que pesca
E mata o peixe
E depois mata a fome
Do homem.

Ó, vida tão ingrata
Da criança às vezes bem-vinda
Outras vezes maldita
Na boca infame do julgador!

Dos oprimidos aliando-se aos opressores
De teólogos, sábios, tolos e doutores
Senhores e vassalos
Terra de todos e de ninguém.

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