quinta-feira, 4 de abril de 2019

PREMONIÇÃO

(RÔ Campos)

Saudade... Eu já te pressinto muito próxima a mim,
Já escuto os teus ruídos ao longe.
Não faz muito tempo te abancaste em minha casa, e nem convidada foste.
Pegaste-me assim, desprevenida...Havia esquecido a porta aberta.
Os meus dias pareciam uma eternidade a me devorar e consumir.
Mas, então, o tempo - que, como disse o poeta, andou mexendo com a gente - passou, ainda que lentamente,
E a saudade se foi com o tempo...

Agora, novamente, ouço teus sinais, teu riso debochado,
Avisando que em breve vais apartar a gente.
E eu sei muito bem da dor que tu me impinges...
Dessa vez vou tentar lembrar de não deixar a porta aberta, e colocar uma tranca pesada.
Mas, abusada como és, vais gritar teu grito esganiçado, lá, do lado de fora, invadindo meus ouvidos, afligindo meu coração,
Até atingires o meu âmago, tão cheio dele, tão cheio de nós.

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