terça-feira, 17 de setembro de 2019

VENTANIA

(RÔ Campos)

De repente, o vento soprou,
Quebrando o silêncio.
De repente, não mais que de repente,
O vento tomou exagerada força,
Escancarando as janelas do passado.
De repente, o que era ontem agora é visivelmente presente.

Ouvir tua voz embargada, delicadamente compassada,
Falando acerca dos nossos encontros e desencontros,
Dos nossos medos e desejos abandonados no meio do caminho,
Fez -me o coração acelerar.
Num átimo, lembrei-me do último poema que escrevi para ti - BRINCAR DE VIVER!
Da última estrofe...
"Por que entraste de novo na minha vida?
Por que saíste em seguida?
Por que desististe de voltar, se era o teu desejo?
Por que não voltas, mesmo mentindo?
Pra gente brincar de amar
Pra gente brincar de viver".

Agora, vens e me dizes que queres me ver ontem,
Que não podemos mais deixar que o tempo faça isso com a gente,
Quando, em verdade, fomos nós dois que viramos as costas para o tempo,
E deixamos que ele passasse,
Como passa o vento, levando os dias e as noites...

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