domingo, 30 de setembro de 2012

FRESTA


(RÔ Campos)

Aqui, dentro do meu quarto
Sozinha... e uma multidão comigo
Faz frio, mas o cobertor me aquece
Não sei se é quente lá fora.

Penso em amores que se foram
Sem que eu quisesse que se fossem.
Penso em amores que nunca partiram
Mas que partiram meu coração.

Penso em amores que fugiram
E hoje, coitados, vivem no limo.
Penso em amores tão lindos, tão raros
E que ficaram para sempre...
(Doce ilusão!)

De repente, ouço uns ruídos
Como se os sinos dobrassem ao longe
A me lembrar de um amor batendo à porta
Que eu já deixei entreaberta...Mas não quis entrar, ainda.

Atenta, fiz na porta fechada uma fresta
Para o amor, temeroso, ver a luz
Mesmo que estreita
E entrar, ao deixar passar o medo.

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