sábado, 23 de novembro de 2013
O RESGUARDO DA DOR
(RÔ Campos)
Guarda tuas dores no teu peito.
Guarda lá no fundo os teus segredos.
Esses tais amores imperfeitos,
Que às vezes deixa a gente assim,
Meio sem jeito, metades feitos.
Guarda tuas dores no teu peito;
A dor é tua, não deve ir à rua;
Nem ser lodo nem ser lama,
A dor de cada um que ama.
A dor de quem tanto já amou.
Guarda tuas dores na solidão
De um copo cheio, na mesa de bar.
De bar em bar, sozinho.
Que não saiba nem o teu vizinho
As duras penas de uma tal sofreguidão.
Guarda dentro do teu peito a traição.
Guarda também a dor, e tranca no teu peito.
Põe o chapéu e leva a chave na mão direita.
Vira o peito do avesso e vai pra rua.
Derrama na sarjeta a dor que é tua.
2Curt
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