segunda-feira, 25 de novembro de 2013

ACERCA DO JULGAMENTO HUMANO


(RÔ Campos)

O julgamento humano é implacável e perigoso. Ele não considera a flor, mas apenas o que fere, nem também a Poesia, mas somente a maldade. O julgamento humano é de um egoísmo desmedido, escancarado, pois põe sobre a balança, de um lado, todo o peso do seu olhar e fúria, e, do outro, as penas do desgraçado. Somos muito diferentes quando ora estamos na posição de julgadores e ora somos os julgados. Julgamos o outro de acordo com nossas "convicções", das quais ninguém nos afasta e nem nos convence de possíveis enganos, porque é mais fácil condenar do que perdoar, não obstante o ensinamento Cristão acerca do perdão. Agora, quando somos nós os julgados, consideramo-nos merecedores de todas as graças e jamais nos sentimos culpados. O outro sempre estará errado.
O julgamento humano vai além, muito além do universo da alma. Ele só vê o acre e ignora a doçura. É como uma espada que corta e perfura, que dói e que arde, vencido o adversário. Muito sangue se derrama. Muitos jardins morrem, quando tudo o que precisavam era de uma simples rega para viver. E, junto com os jardins, vão-se as flores. Adeus Primavera! O julgamento humano é como uma fera que machuca, que dilacera. É como se descesse uma cortina opaca diante do tribunal da consciência do julgador e cerrasse o seu olhar.
Quando julgamos e condenamos o outro, vomitamos o que de pior existe dentro da gente. Porém, quando absolvemos e perdoamos, deixamos emergir o que há de melhor em nós.






















































































































































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