domingo, 16 de junho de 2013

SOBRE O MOVIMENTO QUE COMEÇOU EM SAMPA E ESPALHA-SE PELO BRASIL


(RÔ Campos)

A classe média (ou algumas centenas ou milhares de pessoas dessa classe social), até por estar sendo obrigada a sair, algumas vezes, de sua zona de conforto, em face dos inevitáveis transtornos causados pela multidão que se agrupa nas ruas, tem dito que isso não é movimento, mas, sim, coisa de baderneiro, de vândalos, e que tem partido político de esquerda envolvido nisso tudo. Não acredita, por assim dizer, que o povo, massacrado e ultrajado, cansado de tanta roubalheira e descaso, tenha capacidade de se reunir e reivindicar, sem qualquer liderança política (até porque isso está em extinção), tentando, inclusive, mudar os rumos deste país assolado pela corrupção, como acontece nos países de primeiro mundo. Ora, pois, se é o povo que, com o seu voto, escolhe quem coloca no poder... Isso tornou-se lenda, bem assim a de que o povo brasileiro é um alienado e conformado. A imprensa e a classe política dizem que isso é coisa da classe média, para desqualificar o movimento, como a sugerir que a classe média não possua direitos, mas apenas o dever de pagar tributos e outras coisitas mais, e, por isso, não pode sair às ruas e reivindicar, exigir, se é ela, logo ela, quem mais tem pago o pato neste país. Muitos a acusaram, inclusive, de marchar junto com os militares na ditadura de 1964 a 1985, em oposição aos comunistas, que acabaram sendo vencidos. Se isso foi verdade, eu não sei. A verdade, ao que se sabe, é que nenhum dos dois lados, então, lutava coisa nenhuma pela democracia no Brasil: de um lado, queriam implantar a ditadura do proletariado, e, do outro...Cada um escolhe de que lado fica. Só não dá é para alienar-se. Esse é um direito do cidadão. O tempo, depois, é que vai dizer quem estava certo. Ou não. Como diria Caetano Veloso.

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