terça-feira, 29 de janeiro de 2013

BOTANDO ORDEM NA DESORDEM

(RÔ Campos)

Não me causou qualquer admiração a operação da PMM nos bares, casas noturnas e de shows em Manaus, que acabou interditando e multando vários estabelecimentos. Há alguns meses, em postagem que fiz no FACEBOOK, disse que provavelmente 90% dessas casas eram irregulares. São muitas coisas envolvidas em tudo isso. Desisti de um de meus sonhos nesta vida, que era ter um barzinho, onde rolasse muita, muita MPB, e petiscos maravilhosos, para receber os amigos e pessoas que gostam da boa música. Constatei, ao longo do tempo, que para trabalhar-se dentro da legalidade, pagando tudo direitinho, cumprindo todas as exigências legais para o funcionamento, recolhimento de impostos, direitos trabalhistas dos empregados etc.etc.etc., no final, eu iria trabalhar para os outros. Todo mundo ganharia, inclusive os cofres públicos, o ECAD, os trabalhadores, os clientes, e eu ficaria a ver navios. Agora, tem também o outro lado da moeda. Penso que se o cara não tem condições financeiras para arcar com tudo isso, ele tem que parar com essa coisa de querer ser empresário, e passar a ser empregado, assalariado, porque quem não pode com o pote não segura na rodilha. Os encargos sociais e fiscais são monstruosos em nosso país, isso é uma realidade indiscutível. Então, se não dá, por exemplo, para assinar a Carteira de Trabalho dos empregados que necessita e recolher todos os encargos, impostos, tributos etc, que leve a sua Carteira a ser assinada e vá trabalhar como empregado para quem pode fazê-lo. O que não dá é funcionar tudo na base do improviso. Manaus é uma cidade que ronda os dois milhões de habitantes. Não podemos nos dar o luxo de sermos amadores, se é que a isso se pode chamar de luxo. E, afinal de contas, tudo isso caiu no colo do Arthur Neto (e eu já falei sobre a questão outro dia também no FACEBOOK), principalmente em razão da Copa do Mundo de 2014. Ele não tem alternativa. É isso ou isso. Ou seja, preparar a nossa cidade para esse bendito evento. Não vai dar para refrescar com ninguém: ou se legaliza ou vai ter as portas lacradas, as atividades paralisadas. Se Arthur titubear nesse aspecto e nas demais questões que urgem em Manaus, como, por exemplo, o abastecimento de água, trânsito, transporte coletivo, mobilidade urbana (e isso não vai acontecer), verá sepultados toda a sua biografia e quaisquer planos que tenha na seara política. Ele não dará uma de Lula, político que sempre execrou. Ele não nos trairá. (RÔ Campos)

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