domingo, 20 de setembro de 2020

ENCANTADO

 (RÔ  Campos)

Hoje vi teu sorriso aquele mesmo

Que numa noite feliz se abria 

E quando se fechava tocava meus lábios por inteiro. 

Estava estampado em postagens no Facebook 

De amigos parceiros saudosos. 

Te foste assim tão  ligeiro menino

Para habitar constelações  outras

E no nosso céu as estrelas se recolheram. 

Para driblar a saudade deveras fustigante  

Resolveram  brincar  de fazer de conta

Mas quando se deram conta

Todos contavam  a mesma dor. 

Te foste assim tão ligeiro poeta

Que poesias tantas deixaste aos pedaços que agora são rastros nas trilhas traçadas  nas noites insones a vagar 

E no coração de quem tanto te ama tão cheio de ti um vazio profundo.

Muitos ainda  se fazem perguntas

Como baratas tontas  que se põem  a voar.

Por onde andas a poetar agora  ninguém sabe 

Alguns se lançam em elucubrações tantas querendo te encontrar. 

Mas deixaste tudo de ti nas tantas poesias que compunhas

Essas canções que nos falam da terra,  do ar,  do fogo, do amor, da  beleza,  do ser e existir. 

Te foste assim tão ligeiro menino

Com o grito preso na garganta da gente 

O jantar posto na mesa, a cama arrumada, a vela acesa.

Nenhum comentário: