sexta-feira, 26 de abril de 2019

O CREPÚSCULO...E A SEDE E A FOME DE AMAR

O CREPÚSCULO...E A SEDE E A FOME DE AMAR
(RÔ Campos)

O que se passou
Que tudo mudou tão de repente?
Como se uma espada
Tivesse cortado o coração da gente.

Veio o vento forte a galope,
Levando tudo até os sonhos.
Veio a besta e a fera, a peste e a fome.
"Quem com ferro fere com ferro será ferido".

Faz muito escuro agora,
Mas tudo é muito claro.
O que não dá pra ver
A alma sente e chora.

Já não vejo a aurora que vai longe.
Pressinto o crepúsculo se achegando.
Ele vem montado em um cavalo doido
Que relincha e assusta riscando o céu de cinza.

Tudo tem o seu tempo e acertada a hora.
E o tempo vai passando como um jato
Rasgando o ar, subindo, sumindo entre as nuvens pesadas,
Como somem os sonhos da gente quando acordam.

Há quem tenha muita sede de viver.
E há também quem tenha muita sede de amar.
Mas amar demais, doar-se demais, entregar-se desmedidamente
Matam logo a fome e a sede e saciam o desejo de amar daqueles que não sabem o que é fome e não sabem o que é sede...De amar.

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