quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

QUANDO O NADA É PREFERÍVEL A QUALQUER COISA

 (RÔ Campos)


Prefiro o “Nada” a “Qualquer Coisa”.

Prefiro também a solidão

Do que estar em má companhia.

Prefiro o silêncio da boca

Ao beijo de outra boca sem palavras.

Prefiro a fome, o não saciar,

Ao sexo exclusivamente carnal;

Aprecio  sexo verbal.


Deus me livre de um homem pobre, vulgar, preconceituoso,

Que não tenha um pouco de poeta,

Que não tenha um pouco de louco.

Que desconheça os caminhos da jugular.

Que não saiba como chegar,

Ser amigo e amante,

Macho e cantante,

Errante, perdido,

Nas profundezas de uma mulher.


Deus me livre de um homem pequeno,

Na abundância de meu mundo:

Que nunca se farta com coisa pouca

E prefere o “Nada”,

A andar em má companhia,

A “qualquer coisa”.

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