segunda-feira, 11 de novembro de 2013
RETRATOS DA VIDA
(RÔ Campos)
São muitos os retratos
Diante dos meus olhos cansados,
Como se fosse uma avenida
Da vida, nas telas do cinema,
Me trazendo o passado.
Vejo o sorriso escancarado,
Um beijo, o último abraço,
A cama desfeita, o café na mesa.
Ouço os gritos das crianças,
O latido dos cachorros,
O disco tocando na vitrola.
Ouço as vozes de outrora.
A luz vai embora.
Abro a janela da sala, o vento me beija
E apaga a vela posta sobre a mesa.
Está tudo escuro, agora,
E, ainda assim, vejo rostos,
Muitos rostos na parede da memória,
Que nem a força do vento leva embora.
Fecho os olhos e tudo fica claro
A infância alva como os fios da manhã
Os primeiros dias de escola,
As brincadeiras na hora do recreio.
Eu, sempre querendo ser a melhor,
As melhores notas, o melhor trabalho
Na escola, com as amigas, na TV.
Quase que esqueci de viver.
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